Produtos portugueses na China

Portugal vai contar com um Centro de Distribuição de Produtos para o Sul da China, inserido na estratégia da criação de condições para um forte crescimento das exportações portuguesas para este país.

O Centro ficará situado no Parque Industrial Transfronteiriço entre Macau e Zhuai, estando prevista a criação, na mesma altura, de delegações para Cantão (capital da província de Guandong que vive época de grande desenvolvimento e com enorme potencial económico) e Xangai (Norte), a capital financeira da China. A escolha por Macau acaba por ser uma opção natural já que é a região chinesa onde os produtos portugueses possuem marca e potencial de promoção valorizado junto da população. Fernando Costa Freire, da consultora Edeluc, adianta que «a escolha da região faz sentido, se o objectivo é entrar no mercado chinês a tempo», apesar de ser no norte (Pequim e Xangai) que se encontram os grandes mercados e o maior poder de compra. «É uma estratégia possível. Se calhar podíamos aproveitar a presença que já existe em Macau e apostar no Norte para a instalação do Centro, mas não faz grande diferença onde se começa, o que é preciso é começar», conclui.

Também Pedro Vieira, consultor da Market Access, confirma a necessidade da existência de um centro de distribuição, partilhando da opinião de Fenando Costa Freire «seria mais interessante um centro no eixo Pequim-Xangai».

Entretanto, fonte da Delegação Económica e Comercial de Macau em Lisboa, refere que, com o perfil das empresas portuguesas e com «o estado de desenvolvimento de Portugal e do sul da China, pode-se dizer que estão bem um para o outro. Nos mercados do Norte já estão as empresas de países mais desenvolvidos como a Alemanha, Reino Unido ou Japão».

De referir que o acordo para a Constituição do Centro foi assinado em Setembro do ano passado, à margem da segunda edição da reunião ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre China e os Países de Língua Portuguesa. O Centro tem como accionistas a Nam Kwong, a o ICEP, a AEP, a AIP, BCP, grupo Espírito Santo e Banco Efisa.