Bebidas

Nuno Teles, Director-geral de Marketing da Central de Cervejas

  “Não podemos viver só e  unicamente de grandes inovações” Lançadas que foram duas inovações e duas novidades, fomos perceber o que é a inovação na Sociedade Central de Cervejas […]

Victor Jorge
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Nuno Teles, Director-geral de Marketing da Central de Cervejas

  “Não podemos viver só e  unicamente de grandes inovações” Lançadas que foram duas inovações e duas novidades, fomos perceber o que é a inovação na Sociedade Central de Cervejas […]

Victor Jorge
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“Não podemos viver só e  unicamente de grandes inovações”

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Lançadas que foram duas inovações e duas novidades, fomos perceber o que é a inovação na Sociedade Central de Cervejas e Bebidas (SCC). Nuno Teles, director-geral de marketing da companhia, admite que nesta altura, “um marketeer não pode ir contra uma tendência normal do mercado”

Como é que se mede a rentabilidade de uma inovação?
Fácil. Na opinião de Nuno Teles, director-geral de marketing da SCC, “mede-se através da capacidade de gerar receitas suficientes para pagar o investimento e na capacidade de entregar valor aos nossos clientes e a nós”.

Hipersuper (H): Nos últimos três meses, a Sociedade Central de Cervejas e Bebidas (SCC) lançou no mercado os barris de 5 e 20 litros, a Mini em lata, a Sagres Golo, e, em parceria com a Delta Cafés, o Ice Coffee. Como é que chegam a estas inovações, quanto tempo levam a ser desenvolvidas, quantas ideias “caem” pelo caminho?
Nuno Teles (N.T.):
A inovação é, efectivamente, e desde sempre um pilar de crescimento na Central de Cervejas.

Nós temos um funil de inovação, um processo para gerir a inovação, que vive muito de criatividade, mas também é muito de processo, no sentido de não perder essa criatividade.

Nós temos um conjunto de metodologias para criar ideias, no fundo, para estimular que essas ideias entrem nesse dito funil, e garantir que podem ou não ver a luz do dia.

A probabilidade de uma ideia vir a ser concretizada num lançamento será de 1 para 10. Isto demonstra a ambição e o arrojo de arriscar e a Central de Cervejas tem demonstrado ao mercado que tem acertado bastante mais do que outras empresas e daí acreditamos que a inovação pode e deverá ser, efectivamente, um processo ganhador. A nossa liderança no mercado da inovação é, também, um sinal evidente.

Em relação ao que lançámos recentemente no mercado, no caso do barril de 5 litros trata-se efectivamente de uma inovação mundial. O que oferecemos ao consumidor é a experiência de beber uma cerveja tirada à pressão em casa e onde garantimos que a qualidade da cerveja é igual à que consume no canal Horeca. Além do mais o consumidor não necessita de investir cerca de 200 euros numa máquina, uma vez que a máquina já lá está.

H: Não há diferença entre o barril de 5 e de 20 litros?
N.T.:
É exactamente a mesma tecnologia. A diferença é que o barril de 5 litros destina-se ao canal da distribuição e o de 20 litros ao Horeca. Esta nossa atenção permanente para os dois canais de distribuição é muito relevante.

H: E agora ainda mais?
N.T.:
É muito importante para nós olharmos não só para o consumidor e percebermos no que podemos inovar, mas também para o que são os nossos clientes directos no canal tradicional, distribuição organizada e ter a solução mais adaptada ao canal.

No caso do 5 litros é consumo em casa, onde temos uma quota de 5%, em valor, após um mês de lançamento, o que é inacreditável.

É algo muito acima das nossas expectativas. Não estávamos à espera de atingir, num espaço de tempo tão curto, uma quota tão alta, o que quer dizer que o consumidor aderiu de forma muito entusiasta a este conceito.

H: Quem participa com as ideias na SCC?
N.T.:
Toda a companhia. O conceito de inovação que temos dentro da Central de Cervejas é o conceito de inovação total. Essa inovação pode passar pela introdução de um novo produto no mercado, mas também pode ser uma ideia de entregar um produto ao cliente, uma ideia que passa por produzir de forma mais eficiente. A inovação não passa exclusivamente pela apresentação e lançamento de um novo produto.

Este conceito é muito importante. É evidente que o marketing tem um papel importante nesse processo de inovação, mas é um processo de toda a organização. Todos podem participar, mas alguém tem de garantir e gerir esse processo de inovação.

H: A última inovação consiste numa parceria com a Delta Cafés. Como surgiu esta ideia?
N.T.:
Não há marca mais portuguesa do que Luso e também não há marca mais portuguesa nos cafés que Delta. O respeito que temos pela Delta fez com que pensássemos o que poderia ser relevante para uma marca que é vista pelo consumidor como uma marca de referência nas águas e um produto que é tradicional português que é o Mazagran.

No fundo, foi um processo muito simples e o voltar um pouco às origens da portugalidade e pensar como é que estas marcas tão portuguesas podem oferecer produtos inovadores desse produto tão tradicional.

H: Foi uma ideia SCC ou Delta?
N.T.:
Surgiu de uma conversa entre a Central de Cervejas e a Delta em que rapidamente chegámos à conclusão que seria bom unirmo-nos. Isto também é uma lição para Portugal, porque estas alianças entre marcas portuguesas só pode ser vantajosa. Muitas vezes temos a tendência de olhar para a nossa quinta e preferir a estar sozinhos com uma quinta pequena do que juntar forças e termos uma quinta maior.

Esta união foi um claro sinal de que alianças entre duas empresas podem naturalmente resultar em projectos vencedores para ambas as empresas. Luso+Delta dá forçosamente uma marca mais forte e a velocidade com que colocámos isto no mercado, cerca de seis meses, espelha bem o êxito da parceria.

H: E qual tem sido a aceitação?
N.T.:
Extraordinária. Vendemos 200.000 litros até à data, ou seja, em três semanas. O objectivo é de 1.000.000 de litros, o que quer dizer que 20% está concretizado em apenas três semanas.

H: Como é que se mede a viabilidade ou rentabilidade de uma inovação?
N.T.:
Mede-se através da capacidade de gerar receitas suficientes para pagar o investimento, na capacidade de entregar valor aos nossos clientes e a nós. Uma inovação tem de ser relevante para aumentar a categoria. Introduzir produtos no mercado para canibalizar os já existentes, não é bom para mim, nem para os meus clientes.

Por isso, os clientes têm de ter inovações por parte da Central de Cervejas que ajudem a aumentar o tamanho do mercado. Uma loja precisa de aumentar vendas e com produto e, por isso, precisamos de oferecer produtos aos nossos clientes que, acima de tudo, incrementem as vendas.

Essa é para mim a principal forma de avaliar uma boa ou má inovação.

H: Mas há inovações que não correm tão bem?
N.T.:
Há e não devemos ter medo de falar das inovações que correm menos bem. É um processo de aprendizagem normal.

Naturalmente que introduzimos produtos no mercado, no caso concreto a Chopp, que foi uma grande aposta nossa e que já não está no mercado. Mas vendeu 7 milhões de litros e 7 milhões de litros é um ponto de quota no mercado nacional de cervejas. Foram novos consumidores que trouxemos para nós, foram novos consumidores que experimentaram a marca Sagres. Por isso, houve um determinado objectivo que foi comprido.

H: Mas, quando lançam uma inovação, têm a noção de que existe um limite temporal para o produto estar no mercado?
N.T.:
Há vários tipos de inovação. Como disse atrás, a inovação não passa só pela introdução de novos produtos no mercado.

O consumidor português é muito experimentalista, até mais experimentalista que a média do consumidor europeu. Por isso, o experimentar é importante, não quer dizer que resulte em repetição de compra.

Naturalmente que uma inovação em pleno é aquela que vem e fica. Mas entrar no repertório das pessoas é difícil. As pessoas têm um número regular de marcas que consomem. Assim, há inovações que têm por objectivo entrar em ocasiões de consumo muito específicas e que ficam, por exemplo, a Sagres Zero que entrou para a ocasião almoço e perdura.

