“Esta primeira edição da Lisbon Food Affair surge num momento muito oportuno e desafiante”

A Lisbon Food Affair, promovida pela Fundação AIP, arranca este domingo e, durante três dias, vai ocupar dois pavilhões da FIL. Tendo como principais pilares a inovação, a internacionalização e a sustentabilidade, a LFA ambiciona proporcionar a todas as empresas, produtores e importadores novos contatos e novas geografias de negócios. 
O Hipersuper conversou com Marina Calheiros, Gestora Coordenadora da Lisbon Food Affair, que não tem dúvidas: a LFA quer funcionar como acelerador do processo de concretização de negócios e assumir-se como o grande marketplace das áreas do Food & Beverage, Horeca e Tecnologias para a Indústria Alimentar.

Quais as expetativas para esta 1ª edição da Lisbon Food Affair?
O evento está a ter uma excelente recetividade do mercado, e como tal, a corresponder às nossas expetativas. A recetividade prende-se, por um lado, pela importância que este evento tem na dinamização transversal do setor, mas sobretudo pela nova estratégia adotada, mais focada na realidade do mercado e mais orientada para a concretização de negócios.
Esta primeira edição da Lisbon Food Affair surge num momento muito oportuno e desafiante para o setor, marcado pelas alterações nos hábitos de consumo registados no pós-pandemia, pela guerra na europa, pelas dificuldades relacionadas com a logística e com o preço dos transportes, bem como pelo aumento da procura de produtos diferenciados, por oposição a uma oferta massificada.
Como sabemos, onde há mudança há oportunidades. Por isso, os objetivos da Lisbon Food Affair são muito claros: ser o palco onde as empresas se podem posicionar proactivamente e mostrar aos mercados as suas soluções, a sua inovação, a sua estratégia, as suas marcas, ser um espaço de experienciação, onde em tempo real é possível perceber a reação e aceitação do mercado nacional e internacional à oferta apresentada.
Só assim será possível alcançar o objetivo maior deste evento: o de funcionar como acelerador do processo de concretização de negócios e assumir-se como o grande marketplace das áreas do Food & Beverage, Horeca e Tecnologias para a Indústria Alimentar.

Que áreas vão estar representadas na feira e quantos expositores já confirmaram a presença?
A Lisbon Food Affair tem três grandes áreas. Particularizando cada área, posso avançar que o Salão LFA Food&Beverage reúne a oferta alimentar, organizada em torno de setores que representam a grande variedade da indústria de alimentação e bebidas. O visitante irá encontrar nesta área produtores agrícolas e de produtos regionais, a indústria e distribuição de alimentos e bebidas, investigação e polos académicos, entidades oficiais, setoriais e regionais, implantados em áreas de exposição como o Multi Foods, Food Lab, Saúde e Bem Estar, Regioes.pt, Regioes.com, Deli Foods, Vini.pt e a Área Internacional com participações de empresas individuais, agrupadas e países.
No Salão Lisbon Food Affair Horeca, que agrega a oferta para os setores da hotelaria e restauração, estarão os fabricantes e distribuidores de máquinas e equipamentos para hotéis, restaurantes, cafés, pastelarias e bares, produtos de higiene e limpeza, produtos de laboratório/HACCP, cutelarias, porcelanas e faiança, mobiliário, têxtil, fardamentos e artigos de decoração. Será possível encontrar as marcas, nacionais e estrangeiras reconhecidas pelo mercado.
Na área ou salão Lisbon Food Affair Technology encontramos a oferta de tecnologia e equipamentos para a indústria e distribuição alimentar. De caráter transversal, esta área cobre todas as necessidades tecnológicas presentes na cadeia alimentar, desde os ingredientes até à embalagem, passando pela manipulação, transformação e distribuição comercial. Estarão ainda presentes fabricantes e distribuidores de máquinas e equipamentos para a indústria de alimentos e bebidas e para a distribuição alimentar, embalagem, equipamentos de segurança e empresas de logística.
No momento estão inscritas mais de 160 empresas, das quais 20% são internacionais, que representam mais de 500 marcas. A representatividade é muita equitativa entre setores, estando o Food & Beverage com uma percentagem ligeiramente superior.
Sendo a inovação um dos principais pilares da LFA, é com satisfação que verificamos que neste momento temos 55% de empresas que participam pela primeira vez em eventos deste setor organizados pela FIL.

Como tem corrido a adesão de importadores?
Temos 20% de empresas internacionais diretamente representadas, sendo que este número será muito maior se tivermos em conta que a maioria das empresas vêm de forma agrupada, e como tal, cada uma delas irá trazer várias empresas integradas. Os países representados são África do Sul, Brasil, Eslováquia, Espanha, França, Itália, Peru, Polónia e Suécia, sendo que há perspetivas de poder contar com outros mercados. A maior parte participa no setor Food & Beverage embora também marquem presença no Horeca e na Tecnology.

