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Os 12 temas que vão marcar a agenda do grande consumo em 2022

O Hipersuper foi ao encontro de alguns dos principais protagonistas do setor do grande consumo, dos mais diversos setores de atividade, e resume em 12 tópicos as grandes tendências que vão influenciar o setor em 2022

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Os 12 temas que vão marcar a agenda do grande consumo em 2022

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SustentabilidadeO Hipersuper foi ao encontro de alguns dos principais protagonistas do setor do grande consumo, dos mais diversos setores de atividade, e resume em 12 tópicos as grandes tendências que vão influenciar o setor em 2022

Por Filipe Pacheco e Rita Gonçalves

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1. A grande inflação

“Em 2022, uma elevada instabilidade nos custos das empresas conduzirá a uma forte tendência inflacionária”. Os alertas chegam de todos os setores de atividade do grande consumo. Alguns preços de produtos alimentares já subiram (casos dos cereais de pequeno-almoço, massas, óleo e azeite), outros vão aumentar até ao final deste ano e outros ainda no início e no decorrer de 2022. “Vamos ter um ano tenso”, vaticina Graça Mariano, diretora executiva da APIC (Associação Portuguesa dos Industriais de Carne), em declarações ao Hipersuper. É que a subida dos custos da energia, do transporte e das matérias-primas, como o cartão e o plástico, assim como as disrupções que têm vindo a afetar o normal funcionamento da cadeia de abastecimento, já estão e irão continuar a refletir-se, ao longo do próximo ano, nos preços praticados junto do consumidor final.

“Uma grande inflação irá afetar os produtos alimentares, em especial os que têm carne de porco”, avisa Graça Mariano, acrescentando que os atuais preços da carne de porco são insustentáveis e, até ao final do ano, irão certamente começar a subir. “Esta subida prende-se com o enorme incremento dos preços do cartão, do plástico, dos custos energéticos e de matérias-primas auxiliares”, justifica a diretora executiva da APIC.

Luís Mira, secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), também está convicto de que o principal tema que irá marcar a agenda das empresas de grande consumo em 2022 será o do “previsível aumento dos preços dos bens agrícolas e alimentares, por via do aumento dos custos de produção, da energia e dos transportes”, à medida vai tendo lugar a retoma gradual do consumo para níveis da fase pré-pandemia.

O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, enumera, por sua vez, dois fatores principais que poderão condicionar a evolução do setor de grande consumo no próximo ano, em especial durante o primeiro trimestre. “Um desses pontos é, naturalmente, a evolução da pandemia e o outro é o aumento de preços relacionado com a escassez de algumas matérias-primas, fatores que irão implicar uma especial atenção nomeadamente nas estratégias de venda e nas políticas de preço”.

João Vieira Lopes chama ainda a atenção que a subida generalizada dos preços dos bens não é um problema exclusivo do setor alimentar. “No comércio não alimentar os problemas associados à falta de matérias-primas e às dificuldades logísticas, em setores como, por exemplo, o automóvel e os eletrodomésticos, poderão ter consequências sérias no desenvolvimento das atividades, penalizando empresas de menor dimensão ou lojistas independentes”.

2Disrupções na cadeia de abastecimento

O tema da disrupção da cadeia de abastecimento está intimamente ligado à tendência inflacionista destacada no ponto anterior. A escassez e a dificuldade de obtenção de matérias-primas, ingredientes, embalagens e outros bens intermédios essenciais à regular laboração da indústria, conjugados com a escassez de contentores, de barcos e custos e tempos de transporte sujeitos a especulação, são problemas que se irão manter em 2022, acredita Deolinda Silva, diretora executiva da Portugal Foods.

Embora a crise sanitária não esteja ultrapassada, com os seus efeitos ainda a fazerem-se sentir no mercado, a grande preocupação da fileira do grande consumo prende-se atualmente, na opinião de Pedro Pimentel, diretor geral da Associação Portuguesa dos Produtos de Marca, com a gestão dos impactos que as disrupções nas cadeias de abastecimento estão a provocar.

O diretor geral da Centromarca diz que ainda é cedo para dizer se os problemas relacionados com a cadeia de abastecimento são estruturais ou conjunturais. Sendo certo que o próximo ano será seguramente marcado pelos impactos das disrupções da cadeia de abastecimento e pela forma como inflacionarão os custos, podendo originar problemas de acesso a produtos, matérias-primas e materiais de embalagem, verifica-se por parte dos operadores do mercado uma verdadeira “corrida contra o tempo” para minimizar e corrigir esses problemas, “pelo que não é seguro se o seu efeito será marcadamente estrutural ou se, progressivamente, adquirirá contornos estruturais”.

A juntar a isso, “os efeitos económicos gerados ou ampliados pela pandemia vão também estar no topo das preocupações, pois quebras no nível de emprego ou a redução efetiva do rendimento disponível das famílias terão sempre um impacto negativo no mercado de grande consumo”, afirma Pedro Pimentel, em declarações ao Hipersuper.

Pedro Queiroz, diretor geral da Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares, afirma estar a acompanhar de perto o desenvolvimento global do mercado de matérias-primas e a evolução dos custos, “com o objetivo de fazer parte de uma solução que deve passar pelo trabalho conjunto de toda a cadeia de valor, mas, acima de tudo, pela colaboração diplomática e económica entre os governos português e europeu”.

O diretor geral da FIPA acrescenta que tendo em conta a imprevisibilidade e a volatilidade que caracterizam atualmente o mercado, o melhor conselho que pode dar às empresas assenta na lógica do “be prepared”. “Ou seja, estarmos prontos para responder às mudanças que, mais do que nunca, podem acontecer literalmente de um dia para o outro e exigir novas formas de produzir, de chegar ao consumidor e de comunicar”.

