“Enquanto ficares à espera ninguém te pode ajudar” – Parte II, por Pedro Fernandes (Edigma)
“Estamos novamente perante um desses momentos únicos e decisivos, capazes de destruir indústrias estabelecidas e colocar novas nos seus lugares. Não podemos, enquanto País, desperdiçar mais uma oportunidade de sermos relevantes. Os nossos governantes têm a obrigação de fazer do 3D printing um desígnio nacional!”

Rita Gonçalves
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Pedro Fernandes, Marketing Manager da Edigma
Hoje em dia, produzir um patinho de borracha tem um custo de dez mil dólares para a primeira unidade e uns míseros cêntimos para o milhão de unidades seguinte. Utilizando impressão 3D (3d printing) o custo é de 20 dólares por unidade, independentemente de ser produzir uma ou um milhão.
O argumento não é original, pertence a Chris Anderson que defende que o 3D printing representa uma nova revolução industrial.
O impacto na economia é significativo por diversos motivos. Elimina a necessidade de investimento em grandes centros fabris. Elimina o risco associado à produção de milhares de unidades e o capital investido em stock. Em sentido inverso, a agilidade para correcção de defeitos ou para introdução de novas funcionalidades é muito maior. Elimina a necessidade de grandes centros de armazenamento e uma fatia significativa dos custos de transporte. Também os desperdícios com material são menores porque se trata de uma tecnologia que adiciona material, ao contrário de processos actuais, que retiram material para produzir o produto final.
Não falta muito para que em cada casa exista uma impressora 3D. Pode parecer um futuro longínquo para alguns, mas basta recordar que, não vai há muito tempo, fazer uma chamada de vídeo através de telemóvel era uma miragem. E não é preciso recuar muito mais para o próprio conceito de computador pessoal ser apenas isso, um conceito.
Os países que previram esses cenários e se prepararam para eles colheram os seus frutos, com gerações munidas das competências correctas e beneficiando das infra-estruturas criadas a tirar partido dessas revoluções, a criar produtos, a acrescentar valor e a criar riqueza.
Estamos novamente perante um desses momentos únicos e decisivos, capazes de destruir indústrias estabelecidas e colocar novas nos seus lugares. Não podemos, enquanto País, desperdiçar mais uma oportunidade de sermos relevantes. Os nossos governantes têm a obrigação de fazer do 3D printing um desígnio nacional!
É necessário formar recursos com competências para trabalhar e criar novos modelos 3D, e temos população com disponibilidade e vontade de abraçar desafios ambiciosos como este. É necessário estimular a criatividade e orientá-la dentro das capacidades e potencialidades da tecnologia, para tirar o máximo partido dela, ou seja, perceber exactamente quais os limites actuais da tecnologia para se poder ser criativo dentro desses limites. É necessário adquirir know-how sobre os inúmeros materiais diferentes que existem, e que possibilitam imprimir tanto um pára-choques de um carro como uma prótese ortopédica. É urgente criar condições para formar um ecossistema, enquanto ainda é possível e não existem outros destinos mais atractivos para este novo Mundo. Se não fizermos nada, esse ecossistema surgirá em Singapura, Taiwan ou Califórnia. Quem conseguir concentrar no mesmo local know-how dos diferentes quadrantes que compõem e intervêm nesta tecnologia, estará a criar condições não só para influenciar mas também para participar activamente no seu desenvolvimento e liderar a definição e criação de novas funcionalidades. Ou seja, liderar esta gigantesca nova revolução industrial que já está em marcha. Ainda não é tarde. Mas já não temos muito tempo…
Enquanto se discutem investimentos em aeroportos ou linhas de alta velocidade, enquanto delapidamos os nossos parcos recursos a resgatar bancos falidos por má gestão, vamos desperdiçando as oportunidades que são realmente estratégicas e que podem melhorar a qualidade de vida da nossa população. É esse o destino que queremos?
Vale a pena relembrar que uma das indústrias que será afectada por esta nova tecnologia é precisamente a indústria de moldes, um dos porta-estandartes das nossas exportações. Não devemos ficar à espera que seja afectada para percebermos que é preciso fazer alguma coisa.
Relembro novamente os versos de Jorge Palma, “Portugal Portugal / Enquanto ficares à espera / Ninguém te pode ajudar”.
Consulte AQUI a primeira parte do artigo