Evolução dos modelos de e-commerce e pagamentos no setor da distribuição & retalho
Opinião de Nuno Breda, Co-CEO Ifthenpay
Hipersuper
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Tanto o e-commerce como os pagamentos vão continuar a evoluir na distribuição e no retalho. Temos sempre duas vertentes, o B2B (Business to Business) o B2C (Business to Consumer).
No B2B, parece-me que a distribuição vai ficar mais automatizada, ou seja, serão os próprios computadores a fazer as encomendas aos seus fornecedores, onde a Inteligência Artificial cada vez mais crescerá. Pois é assim que tem sentido, uma vez que a sugestão de encomenda dos produtos pode e deve ser feita pelo computador. Algumas empresas mais avançadas já fazem isto. Outras têm de dar os passos para o vir a fazer. Mas já é vantagem competitiva para quem faz, pois, uma tarefa morosa de várias horas de alguém passa a ser feita em segundos pelo computador. Cada vez são mais caras as horas humanas, como tal, cada vez tem mais sentido passar para as máquinas o que pode ser feito de forma automática.
A comunicação da encomenda também deve feito de forma automatizada, seja por Webservices, seja por EDI (Electronic Data Interchange). O único requisito é que o lado do fornecedor esteja preparado para uma comunicação desta forma, pois assim a encomenda entra de forma automática no seu sistema, sem interação humana.
Quanto ao pagamento, também cada vez será mais automatizado. Por outro lado, é habitual estes pagamentos serem feitos a crédito, para que a empresa cliente tenha um melhor ciclo financeiro na sua operação. Assim, parece-me que os cartões de crédito Visa/Mastercard serão mais usados, uma vez que garantem as duas coisas: automatismo, pois podem ser usado de forma recorrente; e crédito, ainda por cima gratuito para a empresa cliente, entre 20 e 50 dias. Quanto à entrega da mercadoria, só depois do pagamento assegurado é que se dará a expedição. No fundo, o modelo online ganhará espaço ao modelo tradicional.
Falemos agora das vendas a retalho. Há duas vertentes que vão evoluir de forma significativa. Uma delas é a presencial. Vamos assistir a lojas a evoluir para espaços inteligentes. Imaginem que, quando entramos na loja, existe um sistema de reconhecimento facial que nos reconhece; assim, tendo a nossa identificação feita, o sistema informático regista os nossos hábitos de compra. Nas próximas vezes que formos a essa rede de lojas, quando estivermos a escolher os produtos, poderá haver dispositivos digitais nas prateleiras que nos sugiram, ou relembrem, que devemos levar este ou aquele produto, pois assim é o nosso hábito de compra.
E assim será feito nos mais variados produtos. Mais uma comodidade que, nós humanos, vamos gostar. Experiências deste género já existem nalgumas lojas, como por exemplo nalguns espaços McDonalds nos Estados Unidos da América. Em Portugal, ainda não existe nada tão avançado, mas existe algo a evoluir para aí, numa rede de supermercados portuguesa, que sabe quais os produtos que escolhemos da prateleira e depois tem um checkout facilitado, pois o equipamento da caixa sabe imediatamente qual o valor a pagar.
Além disso, mais avançado será quando o pagamento, uma vez que tem o reconhecimento facial ativo, permita sair sem qualquer interação; o valor movimentado pelo cartão Visa/Mastercard que o cliente parametrizou. Aqui, tanto poderá ser a débito ou a crédito, mas terá sempre de haver um outro tipo de barreira, quase invisível, para clientes que não tenham saldo admissível, e que tenha de ser interrompida a saída da mercadoria.
Também as vendas online vão evoluir, essencialmente aquelas que têm de ser feitas por rotina, como por exemplo produtos alimentares para serem consumidos na habitação. Vamos assistir a frigoríficos e dispensas IoT (Internet of Things), que sabem que produtos estão lá guardados, a fazer encomendas aos sistemas dos supermercados. O pagamento também será Machine to Machine, mais conhecido como M2M, através de Visa/Mastercard ou outra rede que, entretanto, surja, pois, o requisito é que sejam redes globais de pagamentos.
São para estes tipos de sistemas que o comércio vai evoluir, seja B2B, seja B2C: muita automatização na encomenda, pagamentos assegurados, e libertação de tempo dos Humanos para tarefas mais interessantes!
Artigo originalmente publicado na edição 408 do jornal Hipersuper