3Saúde e conveniência: os drivers do consumo

A saúde, o bem-estar, a conveniência e a sustentabilidade serão os principais drivers de consumo no próximo ano. “Há uma clara aposta da indústria no desenvolvimento de produtores inovadores com formatos on-the-go, produtos free from (sem glúten, lactose e aromas artificiais) e produtos funcionais”, como são exemplo os probióticos e os enriquecidos em vitaminas e minerais, resume Deolinda Silva, diretora executiva da Portugal Foods, com base nos estudos desenvolvidos pela marca umbrela do setor agroalimentar nacional.

Em termos concetuais, estão a ganhar terreno os produtos e as marcas com políticas de responsabilidade ética, ambiental e social bem definidas, “uma vez que o consumidor é cada vez mais consciente no ato de compra”. As empresas devem apostar, por isso, em tecnologia que permita “a rastreabilidade dos produtos ao longo da cadeia de abastecimento e otimizar o relacionamento com o consumidor, garantindo transparência na informação e nos seus compromissos de responsabilidade ambiental, social e ética”, aconselha a responsável.

Segundo a diretora executiva da Portugal Foods, a embalagem é um dos alvos de maior investimento por parte da indústria nacional. “Não só pela sua função protetora, como pela sua intervenção no produto, quer seja na sua conservação quer seja na possibilidade de aportar novas características, mas também pela procura de soluções mais sustentáveis”, com menos plástico, biodegradáveis e recicláveis.

No que diz respeito ao consumidor português, este acentuará a preocupação com a aquisição de produtos made in Portugal. “Este é um cenário que temos vindo a observar, nos últimos anos, mas que a pandemia veio acelerar”, confirma Luís Mira, acrescentando que está a aumentar a consciência sobre as vantagens de consumir o que é nacional.

Gonçalo Lobo Xavier, diretor geral da Associação das Empresas de Distribuição (APED) acrescenta que o desejo de conveniência vai estar ainda mais presente na forma de estar do consumidor, “o que pressionará as marcas a adaptarem rapidamente as suas operações, à semelhança do que aconteceu em período de pandemia, tão caracterizado pela reinvenção e impulso das compras online”. O diretor geral da APED ressalva, no entanto, que isto não significa que a experiência em loja física irá diminuir. “Quer dizer, sim, que as compras feitas em todo o tipo de canais vão estar cada vez mais presentes, havendo um mix de utilização das ferramentas digitais e preferência por experiências em loja física”.

O diretor geral da FIPA fala no renascer de um consumidor que procura cada vez mais novos sabores, prazer e experiências na sua alimentação, fruto dos efeitos e das privações provocadas pela pandemia. Pedro Queiroz cita o World Food Innovation Barometer para indicar que, em 2020, dar resposta a este “novo consumidor” foi o principal motor (46,5%) da inovação na indústria agroalimentar.
O presidente da CCP, poe sua vez, acrescenta a tendência por parte do consumidor nacional da valorização de produtos com uma forte componente de serviço associado e de produtos mais sustentáveis ou associados a consumos mais saudáveis.

Uma das principais tendências na área da alimentação é a nutrição especializada e abarca os setores alimentar, de bebidas e suplementos alimentares. Marcas de grande consumo, fornecedores de ingredientes e retalhistas precisam de estar muito atentos às mudanças na forma como os consumidores encaram a relação entre a saúde e a alimentação no pós-pandemia, aconselhou Rick Miller, associate director of Specialist Nutrition, na Mintel, por ocasião da sua passagem pelo Porto para participar, como orador, na conferência internacional Dare2Change, organizada pela PortugalFoods, pelo Colab4Food e pelo INIAV.

De acordo com o estudo “Mintel’s Global Consumer trends 2022”, há três ideias a ter em conta quando se fala em nutrição especializada: Enjoyment Everywhere (prazer em todos os lugares), In Control (no controlo) and Climate Complexity (complexidade climática). A primeira ideia explica como os consumidores estão desesperados por experiências positivas, depois dos confinamentos a que foram sujeitos para combater a pandemia, e como anseiam explorar novas experiências no mundo virtual e físico. “Nos próximos 12 meses, os consumidores vão procurar marcas que os ajudem a escapar das más notícias relacionadas com saúde, procurando experiências positivas”, afirmou o responsável, em declarações ao Hipersuper.

No mesmo sentido, a ideia “In Control” descreve a forma como os consumidores procuram alguma estabilidade, depois de um período de incerteza que ainda não terminou. “As marcas de nutrição especializada podem capitalizar esse sentimento entre os consumidores, aumentando a transparência em torno dos ingredientes do produto, da eficácia do produto e da flexibilidade em opções de pagamento”, exemplifica Rick Miller.

Por último, a ideia de “Climate Complexity” que detalha como a preocupação dos consumidores com o clima atingiu o auge com a procura de soluções para reduzir a sua pegada de carbono. “Os consumidores procuram empresas que os ajudem a fazer escolhas conscientes enquanto compram: materiais de embalagem com menos plástico, com materiais recicláveis e produtos locais”, exemplifica o responsável da Mintel.

4. Sustentabilidade ética, ambiental e social

A sustentabilidade, nas vertentes ética, ambiental e social, estará certamente no topo das prioridades das empresas no próximo ano, até porque, como lembra Gonçalo Lobo Xavier, vão surgir novidades em matéria de legislação. “A otimização do processo de produção, a redução de recursos e energia, uma maior transparência na comunicação, assim como a diminuição da utilização de plástico, a reciclagem, o combate ao desperdício alimentar e a neutralização das emissões carbónicas vão estar na ordem do dia”.