O barril de 5 litros é uma inovação que, com toda a certeza, veio para ficar. Não lhe posso dar ainda dados de vendas, porque o produto está há muito pouco tempo no mercado, mas dada experiência e do agrado que temos tido, é uma inovação que veio definitivamente para ficar.

H: Isso quer dizer que não é fiel à marca?
N.T.:
É um consumidor exigente e que gosta muito das marcas que tem. A marca Sagres, por exemplo, tem uma notoriedade espontânea de 45%, liderando o top of mind dos consumidores e tem, numa escala de agradabilidade de 1 a 5, 4,2. Por isso, o consumidor não só se lembra da marcas quase espontaneamente, como adora a marca que consome.

H: Mas muitas vezes não se confunde inovação com novidade?
N.T.:
Isso é verdade. O síndrome do brinquedo novo é algo que tem de ser evitado a todo o custo. É como os miúdos que muitas vezes só estão à espera do próximo brinquedo e não tiram partido do actual. E nas empresas é um pouco assim.

Uma força de vendas adora sempre o último brinquedo, a última novidade. E, de facto, uma novidade não é uma inovação. Uma inovação é algo que vem responder a uma ocasião de consumo e a uma motivação muito bem identificada, de forma que o consumidor adopte esse produto no seu repertório normal de marcas.

Mas não podemos viver só e unicamente de grandes inovações. Temos de permanentemente refrescar a ideia dos consumidores e manter a nossa marca viva na mente dos consumidores.

Formas Luso é outro exemplo que veio preencher uma necessidade do consumidor.

H: A SCC esteve inserida, nos últimos tempos, no universo de grandes cervejeiras multinacionais, no primeiro caso a Scottish&Newcastle e agora a Heineken. A SCC vai, de alguma forma, “beber” a experiência e inovação dessas companhias ou a inovação que surge é única e exclusivamente SCC?
N.T.:
Tudo o que introduzimos no mercado foi gerado e criado nacionalmente. O primeiro exemplo onde nós beneficiamos dessa exposição ao mundo é com o barril de 5 e 20 litros. Estamos a falar de inovação de ponta, ou seja, é necessário escala para investir. Não quer dizer que não tínhamos a ideia, o ponto é que para tornar essa ideia uma realidade são necessários grandes investimentos e que não são possíveis para vendas a nível nacional.

Trata-se de uma excelente combinação entre o ter força, garra e proximidade com o consumidor nacional e o benefício de ter acesso a tecnologia de ponta. O facto da Heineken ser a marca que mais cerveja vende no mundo, que está presente em cerca de 170 países no mundo, dá-nos uma escala maior.

H: Qual o budget que a SCC aloca a I&D?
N.T.:
Cerca de 2 milhões de euros/ano e cerca de 10% do nosso turnover revém da inovação.

H: A inovação é apresentada em resposta a eventuais produtos lançados pela concorrência?
N.T.:
Tem única e exclusivamente a ver com aquilo que o consumidor nos diz. Fazemos estudos de hábitos e de atitudes dos consumidores com grande regularidade.
Tentamos perceber quais as alterações dos hábitos, nas motivações de compra, para nos apercebermos de quais as tendências e, assim, poder criar novas soluções para responder a essas necessidades.

A velocidade para chegar ao mercado é determinante.

Muitas vezes podemos deparar-nos com situações em que a nossa concorrência identificou algo de muito relevante e se prepara para introduzir algo no mercado e nós já estávamos a trabalhar e eventualmente antecipar ou não o processo. Mas nunca, nunca colocamos um produto no mercado porque a nossa concorrência fez algo.

Dou-lhe exemplo da Sidra que foi algo que não lançámos porque desde sempre que soubemos que era algo que não iria ter o sucesso que pretendíamos. O certo é que o produto da concorrência entrou e saiu do mercado.

H: Desde a identificação da necessidade por parte do consumidor até ao lançamento do produto qual o tempo necessário?
N.T.:
Oscila. Temos o caso do Ice Coffee que em seis meses foi possível desenvolver a fórmula. Depois existem outras inovações que demoram mais tempo, um ano ou dois anos, até três anos.

H: E se a meio do percurso notam que existem alterações no consumidor e que determinado produto já não é viável?
N.T.:
Nós temos quatro fases: fase de criação de várias supostas ideias, depois algumas são de facto ideias e outras são só tentativas. A seguir vem a pergunta se tenho ou não, é ou não possível fazer essa ideia. A terceira fase é a de fazer a ideia de forma eficiente e, por último, a quarta é a sua introdução no mercado.
É muito normal que tenha uma ideia, acho que sou capaz de a fazer, mas chego à conclusão de que não tenho capacidade para a fazer.

Portanto, é normal que ao longo desse funil, de 10 ideias tenho cinco possíveis de concretização, tenho três que são possíveis de concretizar com os meios que tenho à disposição e uma que é lançada.

H: Este mercado é muito inovador?
N.T.:
Penso que é um mercado muito nacional e muito inovador.

Uma das quatro prioridades da Heineken em todo o mundo é a replicação do conceito da Mini Sagres. Por isso, somos, de facto, inovadores.

H: Portanto, não é só a SCC que vai buscar algo à Heineken, mas a própria Heineken beneficia da inovação SCC?
N.T.:
Absolutamente. Temos várias casos: as águas funcionais, Bohemia e Mini.

H: Existe alguma inovação no mercado que gostasse ter saído da SCC?
N.T.:
A Delta Q.

H: Como é que a actual conjuntura tem afectado este mercado? A transferência do consumo de fora para dentro do lar é prejudicial?
N.T.:
Faz parte da alteração de hábitos e motivação do consumidor. Aquilo que um marketeer não pode fazer é ir contra uma tendência normal do mercado. Imagine o que não é uma pessoa a nadar num rio contra a maré?

Tenho de aproveitar a maré e construir em cima daquilo que são os hábitos. A inovação é perceber que o consumo em casa se está a desenvolver e introduzir no mercado respostas a essa tendência.

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H: As marcas próprias da distribuição beneficiam do investimento que as marcas de fabricante fazem em inovação nas águas e cervejas, mercados ainda têm pouca expressão?
N.T.:
Nas águas lisas, a marca própria da distribuição já têm um peso muito forte, com cerca de 34% de quota.

No mercado das cervejas, essa realidade ainda não é assim. Isso tem a ver com o facto de termos duas marcas muito fortes no mercado português e que tudo fazem para manter os seus consumidores. São duas marcas que têm cerca de 90% de quota do mercado nacional e a determinação de manter o consumidor junto delas.

H: As inovações são lançadas de forma transversal ou dirigidas a um canal específico?
N.T.:
Há inovações que são, de facto, transversais. Hoje em dia, dada a importância dos dois canais, também temos de pensar melhor naquilo que se adapta a cada um deles.

Há pouco referia que inovação não são só novos produtos.

Uma marca como a Central de Cervejas não só estuda o consumidor, mas estuda também a atitude do consumidor enquanto comprador. É esta percepção de como nos comportamos como compradores que é também fonte de inovação.

H: Consegue-se inovar sem muito dinheiro?
N.T.:
Consegue-se, claramente, inovar sem muito dinheiro. Temos o caso do barril de 5 e 20 litros onde estamos perante tecnologia de ponta e depois temos o Ice Coffee que já é uma inovação que tem mais a ver com a ideia do que propriamente com milhões e milhões de euros.

Na inovação é no detalhe e precisão que está o grande benefício e não forçosamente nos grandes investimentos.

H: Existe um calendário para o lançamento de inovações?
N.T.:
Não. Temos de lançar aquilo que é relevante para o consumidor e, se porventura, não tivermos nada de relevante e diferenciador para o consumidor, não lançamos. O que temos é garantir que identificamos o que é relevante para o consumidor e com base nisso definir qual a altura mais propícia para o fazer.

