Metade dos europeus planeiam poupar mais dinheiro nos cabazes de compras. Retalhistas afinam marca própria para ganhar tração
No ano passado, o setor registou a maior queda das margens em cinco anos e o volume de negócios na Europa caiu 7,1%.

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A inflação e a crescente sensibilidade dos consumidores aos preços e às promoções foram os temas que dominaram o panorama da indústria alimentar europeia em 2022. No ano passado, o setor registou a maior queda das margens em cinco anos e o volume de negócios na Europa caiu 7,1%, principalmente devido à inflação.
Estas são algumas das principais conclusões do estudo “Living with and Responding to Uncertainty: The State of Grocery Retail 2023”, elaborado pela McKinsey & Company e pela EuroCommerce, que analisa as principais tendências que irão moldar o setor alimentar nos próximos anos. O estudo baseia-se nos resultados de entrevistas realizadas a 50 CEO de empresas do setor alimentar na Europa e num inquérito a mais de 12.000 consumidores em onze países europeus (Reino Unido, Alemanha, Espanha, França, Itália, Países Baixos, Polónia, Suécia, Suíça, Bélgica e República Checa).
De acordo com os resultados, o setor está a enfrentar 2023 com prudência, estimando que os volumes do retalho se mantenham estáveis ao longo do ano, apesar de se esperar que 53% dos consumidores na Europa poupem mais dinheiro nos seus cabazes de compras.
A pressão sobre as margens continua a ser uma das principais preocupações do setor, com 88% dos gestores europeus a referirem esta questão como predominante nos próximos meses. À medida que a pressão do mercado aumenta, a análise aponta para uma necessidade crescente de inovação empresarial, economias de escala e investimento para proteger o futuro do negócio.
Para Ana Paula Guimarães, sócia da McKinsey & Company, “proteger os consumidores da inflação e do aumento dos custos da energia tem sido um grande desafio para os retalhistas e grossistas na Europa, aumentando a pressão sobre margens já relativamente comprimidas”.
Além de medidas de poupança, a homogeneização dos hábitos de compra entre famílias de alto e baixo rendimento e o crescimento da marca própria são mais tendências.
De acordo com o estudo, a quota de marcas próprias aumentou em média 1,9% na Europa. Em 2023, à medida que os consumidores planeiam reduzir ainda mais os seus gastos, 53% afirmam que desejam poupar dinheiro em alimentos e 36% dizem que pretendem comprar mais marcas próprias do que em 2022.
Mesmo que as condições de mercado melhorem, os consumidores podem continuar a comprar marcas próprias, visto que 84% dos inquiridos afirmam que a qualidade das marcas próprias é semelhante ou superior à qualidade dos produtos de marca.
As marcas próprias ajudarão os retalhistas a manterem-se atrativos enquanto os consumidores reduzem os gastos e durante o subsequente período de recuperação. De acordo com o estudo, 60% dos executivos afirmam que tentarão diferenciar a sua própria marca das marcas de terceiros em 2023.