Ter um propósito social tornou-se mandatório durante a pandemia e vai passar a fazer parte do comportamento e da seleção das marcas por parte do consumidor, aponta Marta Brito, responsável pelos estudos de mercado da direção de marketing da Central de Cervejas. Os consumidores são atualmente mais propensos “a optar por produtos que apoiam a comunidade e que contribuem para fazer mudanças positivas no mundo”. Segundo a responsável, são os millennials quem mais se preocupa com este tema. “São as entidades públicas, nacionais e internacionais, as grandes empresas e a população como um todo que têm maior responsabilidade de ter comportamentos sustentáveis”.

Graça Borges, diretora de comunicação, relações institucionais e sustentabilidade do grupo Super Bock, considera que a sustentabilidade assumiu um papel central na vida dos consumidores. “São cada vez mais atentos e exigentes e assumem comportamentos de consumo mais inteligentes e responsáveis, o que passa, por um lado, por adquirem produtos que revelem uma maior preocupação com o seu impacto ambiental e, por outro, apresentem uma composição mais natural, adequando-se aos estilos de vida cada vez mais ativos e saudáveis”.

Patrícia Falcão Duarte, secretário-geral da Fenazeites, chama ainda a atenção para o tema do aquecimento global e da falta de água. “O sul da Europa é uma das regiões mundiais mais afetadas pelas alterações climáticas, o que provoca uma grande seca e a consequente escassez de água”, alerta a responsável, ressalvando que todos estes fatores conjugados são uma fonte de preocupação para o setor da agricultura e concretamente para as cooperativas olivícolas e os olivicultores nacionais. “A agenda das nossas empresas associadas vai passar pela adaptação às alterações climatéricas, utilização sustentável da água, redução da utilização e produtos fitofarmacêuticos e adoção de práticas mais amigas do ambiente.

5. Online continua muito acima dos valores de 2019

O ano que está a terminar mostrou que o canal online acelera e desacelera em função da maior ou menor mobilidade dos consumidores, constata Pedro Pimentel. O diretor geral da Centromarca acredita que o ano de 2022 irá consolidar essa tendência. “O que vai fazer com que muitas iniciativas, mais ou menos oportunísticas criadas nos períodos mais críticos da pandemia, sejam agora sujeitas a testes de consistência e resistência”. Pedro Pimentel acredita que será a altura de “separar o trigo do joio”, mas também “de observar investimentos de consolidação e de entrada, de forma estruturada no canal digital (por exemplo, adotando uma política de aquisições) de operadores que não o fizeram apressadamente, na fase mais dura da pandemia.

João Vieira Lopes considera provável que, com o aumento do comércio online, fecharão portas algumas lojas de rua na área do retalho especializado. Ainda assim, esta “tendência será matizada pela crescente apetência dos consumidores por lojas de rua e atividades ao ar livre”.

O presidente da CCP acrescenta que a rápida transformação da logística associada às compras online manterá o ritmo de mudança em 2022, “com a entrada de novos operadores na gestão de dark stores, o aparecimento de novas plataformas logísticas de entregas colaborativas e ainda o desenvolvimento de espaços de recolha de produtos”.

A compra online parece ter ficado mais enraizada em determinadas categorias, como é o caso dos artigos para a casa, dos bens alimentares, roupa e livros, constata a responsável pelos estudos da direção de marketing da Central de Cervejas. “É cada vez mais relevante uma oferta híbrida e complementar entre o canal online e o canal offline”, sustenta Marta Brito.

6. O regresso às lojas físicas e a recuperação gradual do Horeca

2022 ficará marcado pelo regresso dos consumidores às lojas físicas, embora com uma redução do tempo passado no espaço físico, uma tendência que resultou da pandemia e que veio para ficar. Mas esse regresso não significa mais consumo no lar. Pelo contrário. “Estima-se que aumente o número de insígnias visitadas e que o consumo no Horeca recupere lenta e gradualmente”, afirma a diretora executiva da APIC. Registar-se-á, assim, transferência de consumo de dentro para fora do lar, com a redução do número de itens comprados no retalho. “Os consumidores vão fazer um planeamento mais consciente e organizado das suas compras com um foco crescente no custo-benefício”, considera Graça Mariano.

Na opinião de João Vieira Lopes, em termos de formatos de retalho, “continuaremos a assistir à expansão de alguns grupos (novos grupos a operar em Portugal) ou expansão das redes já existentes”, acrescentando que “poderão esbater-se as diferenças entre lojas discount e outros formatos, fruto da conjugação de fatores como o preço, mas também pelos fortes investimentos que as redes de retalho discount estão a fazer em Portugal”.

7Lojistas esperam recuperação

Depois de dois anos em que grande parte do retalho especializado esteve, por diversos períodos, encerrado, os lojistas esperam uma retoma do comércio em 2022. Mas com cautelas. E muitas. “Apesar dos sinais menos positivos que se verificam ao dia de hoje esperamos que, após dois anos desastrosos, possamos ter um 2022 globalmente positivo para o setor do comércio. Enquanto associação procuramos cuidar do presente dos nossos associados, sermos proativos para o futuro”, refere Miguel Pina Martins, presidente da Associação de Marcas de Retalho e Restauração (AMRR).

No entanto, a associação que representa os lojistas considera que ainda existem sinais de preocupação. “Estamos a terminar o ano 2021 com sinais que nos preocupam e que por isso geram incerteza e imprevisibilidade. Ainda assim, diria que os nossos associados têm demonstrado resiliência e capacidade de adaptação e inovação, pelo que esperamos que possamos ter, finalmente, um ano positivo para o comércio, quer físico, quer online, quer em centros comerciais, quer na rua”, acrescenta o responsável.

Para o futuro, o presidente da AMRR considera que há um tema “absolutamente essencial” a ser tratado. “Respeita à necessidade de uma regulação equilibrada, sadia, justa entre proprietários de centros comerciais e lojistas”, sentencia.