H: E este ano ainda vamos ter novidades da SCC?
N.T.:
O mercado de bebidas vive muito do Verão. É pouco provável.

O primeiro semestre de 2009

Hipersuper (H): Como correu este 1.º semestre?
Nuno Teles (N.T.):
Correu, na perspectiva de marcas, de forma difícil. O mercado das cervejas está a decrescer 5%. Estamos em contexto de dificuldade. As marcas Sagres, Luso e todo o portfólio de refrigerantes, é um portfólio vencedor. Penso que conseguimos oferecer aos nossos clientes marcas que são vencedoras, que têm quotas de liderança, que reforçam a preferência do consumidor. A Sagres, hoje em dia, permite aos nossos clientes venderem mais. Luso, pelo domínio que tem nas águas lisas e também por aquilo que as águas funcionais representam, dá rentabilidade aos nossos clientes. E, por último, o portfólio de marcas que na mente do consumidor não são vistas como relevantes, mas que são líderes nos segmentos: Trinarajus é claramente líder no canal tradicional, Joi tem uma posição muito forte no canal tradicional quer organizado, Schweppes que é uma marca que tem para cima de 80% de quota de mercado estável, e agora Orangina.

H: Que previsões fazem para o segundo semestre?
N.T.:
O São Pedro vai ter um papel fundamental. Nas bebidas, o tempo tem um papel muito importante. Estou confiante, mas o mercado ainda apresenta taxas de decréscimo.

H: Vai continuar a decrescer?
N.T.:
A tendência a médio prazo é a recuperação. Mas ainda vamos passar por momentos de consumo retraído. As pessoas ainda estão muito preocupadas com o desemprego, no fundo, falta de confiança e cabe às marcas darem sinais de confiança e recuperação.

H: Quanto pesa o canal Distribuição e Horeca na SCC?
N.T.:
Têm pesos diferentes. No caso das cervejas, um terço vai para a distribuição moderna e dois terços para o Horeca. Nas águas é o inverso.

H: Com esta transferência de consumo, o canal da distribuição irá aumentar?
N.T.:
Há, em toda a Europa, uma tendência para o canal da distribuição crescer e o canal Horeca diminuir. No futuro, a importância poderá estar equilibrada.

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MC volta a integrar a “A List” do CDP e reforça liderança no combate às alterações climáticas

Retalhista é uma das poucas empresas a nível mundial com classificação máxima em transparência ambiental e ação climática.

A MC integra pelo segundo ano consecutivo a prestigiada “A List” do CDP (anteriormente Carbon Disclosure Project), reafirmando a sua posição entre as empresas mais empenhadas na mitigação dos efeitos das alterações climáticas. A empresa obteve também a classificação “A-” na categoria Floresta, reforçando o reconhecimento internacional da sua estratégia ambiental.

Em 2024, mais de 24.800 organizações submeteram os seus dados ao CDP para avaliação no âmbito das alterações climáticas. Apenas 1,7% conseguiram alcançar a classificação “A”, grupo em que a MC volta a marcar presença, destacando-se pela transparência e pela eficácia das suas medidas ambientais.

A distinção do CDP reconhece o compromisso da MC com metas ambientais ambiciosas. Até 2032, a empresa pretende reduzir em 51% as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) das suas operações (âmbitos 1 e 2) e em 31% as emissões da sua cadeia de valor (âmbito 3), em comparação com os níveis de 2022. A meta final é alcançar a neutralidade carbónica nas operações próprias até 2040.

Só no último ano, a retalhista reduziu em 12,6% as suas emissões diretas e indiretas, fruto de uma aposta em energia renovável, eletrificação de consumos, medidas de ecoeficiência e modernização das centrais de frio.

Mariana Pereira da Silva, head of sustainability da MC, sublinha o empenho coletivo da organização: “Estamos extremamente orgulhosos do trabalho das nossas equipas, que nos permitiu manter a classificação máxima na área do Clima (A). É igualmente motivo de grande satisfação o reconhecimento obtido na área da Floresta, com a atribuição do nível de liderança (A-)”.

“Mantemo-nos focados na execução da nossa estratégia de sustentabilidade e na prossecução do nosso compromisso com a construção de um futuro sustentável — uma ambição que não pode ser adiada”, garante.

“Sabemos que vivemos num contexto exigente, que nos apresenta constantemente novos desafios, mas que não nos deve desviar do nosso propósito. Reforça a necessidade de um esforço concertado e sistemático de todas as nossas equipas, em estreita parceria com os nossos fornecedores e parceiros.”, acrescenta.

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8º Congresso Nacional do Azeite vai debater os novos desafios para o setor

Campo Maior recebe a 22 e 23 de maio, o Congresso Nacional do Azeite, organizado pelo CEPAAL. A 8ª edição acontece numa altura em que a produção nacional cresceu 10% e as exportações valem mais de mil milhões de euros.

Organizada pelo Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo (CEPAAL), em parceria com a Câmara Municipal de Campo Maior, a 8ª edição do Congresso Nacional do Azeite decorre no âmbito da Feira Nacional de Olivicultura, que decorre de 22 a 25 de maio, no Jardim Municipal de Campo Maior.

Aquele que se apresenta como o mais relevante debate nacional sobre o setor olivícola e oleícola, acontece já a 22 e 23 de maio, conta com o Alto Patrocínio do Presidente da República e tem como tema os novos desafios para o setor. Irá ter lugar pela primeira vez em Campo Maior, no Centro Cultural de Campo Maior. “Esta é uma iniciativa que tem como objetivo dinamizar o sector olivícola e oleícola nacional enquanto fórum de debate, ponto de encontro para os profissionais do sector e de partilha de informação privilegiando sobretudo a divulgação de informação técnica”, informa a organização num comunicado.

A 8ª edição do Congresso Nacional do Azeite acontece quando as mais recentes estimativas do INE, perspetivam um aumento na produção de azeite em 10%, na campanha 2024-2025, em relação à campanha anterior, atingindo cerca de 177 mil toneladas. Um dos maiores produtores mundiais de azeite do mundo e o terceiro maior exportador da Europa, Portugal ultrapassou a barreira dos mil milhões de euros em exportações.

O Congresso Nacional do Azeite tem como objetivo dinamizar o sector olivícola e oleícola nacional enquanto fórum de debate

O Congresso Nacional do Azeite 2025 contará com quatro painéis nos quais participarão mais de 30 oradores nacionais e internacionais em torno dos debates ‘Novos Desafios do Setor’, ‘ESG no Setor Olivícola/Oleícola’, ‘Identidade do Azeite Português: Marca & Origem’ e ‘O Caminho do Azeite na Alta Cozinha’.

A sessão de abertura estará a cargo do presidente do CEPAAL, Gonçalo Morais Tristão, do presidente da Câmara de Campo Maior, Luís Rosinha, e do vice-presidente da CCDRA, Roberto Grilo. Assunção Cristas é a Keynote Speaker do congresso e irá debruçar-se sobre o ESG no setor. O CEPAAL leva ainda a esta edição, e pela primeira vez, os chefs Vítor Sobral, José Júlio Vintém e Bertílio Gomes que estarão reunidos num dos painéis, onde também participam as  duas das escolas de hotelaria e turismo mais relevantes do país, Estoril e Portalegre.

As inscrições para a 8ª edição do Congresso Nacional do Azeite estão abertas até ao dia 20 de maio e podem ser feitas em Inscrição – Congresso Nacional do Azeite 2025. O programa completo pode ser consultado aqui.

O CEPAAL é uma associação sem fins lucrativos sedeada em Moura e fundada em 1999 com a missão de valorizar e promover o Azeite do Alentejo em Portugal e no resto do mundo. Conta atualmente com 33 produtores e 12 instituições ligadas ao sector olivícola e oleícola, incluindo organismos do Estado, municípios e universidades, como seus associados.
O Congresso Nacional do Azeite é uma iniciativa integrada no projeto Da Oliveira à Mesa, cofinanciado por fundos comunitários e nacionais através do PDR2020.

