Bebidas

Pires de Lima à frente da Unicer

Por a 20 de Junho de 2006 as 12:46

PiresdeLima

De acordo com as últimas notícias veiculadas em vários órgãos de comunicação social, António Pires de Lima, antigo presidente da Compal e deputado pelo CDS/PP, assumirá a liderança da Unicer, substituindo Manuel Ferreira de Oliveira. Gorada que foi a MBO (Management Buy Out) à Compal, abandonando a empresa na sequência da aquisição pelo consórcio CGD/Sumolis, Pires de Lima – considerado por muitos como o responsável máximo pelo sucesso da Compal – será confirmado na assembleia-geral da Unicer a realizar já no próximo dia 29 de Junho.

O deputado do CDS/PP que tinha afirmado que «até ao final do mês de Junho terei decidido sobre o futuro da minha vida profissional», vai ser confrontado com alguns dossiers difíceis, entre eles o controlo da empresa de Leça do Balio, detida pelo grupo nacional constituído pelo BPI, Asorpi e Violas (56%) e os dinamarqueses da Carlsberg (44%), sabendo-se do interesse destes últimos por quererem liderar a Unicer a 100%. Nos últimos meses, a Carlsberg avançou com dois cenários: a possibilidade de adquirir a totalidade da posição do grupo nacional ou vender a sua quota.

Também a concorrência desenfreada em que a Unicer se encontra com a Sociedade Central de Cervejas e Bebidas terá de ser avaliada por António Pires de Lima, bem como a recente aquisição da Cintra pelo empresário Jorge Armindo, sabendo-se da vontade que este possui em fazer crescer a quota de mercado da marca de cerveja lançada por Sousa Cintra. Além dos dossiers difíceis que encontrará, existem igualmente dúvidas se Pires de Lima irá manter a actual política de expansão da empresa aos mercados externos. Refira-se que a Unicer considera como natural uma expansão dos seus negócios na Península Ibérica, reforçada, desde 2003, nas relações com Espanha, sobretudo através da presença e do consumo das marcas e pelo crescimento do volume de vendas registado de 2003 para 2004, fixando-se nos 42,7 por cento, superando, em 2005, os seis milhões de litros.

Na agenda da Unicer encontra-se, igualmente, o desenvolvimento do seu negócio em Angola, existindo um plano de investimento numa unidade de produção naquele país. Para esta nova fábrica está previsto um investimento de aproximadamente 150 milhões de euros, concretizado em duas fases, apontando cada uma para a instalação de capacidades de produção na ordem dos 70 milhões de litros. Interrogação existe também em saber se a próxima administração da Unicer manterá a intenção de ver todo o fornecimento da matéria-prima sair de solo nacional, revelando fonte da empresa que, «mantendo este ritmo, a Maltibérica (empresa produtora de malte detida em 51% pelo grupo Unicer) conseguirá, muito em breve, reduzir ou mesmo eliminar as importações da sua matéria-prima principal: a cevada para a transformação em malte para cerveja».