8Marcas da distribuição e atenção ao preço ganham força

Os bens de grande consumo estão a evidenciar bons níveis de crescimento, a atingirem 3,3% na quadrissemana de 11 de novembro a 7 de setembro, em comparação com igual período de 2020, quando o crescimento andou na ordem dos 6,5%, segundo dados da Nielsen. Tanto as marcas da distribuição como as marcas de fabricante demonstram, por esta altura, bom dinamismo. No entanto, o maior crescimento vai para as marcas de fabricante, que registaram uma subida de 3,8%, enquanto as marcas de fabricante registaram uma subida de 2,9%.

E há quem vaticine que, para 2022, as marcas de fabricante registem ainda mais ganhos em relação às marcas de fabricante. “As marcas da distribuição vão ganhar terreno”, diz Graça Mariano, diretora executiva APIC, acrescentando que estas voltarão a “ganhar quota de mercado”.

Neste momento, as categorias de alimentação, de higiene pessoal e de higiene do lar são as que estão a crescer a um ritmo superior às marcas de fabricante, constituindo as bebidas a exceção, território dominado pelas marcas de fabricante. Em higiene pessoal, as marcas da distribuição apresentam um crescimento de 6,2%, enquanto que as marcas de fabricante registaram uma subida de 2,4%. Na alimentação, o crescimento das marcas de fabricante fica marcado pela estabilidade, tendo as marcas de distribuição crescido 2,9%. Já na categoria de higiene do lar, que cresceu 1,7%, as marcas da distribuição registaram um crescimento de 4,4%.

Apesar do crescimento em valor no mercado dos bens de grande consumo neste final de ano, ainda se fazem sentir receios em relação aos efeitos da pandemia no setor do grande consumo para 2022. “Os efeitos económicos recessivos gerados ou ampliados pela pandemia vão também estar no topo das preocupações, pois quebras no nível de emprego ou a redução efetiva do rendimento disponível das famílias terão sempre um impacto muito negativo no mercado do grande consumo”, sublinha Pedro Pimentel.

O responsável da Centromarca acredita, por outro lado que 2022 “será, de forma ainda mais acentuada do que o habitual, um ano de competição agressiva – e de resultado incerto – entre as marcas de fabricante e as marcas próprias dos operadores do retalho”. “O contexto económico é muito relevante, mas essa competição será empolada pela concorrência, a esse nível, entre operadores do retalho e pelo comportamento mais dinâmico que é atualmente apresentado pelos operadores de discount, onde a marca própria assume uma preponderância, mas também um peso nas vendas, muito mais amplo do que nos operadores mais convencionais”, acrescenta.

Também vincando a crise que ainda se vive na economia portuguesa, Patrícia Falcão Duarte antecipa que os consumidores focarão muitas das suas escolhas baseados no preço dos produtos. “É possível que o consumo de azeite volte a retrair-se em virtude da crise que atravessamos. A grande maioria dos consumidores não privilegia a qualidade do azeite e desconhece a diferença entre um azeite extra-virgem e um azeite virgem. Num contexto de crise a escolha vai ser em função do preço e do grau de acidez”, diz.

Já Marta Brito diz que há hábitos adquiridos, durante a pandemia, que continuarão a ser importantes para os consumidores. “Há mais atenção aos gastos. Aos poucos vamos voltando à normalidade e perdendo o medo. Mas é certo que existem hábitos que vieram para ficar, nomeadamente a atenção aos preços”, diz a responsável pelos Estudos de Mercado da Direcção de Marketing da SCC.

Por outro lado, nas prateiras do supermercado tenderão a existir as mesmas práticas anteriores à pandemia. “As promoções voltarão aos níveis pré-pandemia”, esperando-se um aumento da “frequência e profundidade promocional”, antecipa Graça Mariano.

9. Escassez de mão de obra

A falta de mão-de-obra sente-se em vários setores de atividade, desde os transportes à restauração, passando também pela construção civil e pela agricultura. Neste último setor, a CAP considera que o problema é “grave e endémico”.  “Quase não se tem falado noutra coisa desde há meses, e não apenas no setor da agricultura: a falta de mão-de-obra é um problema grave e endémico, é um problema transversal a vários setores e regiões”, afirmou, recentemente, Eduardo Oliveira e Sousa, presidente da CAP, em declarações à Lusa.

Uma das culturas que está a sentir a escassez de trabalhadores é a da da azeitona. “Existe uma interrupção no ciclo migratório da mão-de-obra, derivado da pandemia COVID-19, que está a afetar a campanha de apanha da azeitona”, afirma Patrícia Falcão Duarte.

Esta crise da falta de mão-de-obra está a sentir-se a nível internacional e assume grandes proporções no setor dos transportes. No Reino Unido a falta de mão-de-obra no setor dos transportes, que se calcula que seja de 100 mil trabalhadores, fez-se sentir a vários níveis. Devido à falta de camionistas, o Governo foi chamado a intervir e convocou militares para fazerem o abastecimento das bombas de gasolina. Mas a escassez de camionistas também teve repercussões nas prateleiras dos supermercados. Problemas logísticos de transportes fizeram com que muitos supermercados tivessem lineares sem produto.

Por cá, a situação não é tão grave. E não se assistirá a falta de produto nos supermercados, como garantiram, recentemente, num congresso da GS1 Portugal, responsáveis da distribuição e da indústria. Mas o que é certo é que o problema existe.

Em setembro, Anacleto Rodrigues, presidente do Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), avisava que o problema tenderá a agravar-se. “Não há novos motoristas a entrar na profissão. Os que chegam são imigrantes que usam Portugal como ponto de passagem para ter documento para depois irem para o Norte da Europa onde as condições são mais atrativas e para onde muitos motoristas portugueses têm ido nos últimos anos”, referia o presidente do SIMM, em declarações à TSF. O responsável explicou, por outro lado, que o agravamento da situação esteve também relacionado com a pandemia e com o crescimento do comércio online, por obrigar a uma maior movimentação de camiões.