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Retalho gerou 70.015 M€ de volume de negócios em 2023

Em 2023, o VAB do retalho representou aproximadamente 4% do PIB nacional e o volume de negócios ascendeu a 70.015 milhões de euros. Cada euro de produção do retalho gera 3,1 euros de produção total na economia portuguesa. É o segundo maior setor na economia nacional.

Estas são algumas das conclusões do estudo ‘Impacto Económico do Setor do Retalho em Portugal, realizado pela NOVA SBE, com coordenação dos professores João Duarte e Pedro Brinca, a pedido da APED (Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição).

Um sumário executivo do estudo foi apresentado durante o APED Retail Summit, que decorreu esta quarta-feira, 7 de maio, no SUD Lisboa. “O setor do retalho representa uma enorme fatia da criação de riqueza no país”, começou por referir João Duarte, na apresentação do estudo.

O documento teve como objetivo estimar o impacto económico do setor em Portugal, não apenas na atividade direta como também o efeito, por via da cadeia de valor, na economia nacional. E caracterizou o retalho a nível nacional, incluindo a caracterização dos associados APED e estimou o impacto em termos dos principais indicadores económicos.

Uma das principais conclusões aponta que o setor gerou 70.015 milhões de euros de volume de negócios em Portugal, em 2023, o que representou 12,7% de toda a faturação das empresas privadas do país. O Valor Acrescentado Bruto (VAB) do setor foi de 11.300 milhões de euros, que representa 7,7% do VAB nacional.  “O setor do retalho é o segundo maior em termos de faturação, de valor acrescentado e de emprego na economia nacional”, revelou João Duarte, com base nas conclusões do estudo.

“Não só tem um peso significativo na economia, mas é ele próprio, também, um motor de crescimento da economia”, sublinhou João Duarte na apresentação do estudo

6.114 milhões de euros em salários

Quanto às remunerações, atingiram 6.114 milhões de euros, ou seja, 9,2% do total de salários em Portugal. E um em cada dez trabalhadores em Portugal, está diretamente ligado setor.

O setor emprega uma grande fatia da população. Um em cada dez trabalhadores está diretamente relacionado com a atividade do retalho. São 76.896 empregos gerados, ou seja, 10,1% do total dos empregos no tecido empresarial privado do país.

O estudo destacou também o impacto do retalho no desenvolvimento económico do país. O setor representou, diretamente, em 2023, aproximadamente 4% do PIB nacional. “Não só tem um peso significativo na economia, mas é ele próprio, também, um motor de crescimento da economia. Porque além de ter um peso elevado, cresce acima da média nacional”, sublinhou o professor da NOVA SBE.

O documento coloca ainda em evidência o peso dos associados da APED no global do setor do retalho nacional. Em 2023, do total de 70.015 milhões de euros de volume de negócios gerado, 31.004,9 milhões de euros foram gerados pelas empresas associadas à APED. O que representa 44,3% da faturação do setor.

Impacto total, direto e indireto

Com base nas informações retirados de um inquérito enviado a todos os associados da APED, e complementadas pelos dados do INE, a NOVA SBE chegou aos impactos diretos e indiretos (fornecedores e clientes) do setor em Portugal. E concluiu que em 2023, o impacto total do retalho na economia portuguesa, ascendeu a 62.430,8 milhões de euros em produção (12% do total), 35.340 milhões de euros em VAB /15,2%), 6.057 milhões de euros em receitas fiscais (14,6%) e 18.275 milhões de euros em remunerações (14,5%). Foi ainda responsável por 1.204.460 empregos equivalentes a tempo completo (23,7% dos empregos no país).

“O retalho é, portanto, um amplificador económico em Portugal, que alavanca a atividade económica da produção agrícola e industrial ao mesmo tempo em que também alavanca serviços profissionais e empresariais que são cruciais na atividade do retalho”, conclui o estudo.

 

Sobre o autorAna Grácio Pinto

Ana Grácio Pinto

Marta Baptista, vice-presidente de Investigação Agrícola e Investigação Global de Plantas da Driscoll’s California Fotografia Frame It
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Marta Baptista: “A agricultura faz-se com pessoas”

Marta Baptista, vice-presidente de Investigação Agrícola e Investigação Global de Plantas da Driscoll’s California, alerta para os desafios que se impõem na produção de pequenos frutos, com destaque para a gestão da água, a escassez e retenção de mão de obra e a necessidade de reforçar a inovação. Em entrevista, sublinha a importância de colocar as pessoas no centro da estratégia agrícola. E não tem dúvidas: o melhor sítio para trabalhar é onde sente que pode fazer a diferença.

Fotografias Frame It

A sustentabilidade da produção de pequenos frutos enfrenta uma pressão crescente, impulsionada pela escassez de recursos naturais, alterações climáticas e exigências sociais. Em entrevista ao Hipersuper, realizada em Odemira, no dia do 20º Aniversário do Test Plot da Driscoll’s, a vice-presidente de Investigação Agrícola e Investigação Global de Plantas da Driscoll’s California, Marta Baptista, alerta para os desafios que se impõem ao setor, com destaque para a gestão da água, a escassez e retenção de mão de obra e a necessidade de reforçar a inovação. Marta Baptista sublinha também a importância de colocar as pessoas no centro da estratégia agrícola. E não tem dúvidas: o melhor sítio para trabalhar é onde sente que pode fazer a diferença.

Marta Baptista, vice-presidente de Investigação Agrícola
e Investigação
Global de Plantas da Driscoll’s California

Quais são os principais desafios quando falamos na produção de pequenos frutos?
Os recursos naturais são, hoje, uma preocupação global. Falo, desde logo, da água e da disponibilidade de solos, que precisam de ser utilizados de forma equilibrada – não demasiado intensiva, mas ainda assim rentável. Se tivermos muitos hectares concentrados numa mesma zona, acabamos por usar os recursos de forma insustentável para a comunidade. Já nos aconteceu em alguns locais e aprendemos com isso. A água é cada vez mais o desafio número um.
A mão de obra é outro fator crítico. Precisamos de garantir condições sustentáveis, que levem as pessoas a querer voltar e a sentir-se bem. Os pequenos frutos são muito intensivos em termos de mão de obra, especialmente porque a colheita é manual. Esta representa entre 50% a 70% do custo total de produção, dependendo do país e da variedade. Exige muitas pessoas, que por sua vez necessitam de habitação, escolas, água… é um desafio.
Outro desafio é a instabilidade climática resultante das alterações climáticas. Ainda há quem pense que as alterações climáticas são algo do futuro. Não são. Estão aqui, há muito tempo, e afetam a produção esperada, as curvas de produção e os volumes. Sem previsibilidade, não conseguimos vender bem, nem trabalhar com os produtores na gestão de expectativas. Falta ainda muita tecnologia e informação, especialmente nos pequenos frutos, para mitigar estes efeitos. Como operamos em muitos países, sentimos isto todas as semanas – há sempre um evento climático extremo. Dá uma boa noção do quão real isto já é.

Em Portugal, a água é também o principal desafio?
Sem dúvida nenhuma. É o número um. Os restantes vêm muito depois.

O que é que precisamos, então?
Não queria entrar em questões políticas, mas a verdade é que o perímetro de rega foi construído nos anos 60. Na altura foi bom, inovador, mas hoje está completamente desadequado. As infraestruturas são as mesmas, com fraca manutenção. Não há pressão nos canais de rega, há muitas perdas. Os colegas da Lusomorango podem dar números mais precisos, mas há perdas significativas. Precisamos de soluções estruturais, que não são fáceis, mas são investimentos para gerações, não apenas pontuais.

Com essas infraestruturas, poderíamos produzir mais?
Sim, poderíamos produzir mais, em mais regiões, e de forma menos concentrada. A Driscoll’s já está a crescer em regiões como o Norte de Portugal, Cantanhede, Tocha, Algarve, exatamente para diversificar esta intensidade.

