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Queremos ser a principal referência no que respeita a cervejas artesanais portuguesas

Por a 27 de Outubro de 2022 as 12:19

A Letra – Cerveja Artesanal do Minho foi lançada em 2013 no mercado português e hoje já está presente em vários países como Holanda, França, Eslovénia, Suécia, Dinamarca ou Brasil. O Hipersuper falou com Francisco Pereira e Filipe Macieira que não escondem a ambição de tornar a Letra na grande referência das cervejas artesanais portuguesas.

Cerveja LetraA Fermentum, empresa mãe que detém a marca Cerveja LETRA, surge como spin-off da Universidade do Minho, em 2013, mas a ideia de constituir a empresa começou a fermentar em 2008. Francisco Pereira e Filipe Macieira tiveram durante o Mestrado em Engenharia Biológica projetos ligados ao ramo cervejeiro e esta ideia surgiu de forma natural. As primeiras cervejas foram produzidas precisamente nessa altura, à escala laboratorial no Departamento de Engenharia Biológica da Universidade do Minho. O objetivo passou sempre por desenvolver cervejas diferenciadoras das existentes até então no mercado nacional.

Para cada Letra do abecedário corresponde um estilo de cerveja diferente. Como funciona o processo criativo e o de produção em si?
A base da ideia da marca sempre foi criar informação de uma forma que o cliente aprendesse enquanto apreciava uma das nossas cervejas. Sabemos que o consumidor atual tem à sua disposição muitos produtos o que torna difícil criar laços com determinadas marcas. A Letra surge para resolver esse problema de decorar qual a cerveja favorita, para isso basta seguir o alfabeto.
Cada Letra da A à G, têm estilos distintos com sabores mais simples até aos mais complexos e amargos. Em termos de produção, a gama Letra (a-g) são as receitas com maior procura e temos cubas de fermentação dedicadas a cada uma dessas receitas. No entanto temos muitas outras receitas que desenvolvemos de forma sazonal por forma a dar novidades ao mercado e a trazer novos aromas, novas sensações. Como é que tem sido a evolução do negócio?

Quais os maiores obstáculos com que se têm deparado? Devido à localização da nossa marca, cuja sede é em Vila Verde, bem no coração do Minho, temos necessidade de criar maior comunicação e esforço acrescido de marketing e criação de eventos para que a nossa marca tenha uma presença forte no mercado nacional. Se estivéssemos localizados mais próximo dos grandes centros como Porto ou Lisboa esse esforço seria menor pois já estaríamos mais próximos do cliente com maior poder de compra. Nesta fase, pós-covid e durante o conflito Rússia-Ucrânia os custos de matérias-primas têm crescido brutalmente em toda a cadeia de valor, ou seja, desde o cereal até à caixa de cartão com grande ênfase no vidro.

Qual foi o valor das vendas em 2021? Cresceu ou diminuiu em relação a 2020?
Como praticamente todas as empresas dedicadas à produção de bebidas e restauração, o volume de negócios da empresa decresceu em 2020 relativamente a 2019. Em 2021 existiu já uma recuperação (não atingindo ainda valores de 2019) e fixando-se nos 900.000€. Em 2022, os negócios decorreram a bom ritmo estando a empresa a entrar no último trimestre e com possível crescimento relativo a 2019 (ano pré-pandemia) na ordem dos 30% o que é para nós um sinal fantástico da força que a marca continua a apresentar no nicho de mercado das cervejas artesanais portuguesas em Portugal. Escassez de matérias-primas e aumento generalizado dos custos a nível produtivo e energético.

Que reflexo está a ter esta realidade na vossa empresa?
Uma adaptação diária ao mercado, tivemos de fazer ajustes nos preços de revenda das nossas cervejas, neste momento há uma grande incerteza e a oscilação de preços é quase diária. Apesar dos custos de produção terem aumentado cerca de 30%, o foco da nossa marca continua a ser o mesmo, comprar matérias-primas de máxima qualidade para ter um produto completamente diferenciado no mercado.

Quais as previsões para 2023?
Abertura de novos espaços Letraria, no centro histórico de Lisboa e eventualmente outro espaço no Minho. Sabemos que as Letrarias têm um conceito muito forte em zonas turísticas onde os consumidores podem apreciar as melhores cervejas artesanais portuguesas acompanhadas de um ambiente descontraído e pelos melhores petiscos. Letrarias são espaços conceptuais sempre com as melhores cervejas e comidas sob um conceito distinto (jardim, fábrica de cerveja, biblioteca ou música vinil).
Neste momento existem 4 Letrarias, Vila Verde, Porto, Braga e Ponte de Lima são as localizações destes espaços. Ao mesmo tempo prevê-se um aumento da área de distribuição das nossas cervejas em todo o país decorrente de um acordo de representação a nível nacional recentemente implementado, em particular esperamos também um aumento das vendas em lata, já que é uma linha que a marca tem apostado para cervejas com mais lúpulo sendo mais sustentável, reciclável e mais fácil de transportar e que está muito ligado à nossa estratégia de internacionalização da marca.

Como é que a vossa marca se distingue num mercado tão concorrencial?
A cerveja Letra é a única marca do mercado que tem quatro espaços de venda próprios, designados como Letraria que permite a venda, comunicação e serviço das cervejas nas melhores condições e qualidade. É uma marca que cresceu do seio da Universidade do Minho (UM) e tem uma vertente muito forte de investigação e desenvolvimento. Toda a aprendizagem e colaboração com outras marcas pelo mundo fora, permitiu à marca hoje ter mais de 25 cervejas distinguidas em concursos internacionais. Além disso, é um projeto que sempre cresceu de forma sustentada nunca investindo desmesuradamente, sempre numa base de sustentabilidade financeira e inovação constante. Até agora os lucros da empresa servem para criar melhores condições de trabalho e otimização da linha de produção permitindo obter cerca de 100 cervejas diferentes por ano com qualidade superior, e que transportam a marca para uma das mais criativas e inovadores do mercado português. É essa a nossa visão, que se cruza com a visão da empresa e que todos os dias tentamos passar aos nossos colaboradores.

cerveja-letra-2Sobre os vossos espaços Letraria. Porquê esse passo?
O mercado consome mais cerveja fora do que em casa. Esse dado estatístico revela que o preço a pagar por um produto num estabelecimento é bem superior quando comparado com o mesmo produto numa prateleira de um supermercado. Ao mesmo tempo a qualidade de uma experiência associada ao consumo de cerveja artesanal é muito influenciada pelo serviço e a qualidade do staff em comunicar o produto e a história por trás da marca.

Já estão em algum mercado fora de Portugal?
Em que consiste a vossa estratégia de internacionalização? Sim, neste momento temos vários distribuidores em países como Holanda, França, Eslovénia, Suécia, Dinamarca, Brasil. A estratégia é oferecer um produto diferenciado, temos uma linha de cervejas maturadas em barrica de vinho do porto por mais de dois anos, que dá uma diferenciação grande no mercado e atrai novos mercados. A estratégia passa também por estar presente em feiras e festivais de cerveja artesanal mostrando o nosso produto a clientes e distribuidores por forma a termos cada vez maior presença em mercados alvo.

Quais são os objetivos a médio/longo prazo?
Continuar o crescimento sustentado, oferecer cervejas de extrema qualidade e diferenciadas no mercado, tornar a cerveja Letra como a principal referência no que respeita a Cervejas Artesanais portuguesas.

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