Por parte da Antram, o problema reside no excesso de burocracia da legislação europeia.

10. Pressão sobre os fornecedores do retalho

Graça Mariano considera que 2022 será marcado por um “aumento da concorrência no retalho transferindo essa pressão para os fornecedores e produtores”. O aumento dos custos em toda a cadeia de distribuição conduzirá, por outro lado, a uma perda de margem por parte dos fabricantes. Rui Miguel Nabeiro, o grupo Nabeiro – Delta Cafés, admitiu recentemente que os fabricantes terão de conviver, em 2022, com essa realidade. No congresso da GS1, realizado recentemente, disse que a pressão passará para o lado dos fabricantes para acomodar a inflação. “Não seria realista se não estivesse preocupado com este tema. Vemos fornecedores a pedir aumentos de 30%. Como é que se acomoda aumentos de 30%? Depois, naturalmente, não é possível passar isso para o consumidor”, afirmou.

Por isso, para os responsáveis da distribuição está fora de hipótese transferir, na totalidade, o aumento dos custos para os preços praticados ao consumidor final.  Temos de encontrar processos mais simples para não passar tudo para o consumidor. Não seria correto da minha parte, com o papel que tenho no mercado, fazer uma passagem só para a distribuição. A indústria aumenta, por exemplo 20%, e eu aumento 20% na prateleira? Não é esse o nosso papel, não é o nosso propósito. Todos temos de encontrar soluções para que isto não aconteça”, afirmou, na mesma ocasião, Pedro Cid, CEO da Auchan Portugal.

Ainda assim, dada a realidade atual do aumento dos custos em toda a cadeia de valor, o consumidor final sentirá um aumento do preço dos produtos nas prateleiras em 2022. Somos um setor que procura sempre a eficiência, queremos ser eficazes na logística, sustentáveis do ponto de vista das emissões, mas este equilíbrio torna-se impossível de sustentar com custos incomportáveis nos transportes, combustíveis, etc. Tarde ou cedo, por muita eficiência que haja, vamos ter de refletir no consumidor final o valor. É inevitável”, afirmou, recentemente, em entrevista ao Dinheiro Vivo, Gonçalo Lobo Xavier.

O secretário-geral da APED não encontra, no entanto, razões para que haja um aumento da tensão nas negociações entre a distribuição e os fabricantes e produtores. “Acreditamos que os vários intervenientes na cadeia quererão corresponder às necessidades do consumidor e zelar pela manutenção de uma boa relação entre custo e valor da oferta. Consideramos que é da responsabilidade de todos trabalhar para uma maior eficiência do negócio, sem prejudicar o consumidor, estando conscientes do bom senso que deve pautar sempre neste tipo de decisões”, afirma Lobo Xavier, em declações ao Hipersuper.

O responsável evoca ainda as práticas regulatórias para colocar de parte uma eventual tensão entre as partes. “Deve dizer-se aliás que, não só o sector tem em prática um Código de Boas Praticas para a cadeia de valor, como a transposição da Directiva Europeia de boas práticas comerciais e para a qual a APED e o sector deram fortes contributos e estão confortáveis com a sua aplicação, reforçará este entendimento para bem de todas a cadeia e consequentemente, para o bem do consumidor”, acrescenta o secretário-geral da APED.

A Centromarca tem uma posição diferente em relação às negociações entre a distribuição e os fabricantes. “O final de 2021 e os primeiros meses de 2022 serão especialmente duros neste capítulo. Os retalhistas antecipam dificuldades crescentes ao nível do poder de compra de uma larga franja das famílias portuguesas e gostariam, certamente, de voltar a apostar no trunfo do ‘preço baixo’ e, especialmente, do ‘preço mais baixo’”, afirma Pedro Pimentel.

O responsável realça, no entanto, que a conjuntura inflacionista “implicará uma gestão cuidada e bem coordenada com os seus fornecedores, seja de marca de fabricante seja de marca de distribuidor, para que entre incrementos de preço de prateleira e uma mais inteligente política promocional, se consiga realizar a efetiva, e necessária, alteração de preços médios, sem que o impacto sentido a nível de preço no linear seja tão acentuado”. “Nunca esquecendo que o nível dos rendimentos não irá, por certo, acompanhar o incremento dos preços de muitos produtos essenciais e que, por essa via, a inflação é uma forma diferente de austeridade que afetará, em especial, as famílias com rendimentos mais baixos”, acrescenta.

José António Rousseau, docente universitário e consultor, considera que “as negociações entre produtores e distribuidores irão ser ainda mais difíceis e complexas”. “Exige-se a ambos e principalmente aos distribuidores que tenham consciência da situação que vivemos e compreendam os problemas de cada parte de modo a que a negociação seja não só win-win mas também win-win-win ou seja leve em consideração os consumidores”, acrescenta.

11. Requalificação dos recursos humanos

A digitalização nas operações das empresas ligadas ao setor da distribuição e da logística faz com que seja imperativo a requalificação dos seus colaboradores. E esta é, neste momento, uma das grandes apostas que se prevê, para 2022, no setor da distribuição. “A valorização dos recursos humanos será ainda uma prioridade, com a upskilling e requalificação de colaboradores a ganhar importância crescente na estratégia de motivação e desenvolvimento de capacidade de resposta às novas tendências”, refere Gonçalo Lobo Xavier.

Dentro dos 16,6 mil milhões que integram o pacote de ajuda à economia contido no Plano de Recuperação e Resiliência, uma parte do bolo será destinado à capacitação digital das empresas, que prevê a formação online e presencial para colaboradores de empresas.

O representante dos patrões da distribuição, por altura da elaboração do Orçamento de Estado, já chamara a atenção para esta necessidade. A APED, nessa ocasião reivindicava, então, “incentivos à formação e à requalificação dos recursos humanos, com foco especial nos dossiês da digitalização das empresas e das alterações decorrentes da legislação ambiental e seus objetivos”, como referiu, em declarações à agência Lusa.