Que frutos é que já colheram com essa atuação em Portugal?
Nos campos de ensaio implementámos e otimizámos técnicas de uso de água, como a recolha de água da chuva – não toda, para permitir a recarga dos aquíferos, mas uma parte. Também promovemos a recirculação da água. Dois dos nossos maiores produtores já utilizam este sistema. Ontem visitámos uma quinta da Maravilha Farms que está a 100% em recirculação. A água de drenagem, que contém adubo, é recolhida, analisada, desinfetada com luz ultravioleta e reutilizada. Isto permite poupança de adubo e evita a poluição. São exemplos concretos de frutos colhidos – metafóricos e literais – destes investimentos. Mas ainda há muito por fazer. Fundámos o Centro de Investigação para a Sustentabilidade em 2023 com o INIAV, a Lusomorango e um produtor parceiro. É o início da jornada.

Para além da água, que outros exemplos de inovação estão a ser aplicados?
O sistema de produção em substrato não foi inventado aqui, mas era utilizado em pequena escala em países frios para proteger as plantas no inverno. Inovámos ao otimizá-lo para climas mais temperados, como o português. Comparado com o solo, o substrato permite poupanças de até 25% de água e fertilizantes. É uma inovação replicável que se tornou praticamente o standard da indústria, dentro e fora da Driscoll’s. Este campo foi pioneiro nesse processo.

Sai muita inovação daqui para o mundo?
Sim, muita. Tanto para a Driscoll’s como, por vezes, para a indústria em geral.

Os fertilizantes são um mal necessário ou há alternativas?
Os fertilizantes são essenciais – potássio, azoto, fósforo – são elementos naturais e fazem parte da nossa alimentação. Mas são recursos finitos e o seu fabrico e desperdício têm impactos. A recirculação é uma inovação que permite reutilizar esses nutrientes. Outra inovação é a seleção de variedades mais eficientes – como a ‘Reina’, que precisa de menos 30% de adubo para produzir o mesmo. Hoje, priorizamos essas variedades.

Como se equilibra a sustentabilidade com a produtividade e o negócio?
Criámos métricas que refletem esse equilíbrio. Por exemplo, em vez de medir a água total usada, medimos litros por quilo de fruta vendida. Isso dá uma perceção mais realista da eficiência e cria consciência. Hoje, produtores perguntam quantos litros por quilo usa determinada variedade – algo impensável há poucos anos. Isso já faz parte do pensamento agrícola.

Nota uma mudança de mentalidade entre os produtores?
Sim. Aqui, na região do Sudoeste Alentejano, onde há escassez real e legal de água, os produtores têm muita vontade de aprender. Noutros locais, onde a escassez não é tão evidente, pode haver mais resistência. Mas as técnicas e variedades já estão desenvolvidas e são transferíveis, com pequenas adaptações.

Essa partilha de conhecimento é uma das coisas mais valiosas do seu trabalho?
Sem dúvida. Gosto muito disso. A informação bem aplicada e bem transferida é uma ferramenta poderosa. Estamos na era do social media, mas na agricultura a partilha entre pares ainda é essencial. Informação é poder, também na agricultura.

A agricultura de hoje é diferente daquela que vemos nos livros escolares?
Completamente. Hoje é uma ciência com tecnologia, sensores, melhoramento genético. Esta manhã falávamos de usar inteligência artificial para desenvolver programas de fertilização. Não é ficção científica, é real. Mas os jovens ainda não têm essa perceção. Falta mostrar o que há de melhor na agricultura, especialmente nas idades mais jovens.

É um setor que precisa de pessoas, certo?
Claro. A tecnologia não substitui pessoas, transforma o trabalho. Pode ser mais intelectual, com mais valor acrescentado. Não precisamos de cavar, temos tratores, mas precisamos de pensar em soluções, como para a água. Pode até ser mais estimulante.

Diz-se que os frutos mais doces são de Portugal. Porquê?
Algumas regiões em Portugal, como esta onde estamos, têm uma combinação de fatores naturais muito especial: clima ameno, invernos suaves, verões não excessivamente quentes, e uma brisa refrescante que ajuda as plantas. Esta combinação encontra-se em poucas regiões no mundo. Quem me dera encontrar mais Zambujeiras por aí.

Quais são as linhas de investigação mais transformadoras no Centro de Investigação e Sustentabilidade?
A recirculação da água é uma das mais adotadas. Há também investigação sobre o uso de luz ultravioleta no combate a doenças, substituindo pesticidas. Outro foco é a compostagem do substrato de coco – queremos fazer mais. Não sei se haverá um breakthrough, mas há avanços incrementais em várias áreas. Estamos também a estudar formas de medir a biodiversidade usando inteligência artificial e fotografia. A ideia é que os sistemas indiquem ao produtor onde existe uma praga, para que ele possa atuar com precisão.

A inteligência artificial é já presente ou ainda é futuro?
É aspiracional, mas será realidade nos próximos cinco anos. Vai ser utilizada de várias formas: programas de fertilização, melhoramento genético, deteção de pragas. Estamos a começar com ideias piloto, mas vai ser transformador.

O estudo de pragas e doenças é essencial?
Sim. Se não conhecermos as pragas, não podemos preveni-las. E prevenir é sempre mais barato do que tratar. É preciso conhecimento profundo: há insetos que se alimentam de outros, e só com essa base científica conseguimos soluções biológicas eficazes.

O que são as iniciativas Ask the Grower e Virtual Test Plots?
O Ask the Grower nasceu na pandemia, quando vimos que era necessário continuar a transferir conhecimento, mesmo sem poder viajar. É uma plataforma virtual onde produtores partilham experiências com outros produtores. Continuou após a pandemia e vai regressar este ano.
Os Virtual Test Plots são visitas virtuais aos campos de ensaio, com vídeos bem preparados. Mostramos variedades novas ou inovações tecnológicas. Estão acessíveis a todos os produtores e colaboradores da Driscoll’s no mundo, desde que tenham internet.

Portugal pode beneficiar das experiências de outros países?
Sem dúvida. Por exemplo, neste campo desenvolvemos a produção de mirtilo em substrato, algo que parecia impensável. Hoje, essa técnica é usada no Peru, México, África do Sul… Aprendemos também com outros, como na poda de mirtilo – aprendemos com Austrália e Peru. Copiar boas práticas deve ser feito com orgulho.

Em que ponto está Portugal em relação a outros países?
Nada para trás. O recorde de produção de framboesa fresca que conheço, dentro e fora da Driscoll’s, é em Portugal. Também tivemos o recorde de mirtilo até há poucos anos. Fala-se muito de Portugal como estando atrasado, mas não está.

De todos os países onde já trabalhou, onde gosta mais de trabalhar?
Onde sinto que posso fazer a diferença. Há 20 anos, quando começámos aqui, os produtores sabiam pouco e o impacto era enorme. Hoje, são eles que nos ensinam. O impacto mais forte acontece agora em regiões que estão onde Portugal estava há 20 anos. É gratificante trabalhar onde conseguimos fazer um impacto real na comunidade.

A Marta valoriza muito o papel das pessoas…
Sem dúvida. A fruta faz-se com pessoas. A agricultura faz-se com pessoas. A Driscoll’s faz-se com pessoas. As pessoas têm de estar no centro das nossas preocupações. Infelizmente – ou felizmente – as framboesas não crescem sozinhas.

E o bem-estar das pessoas ultrapassa a apanha da fruta. Falamos de alojamento, de condições…
Sim. Um trabalhador que não tenha boas condições não vai querer voltar. E, se não voltar, temos de ensinar outro. E um novo trabalhador, no início, tem baixa produtividade. Portanto, temos todo o incentivo para reter e para fazer com que as pessoas se sintam bem. Custa muito tempo e dinheiro ensinar constantemente. Reter trabalhadores — tanto os da apanha como os técnicos especializados — é recompensador. Vale mesmo a pena. E estou a dar-lhe uma resposta muito honesta do ponto de vista económico: vale mesmo a pena.