O que oferece este evento de diferente?
A Lisbon Food Affair tem um posicionamento diferenciador, com forte aposta na inovação, sustentabilidade e internacionalização, adaptado às novas necessidades e exigências dos consumidores/mercados e, por consequência, aos desafios das empresas e do mercado global, destacando-se a representação de participações internacionais que totalizam mais de 20%.
A internacionalização, inovação, sustentabilidade, digitalização do setor, são os principais eixos de desenvolvimento do evento. Se a estes pilares juntarmos a excelência dos produtos portugueses, reunimos os elementos diferenciadores. É uma marca de autenticidade que irá juntar na capital portuguesa fatores de diferenciação e diversidade gastronómica. Queremos criar uma marca inovadora e exclusiva, com pilares na inovação, especialização e concentração. Um novo conceito, com a ambição de ser o melhor evento do setor agroalimentar de sempre em Portugal.

Acha que, face ao contexto que atravessamos, feiras como a LFA podem ser uma mais-valia para as empresas terem mais oportunidades de negócios? A internacionalização pode ser o que vai fazer a diferença em 2023?
Sem dúvida que as empresas podem encontrar na Lisbon Food Affair um marketplace, qualificado e diferenciador para as áreas do Food & Beverage, Horeca e Tecnologias para a Indústria Alimentar. Além disso, estamos a trabalhar para garantir que seja uma marca de excelência de promoção dos produtos e serviços.
A internacionalização surge como um dos principais eixos estratégicos deste evento e procura posicionar o mercado nacional no contexto global.
Os compradores internacionais estão na agenda estratégica da Lisbon Food Affair, não só como resposta à retração da economia interna, mas também como meio de afirmação do evento no exterior.
Estamos a trabalhar com entidades como o AICEP, o IAPMEI e uma empresa de consultoria internacional, especialista na identificação e captação de compradores, para identificar e analisar perfis de compradores internacionais. A Lisbon Food Affair será o marketplace para o desenvolvimento de oportunidades de negócio através de reuniões de qualidade (business meetings) personalizadas entre as empresas mais representativas do setor de alimentos e bebidas e grandes compradores e importadores de todo o mundo.
Há cada vez maior pressão para as empresas procurarem um novo posicionamento e olharem para o mercado de outros ângulos. Por essa razão, a Lisbon Food Affair constitui uma excelente oportunidade para todo o tecido empresarial do setor agroalimentar marcar encontro com novos players, novas marcas e produtos e novas geografias de negócios.
Quando falamos de Internacionalização é nos dois sentidos, por isso é também forte a aposta que fazemos na vinda de compradores estrangeiros. Estão confirmados cerca de 50 buyers provenientes de mercados estratégicos como Alemanha, Angola, Brasil, Cabo Verde, Colômbia, Espanha, França, Marrocos, Países Baixos, Polónia.

A sustentabilidade será um dos temas em maior destaque na LFA. Que iniciativas têm previstas? Enquanto organização quais as preocupações?
Pretendemos que a Lisbon Food Affair vá ao encontro das novas realidades e desafios das empresas e do mercado global. Nesse sentido, é relevante que sejam abordados, no contexto do evento, temas como a sustentabilidade ambiental e social, a economia circular, o packaging, o desperdício alimentar e não alimentar, a inovação e a biotecnologia.
A Lisbon Food Affair será o palco de debate destas temáticas, envolvendo os parceiros estratégicos deste evento e de atividades paralelas em torno da sustentabilidade. No espaço do LFA HUB teremos cerca duas dezenas de apresentações comerciais e mais de 30 demonstrações de showcooking, para além dos mais de 20 temas que estarão a debate, envolvendo os parceiros estratégicos, assim como a oferta e a procura.

No âmbito das intervenções gostava de destacar:

• APED – “Os desafios da cadeia de abastecimento em contexto inflacionista”
• AHRESP – “Desafios 2023: Financiamentos e Poupança Energética no Canal Horeca“
• AICEP | ANI | IAPMEI | AHRESP – “Projectos, Fundos e Incentivos de apoio à Internacionalização – o Sector Agroalimentar em foco”
• APN – Associação Portuguesa de Nutrição – “Dieta Mediterrânica: ferramenta para a Sustentabilidade Alimentar, Indústria, Distribuição e Hotelaria”
• COTHN – “Projetos aprovados no âmbito da promoção dos produtos agroalimentares, no âmbito do PRR “
•  MONERIS – “Tecnologias, práticas e certificação da maturidade digital”, “Experimentar antes de investir e como financiar a transformação digital”
• INNOVAGENCY – O Digital e o impacto no Sector Alimentar;  A Digitalização do Sector Agro-Alimentar – da Indústria à Distribuição;  A importância da IA ao serviço do retalho alimentar e de unidades hoteleiras: Casos de sucesso;
• ISA | LEAF – Alimentos do Futuro: Alternativas sustentáveis e Nutritivas
• KANTAR – “Kantar Consumer Savoir-Faire: a visão 360º dos portugueses”