No âmbito da eficiência operacional, tecnologias como 5g, Internet of Things, Machine Learning, Big Data e o Machine Learning serão essenciais para as empresas. E a rápida mudança tecnológica terá de ser acompanhada pela requalificação dos recursos humanos. E a pandemia veio mostrar precisamente como, em setores como o da logística, é necessária uma maior agilidade das operações. “O perfil destes profissionais tenderá a sofrer algumas alterações, nomeadamente nas suas competências técnicas a nível operacional, mas também a nível da sua capacidade de liderança e adaptabilidade à volatilidade do meio em que atuam, principalmente ao nível dos quadros intermédios destas empresas”, afirmava, em novembro, António Paulo, managing director de Portugal e Iberia west area manager da DB Schenker, ao Hipersuper.

Vítor Enes, na mesma altura, referia que o que se deverá esperar dos recursos humanos é que “tenham capacidade para analisar os dados e que, de forma autónoma e dentro do âmbito da sua responsabilidade, tomem as melhores decisões”. “Que não tenham necessidade de estar focados no detalhe de cada tarefa, mas antes focados nos resultados a alcançar”, explicava.

O responsável deixava um exemplo: “Os nossos colaboradores já não dedicam uma boa parte do seu tempo a procurar e gerar dados. As ferramentas digitais fornecem uma enorme quantidade de informação e o objetivo agora é identificar a informação relevante para o seguimento e a evolução do negócio, dedicar tempo a analisá-la e tomar decisões com base nessa análise”.

12. Aposta em produtos plant-based

Um estudo da consultora Lantern indica que, em Portugal, existem 1.018.000 consumidores veggies com mais de 18 anos, representando 11,9% da população, um aumento de 250 mil consumidores em dois anos.

Marcas portuguesas e internacionais estão a acompanhar de perto este fenómeno, apostando na diversificação de produtos plant-based. Em 2018, a Nobre lançou a gama Vegalia, a pensar na comunidade flexitariana. A gama começou por ser lançada com fatiados. E ao longo do tempo tem sido reforçada com hambúrgueres produzidos à base de proteína vegetal, assim como receitas preparadas de Bolonhesa de Seitan e Quinoa com Vegetais.

A Izidoro foi outra marca nacional a entrar no mercado plant-based com hambúrgueres, nuggets, bifes, salsichas e almôndegas. “As empresas continuarão a trabalhar noutras áreas nas quais têm verificado tendências a crescer nestes últimos anos. São exemplo, o campo da sustentabilidade com a procura por produtos alimentares mais sustentáveis no seu todo, das matérias-primas às embalagens, a área da nutrição personalizada, que se traduz na procura por produtos bio, sem glúten, plant-based”, afirma Pedro Queiroz.

As grandes empresas do setor agroalimentar também estão a acompanhar esta tendência, nomeadamente a Unilever, que adquiriu, em 2018, a Vegetarian Butcher, ou a Nestlé que apostou em produtos plant-based com a marca Garden Gourmet. A reforçar esta tendência, a multinacional suíça lançou, este ano, em Portugal, a Wunda, bebida vegetal à base de ervilhas.

Sinal de que o mercado acredita no crescimento do consumo em Portugal de produtos plant-based também veio da distribuição, com a aquisição, por parte da Sonae, da empresa detentora da marca de produtos produzidos à base de proteína vegetal Gosh.

A Upfield, em Portugal, pretende introduzir produtos da Violife em mais pontos de venda na distribuição. Álvaro Carrilho, head of market da Upfield Portugal, prevê que 2022 seja um ano de grande crescimento não só para os produtos da Violife. “Os próprios retalhistas também estão a evoluir nesse sentido. Dar mais espaço a estas categorias de alternativas de vegetais a queijos, a manteigas, seja o que for. Até então entendíamos não haver um espaço vasto nas lojas, principalmente em supermercados e pequenos supermercados, para este tipo de categorias. Mas a verdade é que, com o feedback que temos recebido dos próprios retalhistas, vai ser claramente uma aposta de futuro o incrementar do espaço”, refere, em declarações ao Hipersuper.

 

 

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Equipa portuguesa vence final ibérica da 33.ª edição do L’Oréal Brandstorm com projeto inovador de skincare masculino
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MC volta a integrar a “A List” do CDP e reforça liderança no combate às alterações climáticas
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Equipa portuguesa vence final ibérica da 33ª edição do L’Oréal Brandstorm
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Equipa portuguesa vence final ibérica da 33.ª edição do L’Oréal Brandstorm com projeto inovador de skincare masculino

One Blend, uma solução 3-em-1 solúvel e sustentável, conquista júri em Madrid e garante presença portuguesa na final internacional em Paris.

A equipa portuguesa composta por Filipe Van Acht (ISEG), Maria do Céu André (ISCTE) e Marisa Portugal (ISEG) conquistou o primeiro lugar na final ibérica da 33.ª edição do L’Oréal Brandstorm, garantindo o passaporte para representar a região ibérica na final internacional da competição, que terá lugar em Paris.

O projeto vencedor, denominado One Blend, propõe uma toalhita 3-em-1 solúvel em água, com propriedades de sérum, creme e proteção solar, direcionada ao segmento de cuidados masculinos. Disponível em duas versões – para pele oleosa e para pele normal a seca, ambas com propriedades anti-idade – o produto distingue-se pela simplicidade, sustentabilidade e inclusão, eliminando a necessidade de múltiplas embalagens e adaptando-se aos perfis reais dos consumidores.

A final do cluster ibérico decorreu esta quarta-feira, em Madrid, sob o mote “Men. Beauty & Care. Game on through tech, products and beyond”, desafiando os participantes a reinventar o futuro da beleza masculina através de propostas inovadoras em tecnologia, produto e serviço. O júri, composto por especialistas da indústria, representantes da L’Oréal e jornalistas, avaliou os projetos segundo critérios de inovação, viabilidade e impacto de mercado.