Como olha para tudo o que foi construído nestes 20 anos? Começaram do zero…
Começámos com a ajuda do INIAV, com o engenheiro Pedro Carlos Oliveira, e com poucos colegas. Cabíamos todos num carro, eramos cinco. Hoje, só na Driscoll’s Europa, somos… talvez mil. Tenho muito orgulho, claro, mas o que mais me fascina é o impacto das pessoas que passaram por aqui. Pessoas que formámos e que depois formaram outras. Esse efeito de cadeia é a parte mais bonita de tudo isto.

É isso que a mantém aqui?
Sim. Fazer a diferença. Ver que há impacto. Podia ter seguido outros caminhos, tive convites, mas o que me mantém é ver o crescimento das pessoas, perceber que deixamos marca. Pessoas que agora ocupam cargos importantes. Por exemplo, o Andy, hoje vice-presidente das operações na Europa, esteve na minha equipa até maio do ano passado. Podia olhar para isso como uma perda, mas olho com orgulho. Ele merece. E há mais como ele. Muitos estão aqui agora mesmo.

Essa filosofia da Driscoll’s é muito forte?
Temos processos de recrutamento muito exigentes. Às vezes até pedimos desculpa aos candidatos — são entrevistas atrás de entrevistas. Mas vale a pena. Porque depois de entrarem, investimos. E custa muito recomeçar do zero. Quando perdemos alguém — e já perdemos pessoas muito boas — recrutar e formar de novo é difícil. O conhecimento técnico pode ensinar-se. O alinhamento de valores é mais difícil. Por isso damos tanta importância a essa área. E depois, queremos reter as pessoas o máximo de tempo possível.

A retenção de talento é hoje também um desafio?
É, sim. Mas se formos proativos e pensarmos: “Como é que podemos ajudar esta pessoa a dar o próximo passo?”, conseguimos manter as pessoas motivadas e na empresa. Se formos passivos e esperarmos que a pessoa levante a mão, nem todos o farão. Nem todos dizem: “Eu quero o próximo desafio.” Temos mesmo de ser proativos. No trabalho que faço atualmente, já não faço ensaios com plantas, já não cresço plantas diretamente, mas… talvez cresça pessoas. Parece poético, mas é mesmo verdade. E essas pessoas vão fazer o mesmo com outras.

Como se antecipa o futuro da agricultura sustentável?
É uma previsão, mas acredito que terá de ser cada vez mais precisa, baseada em mais informação e mais ciência. Porque os desafios vão continuar a aumentar. A água, por exemplo, não se renova. O que existe hoje é o que existirá daqui a 100 anos, a menos que se descubra uma forma de a criar — o que ainda não existe. As alterações climáticas vão agravar-se em frequência e intensidade. Preocupa-me que alguns governos ainda não levem o tema a sério. Já impacta vidas, economias e, claro, a agricultura — talvez até mais do que outras indústrias, porque dependemos diretamente do clima e dos recursos naturais.

Esse contexto político influencia também onde se investe?
Sim. As mudanças na agricultura acontecem quando precisam de acontecer. A agricultura é uma atividade económica e precisa de incentivos económicos para evoluir. Esses incentivos podem ser regulamentares, relacionados com procura, custos, etc. Eu podia dar-lhe uma resposta romantizada e dizer que se inova só porque queremos produzir de forma sustentável. Mas a verdade é que muitas das inovações surgiram por necessidade. Por exemplo, quando os fumigantes do solo deixaram de estar disponíveis, foi preciso encontrar alternativas. A necessidade conduz à inovação. E isso também influencia onde e como se investe.

Este equilíbrio entre competitividade, negócio e sustentabilidade será determinante para o futuro da agricultura?
Tem de ser. O produtor precisa de rentabilidade para pagar salários, investir em centros de inovação… e precisa de água. Esta exigência dupla — económica e ambiental — ajuda-nos a focar nas soluções certas. Em ciência e inovação, uma das grandes dificuldades é o excesso de opções. Mas quando temos estas duas diretivas claras, conseguimos filtrar melhor.

Há pouco dizia-me, meio em tom de brincadeira, que se reformava se conseguisse eliminar o plástico. Mas ainda há muito por fazer?
Sim, ainda há muito a fazer. A utilização intensiva de plásticos é uma questão que nos incomoda. Usamo-los porque precisamos, mas gostávamos de ter alternativas. É um dos desafios para os quais ainda não encontrámos boas soluções. E isso é frustrante.

Os plásticos são um problema pouco visível para quem olha de fora.
Sim. Mas fazem muita diferença para o ambiente. São necessários para garantir fruta fresca e de qualidade. Para congelados ou sumos, pode produzir-se ao ar livre. Mas framboesas e amoras são muito sensíveis — ao vento, à radiação solar… queimam-se, como nós. O morango e o mirtilo têm mais tolerância. Já fazemos mirtilo ao ar livre no norte, mas as outras culturas ainda precisam de proteção. Gostaríamos de usar menos plástico, claramente.

Até a nível de embalagens. Falávamos disso há pouco. Por que não são todas em cartão?
Por causa da durabilidade. A fruta dura muito mais nestas embalagens atuais. Já estamos com cerca de 40% em cartão na Europa. Mas custou muito. As primeiras embalagens desfaziam-se com a humidade. É preciso mais inovação, mais trabalho. Substituir o plástico nas embalagens, túneis, vasos… é um desafio. E não só nos pequenos frutos, é transversal à agricultura.

Como vê o papel das universidades nesta mudança? Essa ligação entre investigação e setor produtivo está suficientemente consolidada?
Não. É preciso muito mais. Assistimos a uma desvalorização da investigação pública nas últimas décadas, especialmente na agricultura. E as empresas não conseguem fazer tudo sozinhas. Por isso, estas parcerias são fundamentais. Já temos colaborações com o INIAV, Universidade de Évora, Nova, Instituto Superior de Agronomia. E a nível internacional, com a Universidade de Wageningen, na Holanda. Mas precisamos de fazer mais.

Porquê?
Porque ajuda muito se as universidades e os alunos compreenderem os desafios reais da indústria. Assim, podem orientar melhor a investigação, para problemas urgentes, como os plásticos, a água, a biodiversidade, a poluição. As empresas terão sempre mais dificuldade em resolver tudo sozinhas.

20 anos do Test Plot de Taliscas, Zambujeira do Mar

Um campo de ensaios (test plot) tem como missão testar e definir as variedades com melhor adaptação à região onde estão localizados, servindo também como um showcase das melhores práticas agrícolas. A principal finalidade é otimizar o crescimento e desenvolvimento das plantas, permitindo que os produtores tenham acesso ao melhor produto disponível e às informações mais completas para tomarem decisões informadas.
Na Europa, a Driscoll’s opera sete campos de ensaio, dois em Portugal: Taliscas, na zona da Zambujeira do Mar, e Foja, em Cantanhede.

Alguns marcos históricos:
2005 – Abertura do Campo de Ensaios com plantação de morangos em solo.
2006 – Aumento de área para 1 hectare e acrescentando ensaios de framboesas, amora e mirtilos. Primeiros ensaios de Driscoll Maravilla.
2008 – Redução de área com retirada dos ensaios de amoras e framboesas.
2009 – Reativação de 0,5 hectares com ensaios de mirtilos e morangos em solo.
2013 – Início de expansão da área para cerca de 3 hectares de ensaios com plantações em solo. Primeiras plantações de ensaios de Driscoll’s Victoria.
2014 – Retirada dos ensaios de morango.
2016 – Introdução das primeiras plantações em substrato nos ensaios de mirtilo.
2017 – Instalação da estação de rega automatizada. Introdução de ensaios de morango em plantações de substrato.
2018 – Conclusão da conversão do total da área de ensaios exclusivamente para substrato.
2019 – Instalação de melhores estruturas de túneis com possibilidade de recolha de águas de chuva.
2020 – Anos de pandemia sem comprometer a execução dos ensaios planeados. Primeiras plantações de ensaios Driscoll’s Reyna.
2021 – Primeiros ensaios de Driscoll’s Clara.
2023 – Início da recolha de água da chuva e recirculação da água de drenagem.
2024 – Efetiva utilização de água de chuva em exclusivo para regar os ensaios durante quatro meses.

