As exportações da indústria alimentar e das bebidas subiram 9,46% nos primeiros seis meses de 2024, em comparação com igual período de 2023, indicam os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), citados pela FIPA (Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares).
No primeiro semestre do ano, este setor representou para Portugal, 3.991 milhões de euros em exportações.
Ainda por comparação a igual período de 2023, o défice da balança comercial da indústria alimentar e das bebidas decresceu e situa-se agora em 8,63%, indica o INE.
UE lidera importações nacionais
As vendas para países da União Europeia continuam a liderar as exportações portuguesas deste setor. No primeiro semestre deste ano, representaram 2.700 milhões de euros, o que se traduz um aumento de 13,87% face a igual período de 2023.
Os dados do INE revelam ainda que as vendas para fora da UE cresceram apenas 1,25%. “Ou seja, no primeiro semestre de 2024 as exportações da indústria alimentar e das bebidas para fora do espaço europeu cifraram-se nos 1.291 milhões de euros”, refere a FIPA.
Por países, a Espanha ocupa o primeiro lugar entre as nações da UE que mais compram à indústria alimentar e das bebidas portuguesa. Nos primeiros seis meses de 2024 o país vizinho absorveu 1.504 milhões de euros à indústria nacional, o que representa um aumento de 12% face a igual período de 2023.
O segundo lugar do pódio dos países europeus pertence à França, que no primeiro semestre deste ano comprou à indústria alimentar e das bebidas portuguesa bens no valor de 354 milhões de euros – um crescimento de 4% face ao primeiro semestre do ano passado.
Itália e Alemanha ocupam, respetivamente, o terceiro e quarto lugares entre os países que mais contribuem para as vendas da balança comercial deste setor em Portugal: respetivamente, 210 milhões de euros (mais 32% face a período homólogo de 2023) e 113 milhões de euros (mais 6%), segundo os dados do INE.
Brasil lidera fora da UE
No resto do mundo, foi o Brasil o país mais comprou a Portugal neste setor: absorveu bens no valor de 336 milhões de euros “e com isso impulsionou as exportações da indústria alimentar e das bebidas em cerca de 25% face ao primeiro semestre de 2023”, destaca a FIPA.
No cômputo global, Espanha, França, Brasil, Itália e Alemanha são os países que absorveram 63% do total das exportações da indústria alimentar e das bebidas.
“O setor agroalimentar nacional continua a crescer muito à custa do aumento das exportações e ganhos de quota internacionais, dada a qualidade e inovação dos produtos portugueses”, destaca o presidente da FIPA.
No entanto, Jorge Henriques alerta para as “incongruências no IVA e os Impostos Especiais sobre o Consumo” que, lamenta, “criam entraves às empresas, sobretudo, no mercado interno o que as leva a procurar alternativas noutras geografias”.
A indústria alimentar e das bebidas é a indústria transformadora que mais contribui para a economia nacional, tanto em Volume de Negócios – com 22,4 mil milhões de euros – como em Valor Acrescentado Bruto – são 3,8 mil milhões de euros.
É ainda a indústria transformadora que mais emprego gera, sendo responsável por mais de 112 mil postos de trabalho diretos e cerca de 500 mil indiretos.
“Assume, simultaneamente, uma grande importância no desenvolvimento do tecido empresarial – nomeadamente nas zonas do interior onde o setor situa as suas unidades industriais – e na afirmação do potencial de evolução da autossuficiência alimentar do país”, destaca ainda a FIPA.