“É sempre um privilégio assistir ao talento e à criatividade destas novas gerações. A equipa portuguesa destacou-se pela clareza da proposta, pelo espírito empreendedor e pela ambição de transformar a forma como os homens cuidam de si”, partilha Clara Trindade, diretora de Relações Humanas da L’Oréal Espanha e Portugal. “O Brandstorm continua a ser uma plataforma ímpar para inspirar e identificar os líderes de amanhã. Estamos ansiosos para ver a representação desta equipa na final internacional”, acrescenta.

A competição Brandstorm, promovida pela L’Oréal há mais de três décadas, afirma-se como uma das principais plataformas de captação de jovens talentos a nível global. Além de fomentar a inovação, oferece aos participantes uma via de entrada no mercado profissional, com contacto direto com recrutadores e líderes da indústria. Esta foi a quarta edição conjunta entre Portugal e Espanha, reunindo projetos de mais de 1.700 estudantes em 2024. Na edição anterior, a vitória também coube a uma equipa portuguesa, da Nova SBE.

A equipa vencedora prepara-se agora para disputar a final internacional em Paris, onde terá acesso a uma experiência imersiva de três meses na sede do Grupo L’Oréal, com todas as despesas incluídas.

Projetos vencedores da final do cluster:
1º Lugar: One Blend – Toalhita 3-em-1 solúvel em água, que combina sérum, creme e SPF, adaptada a diferentes tipos de
pele masculina. Faculdade: ISEG + ISCTE
2º Lugar: IPAM Lisboa – Exfoliante para pele masculina fácil de usar, versátil e acessível. Faculdade: IPAM
3º Lugar: ZITHAPPENS – Assistente de cuidados de pele com tecnologia IA para homens, que oferece aconselhamento
personalizado e com base científica. Faculdade: IE

Sobre o autorAna Rita Almeida

Ana Rita Almeida

MC
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MC volta a integrar a “A List” do CDP e reforça liderança no combate às alterações climáticas

Retalhista é uma das poucas empresas a nível mundial com classificação máxima em transparência ambiental e ação climática.

Hipersuper

A MC integra pelo segundo ano consecutivo a prestigiada “A List” do CDP (anteriormente Carbon Disclosure Project), reafirmando a sua posição entre as empresas mais empenhadas na mitigação dos efeitos das alterações climáticas. A empresa obteve também a classificação “A-” na categoria Floresta, reforçando o reconhecimento internacional da sua estratégia ambiental.

Em 2024, mais de 24.800 organizações submeteram os seus dados ao CDP para avaliação no âmbito das alterações climáticas. Apenas 1,7% conseguiram alcançar a classificação “A”, grupo em que a MC volta a marcar presença, destacando-se pela transparência e pela eficácia das suas medidas ambientais.

A distinção do CDP reconhece o compromisso da MC com metas ambientais ambiciosas. Até 2032, a empresa pretende reduzir em 51% as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) das suas operações (âmbitos 1 e 2) e em 31% as emissões da sua cadeia de valor (âmbito 3), em comparação com os níveis de 2022. A meta final é alcançar a neutralidade carbónica nas operações próprias até 2040.

Só no último ano, a retalhista reduziu em 12,6% as suas emissões diretas e indiretas, fruto de uma aposta em energia renovável, eletrificação de consumos, medidas de ecoeficiência e modernização das centrais de frio.

Mariana Pereira da Silva, head of sustainability da MC, sublinha o empenho coletivo da organização: “Estamos extremamente orgulhosos do trabalho das nossas equipas, que nos permitiu manter a classificação máxima na área do Clima (A). É igualmente motivo de grande satisfação o reconhecimento obtido na área da Floresta, com a atribuição do nível de liderança (A-)”.

“Mantemo-nos focados na execução da nossa estratégia de sustentabilidade e na prossecução do nosso compromisso com a construção de um futuro sustentável — uma ambição que não pode ser adiada”, garante.

“Sabemos que vivemos num contexto exigente, que nos apresenta constantemente novos desafios, mas que não nos deve desviar do nosso propósito. Reforça a necessidade de um esforço concertado e sistemático de todas as nossas equipas, em estreita parceria com os nossos fornecedores e parceiros.”, acrescenta.

Sobre o autorHipersuper

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8º Congresso Nacional do Azeite vai debater os novos desafios para o setor

Campo Maior recebe a 22 e 23 de maio, o Congresso Nacional do Azeite, organizado pelo CEPAAL. A 8ª edição acontece numa altura em que a produção nacional cresceu 10% e as exportações valem mais de mil milhões de euros.

Hipersuper

Organizada pelo Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo (CEPAAL), em parceria com a Câmara Municipal de Campo Maior, a 8ª edição do Congresso Nacional do Azeite decorre no âmbito da Feira Nacional de Olivicultura, que decorre de 22 a 25 de maio, no Jardim Municipal de Campo Maior.

Aquele que se apresenta como o mais relevante debate nacional sobre o setor olivícola e oleícola, acontece já a 22 e 23 de maio, conta com o Alto Patrocínio do Presidente da República e tem como tema os novos desafios para o setor. Irá ter lugar pela primeira vez em Campo Maior, no Centro Cultural de Campo Maior. “Esta é uma iniciativa que tem como objetivo dinamizar o sector olivícola e oleícola nacional enquanto fórum de debate, ponto de encontro para os profissionais do sector e de partilha de informação privilegiando sobretudo a divulgação de informação técnica”, informa a organização num comunicado.