Sobre o autorAna Rita Almeida

Ana Rita Almeida

Exportação

Vinhos de Portugal promovem-se na APAS SHOW 2025 em São Paulo

A ViniPortugal marca presença na Apas Show 2025 que decorre entre 12 e 15 de maio, no Expo Center Norte, em São Paulo.

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A participação insere-se na estratégia de internacionalização dos vinhos portugueses, com foco no reforço da notoriedade no mercado brasileiro e latino-americano.

Com um stand de 98 metros quadrados, sob a insígnia “Vinhos de Portugal”, a presença portuguesa contará com 21 balcões dedicados a produtores nacionais, promovendo uma oferta diversificada e de qualidade perante importadores, distribuidores e retalhistas do setor.

Segundo Frederico Falcão, presidente da ViniPortugal, “a participação na APAS SHOW permite-nos posicionar os Vinhos de Portugal numa das maiores feiras do sector alimentar e retalhista a nível mundial. Este é um momento-chave para reforçarmos relações comerciais, darmos visibilidade à nossa oferta e explorarmos novas oportunidades num mercado onde os vinhos portugueses têm vindo a crescer de forma sustentada. O Brasil é, hoje, um dos nossos principais destinos de exportação, e queremos continuar a afirmar a marca Vinhos de Portugal junto dos profissionais e consumidores brasileiros.”.

O Brasil tem-se afirmado como um dos principais mercados de exportação para os vinhos portugueses, beneficiando de uma procura crescente e de um consumidor cada vez mais atento à qualidade e diversidade da oferta nacional.

A edição de 2024 da Apas Show atraiu mais de 73 mil visitantes, reunindo empresas de toda a cadeia de valor — da alimentação e bebidas à tecnologia, logística e serviços financeiros. Em 2025, a expectativa é reforçar o papel da feira como plataforma de networking, geração de negócios e análise de tendências para o setor.

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Retalho

Mar Shopping Matosinhos realiza ação de prevenção para séniores

A 4ª edição de ‘Todos juntos, somos segurança e saúde’ realiza-se entre 8 e 10 de maio, em parceria com a autarquia da Matosinhos, com o foco na prevenção em segurança e saúde na comunidade sénior.

Hipersuper

O Mar Shopping Matosinhos volta a organizar a ação ‘Todos juntos, somos segurança e saúde’, que, na sua 4ª edição, visa promover o apoio à comunidade e destacar o trabalho determinante das organizações que se dedicam a potenciar o impacto social. Entre 8 e 10 de maio, a iniciativa, que decorre em parceria com Câmara Municipal de Matosinhos, conta com várias ações de formação e de sensibilização, tendo por objetivo envolver a comunidade em geral, com destaque para a comunidade sénior.

Este ano, a promoção de uma vida ativa, segura e saudável para a comunidade sénior, fortalecendo os laços comunitários e garantindo o bem-estar de todos, é o o evento tem como foco principal da ação. DO programa destacam-se a peça de teatro ‘A Raposa Chama’, que faz
parte de um projeto educativo e de sensibilização sobre a prevenção de incêndios rurais em Portugal, e uma peça de teatro desenvolvida e apresentada pela Universidade Sénior da Senhora da Hora.

Demonstrações de cães de assistência e resgate, exposições de viaturas de emergência e apresentações de viaturas de resgate animal pela Associação Portuguesa de Busca e Salvamento (APBS); atividades educativas com sessões de contos, divulgação de programas de segurança como ‘Eu estou aqui’, pela PSP, informações sobre os objetivos de desenvolvimento sustentável do Município de Matosinhos, são outras das ações de edição deste ano.

No âmbito da ‘Todos juntos, somos segurança e saúde’, haverá ainda rastreios de saúde promovidos pela ULSM (Unidade Local de Saúde de Matosinhos), exposição de meios, tapete simulador teste de álcool e sistema de retenção de cadeiras auto de transporte de crianças apresentados pela Polícia Municipal, e Suporte Básico de Vida com Interpretação em Língua Gestual Portuguesa pela Cruz Vermelha
Portuguesa,  entre outras.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Nuno Carvalho e Maria Carceller Arce
Retalho

Grupo Rodilla adquire 100% da A Padaria Portuguesa

O grupo de restauração espanhol, que chegou a um acordo para adquirir as 84 lojas e duas fábricas da marca portuguesa, considera esta a operação internacional mais relevante realizada até à data, sendo também a primeira em território português.

Hipersuper

“Continuo a ver A Padaria Portuguesa como um verdadeiro diamante em bruto, com um enorme potencial de crescimento. Encontrámos no Grupo Rodilla as características ideais – nomeadamente solidez financeira, competências de gestão, valores familiares e um forte enfoque no desenvolvimento das pessoas – para acelerar o ciclo de investimento e expansão da marca, cujo cenário natural de atuação passa agora a ser a Península Ibérica, levando-a a novos patamares”, afirma Nuno Carvalho, CEO e fundador da A Padaria Portuguesa, acerca da aquisição da cadeia pelo Grupo Rodilla.

Proprietário das marcas de restauração Rodilla, Hamburguesa Nostra, Vaca Nostra, Café de Indias e Jamaica, o Grupo Rodilla chegou agora um acordo para adquirir 100% da cadeia A Padaria Portuguesa, uma das principais marcas de restauração em Portugal. O grupo de restauração espanhol,  com mais de 85 anos de história e pertencente à Damm, considera, num comunicado, que esta é a operação internacional mais relevante realizada até à data, sendo também a primeira em território português. Esta é a segunda a sua nível internacional, após a sua entrada em Miami em 2019.

María Carceller Arce, CEO do Grupo afirma que “tanto A Padaria Portuguesa como o Grupo Rodilla partilham valores fundamentais, sendo empresas familiares que oferecem produtos de elevada qualidade e um serviço excecional aos seus clientes”. “No Grupo Rodilla valorizamos a proximidade, bem como o caráter artesanal na produção diária dos nossos produtos, com matérias-primas da mais alta qualidade – uma filosofia que se alinha perfeitamente com a da cadeia portuguesa. A Padaria Portuguesa tem sido um caso de sucesso desde a sua fundação e, no Grupo Rodilla, estamos empenhados em continuar a impulsionar o seu crescimento. Esta união fortalecerá a nossa missão de proporcionar experiências excecionais aos nossos clientes”, assegura.

Padaria Portuguesa Paço de Arcos

Fundada há 15 anos por Nuno Carvalho, A Padaria Portuguesa emprega cerca de 1.000 pessoas, possui 84 lojas na Grande Lisboa e no Grande Porto e conta com duas fábricas, em Lisboa e no Porto.

Objetivo de expansão internacional

A operação está sujeita à aprovação da Autoridade da Concorrência (AdC), mas o grupo espanhol avança que irá implementar um plano de crescimento para a cadeia portuguesa. No comunicado, o grupo indica que após a aprovação da operação, irá concentrar-se em assegurar um período de transição cuidado, “mantendo o foco na gestão das equipas e nas operações diárias da empresa”. Paralelamente, irá implementar um plano de crescimento para a cadeia portuguesa, com o objetivo de reforçar a identidade nacional da marca e impulsionar a sua internacionalização.

