Gigantes alimentares adaptam-se na Europa
Os grandes players da indústria alimentar já perceberam que o consumidor mudou, reflectindo a actual conjuntura económica vivida na maioria dos países europeus. Nada melhor do que reagir.

Victor Jorge
Queijos Santiago volta a marcar presença no Estoril Open 2025 como Official Partner
Curso “abc da Gestão por Categorias” regressa a Lisboa com nova abordagem e foco em Inteligência Artificial
Grupo JOM inaugura loja em Felgueiras e lança novo Retail Center com investimento de 5 milhões de euros
Mondelēz Portugal duplamente certificada pela cultura de trabalho implantada
Museu do Pão e ACIP lançam o concurso ‘O melhor Pão de Portugal’
iServices inaugura nova sede regional no Porto com Academia de Formação Técnica
Fundo Shoppings Iberia adquire La Vie Caldas da Rainha e La Vie Guarda
Science4you tem nova identidade visual
Via Verde cria parceria com a Cooltra para aumentar oferta de serviços de mobilidade
Grupo Valouro reuniu colaboradores e parceiros para celebrar os 150 anos
As grandes companhias alimentares, como Nestlé, Heinz e Unilever, estão a adaptar as suas estratégias na Europa, reflectindo o clima desafiador do consumidor.
A Nestlé, por exemplo, está a adoptar estratégias utilizadas nos mercados emergentes, como Sudeste asiático, onde lançou uma saqueta única de Nestea e Nescafé por preços reduzidos.
Massas instantâneas têm sido um sucesso particular para a companhia suíça e estão a ser lançadas em muitos pontos na Europa como parte de um plano para lançar mais “produtos popularmente posicionados como os sticks de café instantâneo Nescafé, com preços inferiores a dois euros em França.
Esta estratégia foi anunciada por Laurent Freixe, líder da Nestlé na Europa, ao Wall Street Journal (WSJ) numa entrevista, salientando que “este ano será um grande desafio com algumas economias em recessão”. O responsável da companhia suíça corrobora esta estratégia com o facto de “existirem jovens desempregados, estudantes, famílias monoparentais e pensionistas. Estas são pessoas que vivem geralmente de rendimentos mais baixos e os seus orçamentos estão a ser esticados ao máximo. Nós podemos oferecer opções relevantes a estes consumidores”.
Outro obstáculo para os proprietários e fabricantes das marcas na região é a crescente popularidade das marcas próprias que viram as suas vendas mais que duplicar face ao crescimento da Nestlé (4%) ao longo de 2011, admitindo Freixe que “esta realidade deverá manter-se este ano”.
No caso da Unilever, companhia que viu as suas vendas aumentar somente 0,7% na Europa, em 2011, também desenvolveu uma estratégia para oferecer produtos mais baratos, tal como o cubo de caldo Knorr Económica, com preço 60% mais barato que os caldos normais. Prevista está, também, a venda de mais linhas de produtos a 1 euros na zona euro e uma libra no Reino Unido.
“Com cerca de uma em cada cinco pessoas a viver oficialmente abaixo da linha de pobreza em países como a Espanha e Grécia, é crítico para nós encontrar novas soluções que assegurem que as pessoas em muitas regiões continuem a desfrutar das nossas marcas, mantendo o controlo do seu orçamento familiar”, justificou Matt Close, responsável pelo Marketing da Unilever Europa, no mesmo jornal.
Finalmente, a Heinz lançou, igualmente, formatos de tamanho reduzido e maior da sua marca de ketchup na Europa, reflectindo, segundo avança David Moran, CEO da Heinz Europa, “definições de valor em mudança”.
“Heinz Ketchup é sempre a escolha principal para o investimento da companhia e isso é absolutamente verdadeiro na Europa”, salientando que “estamos a ganhar e vemos um crescimento enorme, possuindo a maior linha de inovação numa década”.
O responsável pelo negócio da Heinz na Europa disse ainda ao WSJ que “de forma interessante e por causa da nossa inovação e aumento de marketing, as marcas dos retalhistas não estão a crescer na Europa na categoria de ketchup e isso está, claramente, em contraste com, virtualmente, todas as categorias na Europa”.