A Padaria Portuguesa foi fundada há 15 anos por Nuno Carvalho e é especialista na produção de uma ampla gama de produtos de padaria e pastelaria, bem como em menus de almoço e saladas. Atualmente, emprega cerca de 1.000 pessoas e possui 84 lojas na Grande Lisboa e no Grande Porto, que se irão juntar aos cerca de 300 pontos de venda do Grupo Rodilla. Além disso, A Padaria Portuguesa conta com duas fábricas, em Lisboa e no Porto, onde produz os seus produtos.
“Sinto um enorme orgulho por ter criado e desenvolvido uma marca que se tornou uma das mais relevantes do país e, muito importante, com grande reconhecimento internacional. Este sucesso é fruto de uma década e meia de muito trabalho, sempre com um forte foco no consumidor, levado a cabo por uma equipa extraordinária, por quem tenho uma enorme admiração e eterna gratidão. O investimento que a empresa fez no seu capital humano e na construção de uma equipa forte e coesa foi determinante para o sucesso alcançado”, sublinha
Nuno Carvalho.

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Bebidas

Buondi é o café oficial do Primavera Sound Porto 2025

Durante o festival, a Buondi marcará presença com três espaços de venda de café distribuídos pelo recinto.

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A Buondi anunciou a sua associação oficial ao Primavera Sound Porto 2025, tornando-se o café oficial do festival.

Esta parceria representa um reforço do posicionamento da marca, fortemente ligada ao ritmo urbano e à cultura da cidade, agora espelhada na presença ativa num dos eventos musicais mais emblemáticos do país. Durante o festival, a Buondi marcará presença com três espaços de venda de café distribuídos pelo recinto, pensados para proporcionar uma experiência intensa e memorável aos festivaleiros.

A marca estará também presente na zona vip, através do sistema Nescafé Dolce Gusto Neo, a mais recente solução da marca em cápsulas de café Buondi. Este sistema destaca-se pela sua vertente sustentável, utilizando cápsulas compostáveis à base de papel, adequadas tanto para compostagem doméstica como industrial, em linha com a preocupação ambiental do Primavera Sound.

“Fazer parte do Primavera Sound Porto faz todo o sentido para Buondi. O café e a música vivem do mesmo propósito: criar ligações, despertar emoções e criar memórias. Estar neste festival é a nossa forma de reforçar o posicionamento da marca – e de estar ao lado de quem vive intensamente cada momento”, afirma Jorge Santos Silva, marketing manager da Nestlé Profissional.

Para assinalar esta colaboração, Buondi lança ainda um passatempo dirigido aos consumidores. Até 30 de maio, os interessados poderão participar adquirindo produtos da marca em pontos de venda do retalho (incluindo hipermercados, supermercados, minimercados e lojas de proximidade) e submetendo os comprovativos de compra online. Os cinco consumidores com maior volume de compras Buondi serão premiados com bilhetes diários para o festival.

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Retalho

Nuno Loureiro é o novo country manager da Mastercard em Portugal

“É com um grande entusiasmo que abraço esta nova etapa de liderar o negócio em Portugal, especialmente numa indústria pela qual sou apaixonado e que está em enorme desenvolvimento”, afirmou Nuno Loureiro.

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Nuno Loureiro está de regresso à Mastercard como novo country manager da empresa em Portugal, cargo que assumiu a 1 de maio de 2025. O responsável regressa assim à tecnológica norte-americana, onde já desempenhara funções entre 2011 e 2019, inicialmente como gestor de conta para o mercado português e, mais tarde, como diretor da Mastercard Advisors para Espanha e Portugal.

Nos últimos seis anos, Nuno Loureiro foi diretor de pagamentos no Banco Santander, tendo liderado iniciativas de inovação, desenvolvimento de novos negócios e gestão da oferta de pagamentos em Portugal.

Na nova função, será responsável por acelerar a inovação e digitalização dos pagamentos no mercado nacional, fomentando parcerias estratégicas com os principais stakeholders do setor. Entre os objetivos definidos, está a implementação das soluções e serviços da Mastercard que promovem experiências de pagamento mais rápidas, simples e seguras.

“Estou grato pela confiança que a Mastercard deposita em mim, com esta nomeação. É com um grande entusiasmo que abraço esta nova etapa de liderar o negócio em Portugal, especialmente numa indústria pela qual sou apaixonado e que está em enorme desenvolvimento”, afirmou Nuno Loureiro. “A partir de hoje, estarei ao serviço das empresas, consumidores, clientes, parceiros e colaboradores para garantir que os pagamentos continuarão a ser seguros, simples, sustentáveis e inclusivos.”, acrescenta.

Paloma Real, presidente da Divisão Europa Ocidental da Mastercard, sublinha que “a paixão do Nuno Loureiro pela inovação, desenvolvimento de negócios e foco no cliente posiciona-o como a pessoa certa para impulsionar o nosso sucesso em Portugal. O seu profundo conhecimento sobre o setor vai ser um ativo chave para esta nova etapa da Mastercard”.

Licenciado em Gestão pela Nova School of Business and Economics, Nuno Loureiro possui ainda uma especialização em Gestão Bancária pela Católica Lisbon School of Business & Economics e um MBA pela IE Business School.

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Retalho

Pingo Doce cresce 2,8% no 1.º trimestre para 1,2 mil milhões de euros

Num contexto de consumo marcado pela elevada sensibilidade ao preço e por um calendário menos favorável, o Pingo Doce encerrou o primeiro trimestre de 2025 com um crescimento das vendas de 2,8%, totalizando 1,2 mil milhões de euros.

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Excluindo o segmento de combustíveis, o crescimento like-for-like (LFL) atingiu os 1,1%, sustentado pelo desempenho das lojas que operam sob o conceito All About Food, que têm vindo a ganhar peso estratégico na proposta da insígnia.

A operar num mercado fortemente promocional, o Pingo Doce manteve a sua agressiva política de descontos, o que lhe permitiu preservar quota num ambiente de grande competitividade. No trimestre, a insígnia do grupo Jerónimo Martins abriu uma nova loja e concluiu a remodelação de 13 localizações.

Em termos consolidados, o EBITDA da Distribuição Portugal cifrou-se em 78 milhões de euros, 0,7% abaixo do trimestre homólogo, tendo a respetiva margem atingido 5,2% (5,3% no 1T 24), pressionada pela subida dos custos com pessoal na sequência do aumento de 6,1% do salário mínimo nacional.

A Jerónimo Martins fechou o primeiro trimestre de 2025 com um resultado líquido de 127 milhões de euros, 31,4% acima do ano anterior, ou 6,1% abaixo se excluídos os outros ganhos e perdas de natureza não recorrente. No 1º trimestre de 24, esta rubrica incluiu os 40 milhões de euros da dotação inicial da Fundação Jerónimo Martins.

As vendas cresceram 3,8% (+1,9% a taxas de câmbio constantes), impactadas negativamente pelo efeito de calendário já que o ano anterior, sendo bissexto, contou com mais um dia de vendas e também com a Páscoa, que em 2025 foi no 2T. O EBITDA aumentou 3,8% (+1,2% a taxas de câmbio constantes) com a respetiva margem, em linha com o ano anterior, a cifrar-se em 6,3%, informa a Jernónimo Martins em comunicado

Pedro Soares dos Santos, presidente e administrador-delegado da Jerónimo Martins, sublinha a resiliência do grupo num cenário de grande incerteza: “Neste ambiente de contenção, todas as nossas Companhias trabalharam com disciplina para gerir a pressão sobre as margens que decorre da subida dos custos com pessoal na sequência do aumento dos salários mínimos em cada país, num momento em que a inflação nos cabazes permanece baixa”.

“Ainda que o primeiro trimestre apenas permita uma leitura muito limitada das tendências nos mercados, os resultados do Grupo, nestes três meses e perante o comparativo muito exigente do ano anterior, são sólidos e confirmam a competitividade das propostas de valor e a estratégia, dos últimos anos, de reforçar os modelos de negócio das diferentes insígnias”, pode ler-se na mensagem divulgada

“Atentos ao desenvolvimento das dinâmicas de consumo e da concorrência, manteremos o foco no crescimento sustentável, defendendo as nossas bases de clientes, executando o nosso ambicioso plano de expansão, e respondendo aos desafios ambientais e sociais que enfrentamos num contexto particularmente volátil.”, garante.

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