A 8ª edição do Congresso Nacional do Azeite acontece quando as mais recentes estimativas do INE, perspetivam um aumento na produção de azeite em 10%, na campanha 2024-2025, em relação à campanha anterior, atingindo cerca de 177 mil toneladas. Um dos maiores produtores mundiais de azeite do mundo e o terceiro maior exportador da Europa, Portugal ultrapassou a barreira dos mil milhões de euros em exportações.

O Congresso Nacional do Azeite tem como objetivo dinamizar o sector olivícola e oleícola nacional enquanto fórum de debate

O Congresso Nacional do Azeite 2025 contará com quatro painéis nos quais participarão mais de 30 oradores nacionais e internacionais em torno dos debates ‘Novos Desafios do Setor’, ‘ESG no Setor Olivícola/Oleícola’, ‘Identidade do Azeite Português: Marca & Origem’ e ‘O Caminho do Azeite na Alta Cozinha’.

A sessão de abertura estará a cargo do presidente do CEPAAL, Gonçalo Morais Tristão, do presidente da Câmara de Campo Maior, Luís Rosinha, e do vice-presidente da CCDRA, Roberto Grilo. Assunção Cristas é a Keynote Speaker do congresso e irá debruçar-se sobre o ESG no setor. O CEPAAL leva ainda a esta edição, e pela primeira vez, os chefs Vítor Sobral, José Júlio Vintém e Bertílio Gomes que estarão reunidos num dos painéis, onde também participam as  duas das escolas de hotelaria e turismo mais relevantes do país, Estoril e Portalegre.

As inscrições para a 8ª edição do Congresso Nacional do Azeite estão abertas até ao dia 20 de maio e podem ser feitas em Inscrição – Congresso Nacional do Azeite 2025. O programa completo pode ser consultado aqui.

O CEPAAL é uma associação sem fins lucrativos sedeada em Moura e fundada em 1999 com a missão de valorizar e promover o Azeite do Alentejo em Portugal e no resto do mundo. Conta atualmente com 33 produtores e 12 instituições ligadas ao sector olivícola e oleícola, incluindo organismos do Estado, municípios e universidades, como seus associados.
O Congresso Nacional do Azeite é uma iniciativa integrada no projeto Da Oliveira à Mesa, cofinanciado por fundos comunitários e nacionais através do PDR2020.

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Marta Baptista, vice-presidente de Investigação Agrícola e Investigação Global de Plantas da Driscoll’s California Fotografia Frame It
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Marta Baptista: “A agricultura faz-se com pessoas”

Marta Baptista, vice-presidente de Investigação Agrícola e Investigação Global de Plantas da Driscoll’s California, alerta para os desafios que se impõem na produção de pequenos frutos, com destaque para a gestão da água, a escassez e retenção de mão de obra e a necessidade de reforçar a inovação. Em entrevista, sublinha a importância de colocar as pessoas no centro da estratégia agrícola. E não tem dúvidas: o melhor sítio para trabalhar é onde sente que pode fazer a diferença.

Fotografias Frame It

A sustentabilidade da produção de pequenos frutos enfrenta uma pressão crescente, impulsionada pela escassez de recursos naturais, alterações climáticas e exigências sociais. Em entrevista ao Hipersuper, realizada em Odemira, no dia do 20º Aniversário do Test Plot da Driscoll’s, a vice-presidente de Investigação Agrícola e Investigação Global de Plantas da Driscoll’s California, Marta Baptista, alerta para os desafios que se impõem ao setor, com destaque para a gestão da água, a escassez e retenção de mão de obra e a necessidade de reforçar a inovação. Marta Baptista sublinha também a importância de colocar as pessoas no centro da estratégia agrícola. E não tem dúvidas: o melhor sítio para trabalhar é onde sente que pode fazer a diferença.

Marta Baptista, vice-presidente de Investigação Agrícola
e Investigação
Global de Plantas da Driscoll’s California

Quais são os principais desafios quando falamos na produção de pequenos frutos?
Os recursos naturais são, hoje, uma preocupação global. Falo, desde logo, da água e da disponibilidade de solos, que precisam de ser utilizados de forma equilibrada – não demasiado intensiva, mas ainda assim rentável. Se tivermos muitos hectares concentrados numa mesma zona, acabamos por usar os recursos de forma insustentável para a comunidade. Já nos aconteceu em alguns locais e aprendemos com isso. A água é cada vez mais o desafio número um.
A mão de obra é outro fator crítico. Precisamos de garantir condições sustentáveis, que levem as pessoas a querer voltar e a sentir-se bem. Os pequenos frutos são muito intensivos em termos de mão de obra, especialmente porque a colheita é manual. Esta representa entre 50% a 70% do custo total de produção, dependendo do país e da variedade. Exige muitas pessoas, que por sua vez necessitam de habitação, escolas, água… é um desafio.
Outro desafio é a instabilidade climática resultante das alterações climáticas. Ainda há quem pense que as alterações climáticas são algo do futuro. Não são. Estão aqui, há muito tempo, e afetam a produção esperada, as curvas de produção e os volumes. Sem previsibilidade, não conseguimos vender bem, nem trabalhar com os produtores na gestão de expectativas. Falta ainda muita tecnologia e informação, especialmente nos pequenos frutos, para mitigar estes efeitos. Como operamos em muitos países, sentimos isto todas as semanas – há sempre um evento climático extremo. Dá uma boa noção do quão real isto já é.

Em Portugal, a água é também o principal desafio?
Sem dúvida nenhuma. É o número um. Os restantes vêm muito depois.

O que é que precisamos, então?
Não queria entrar em questões políticas, mas a verdade é que o perímetro de rega foi construído nos anos 60. Na altura foi bom, inovador, mas hoje está completamente desadequado. As infraestruturas são as mesmas, com fraca manutenção. Não há pressão nos canais de rega, há muitas perdas. Os colegas da Lusomorango podem dar números mais precisos, mas há perdas significativas. Precisamos de soluções estruturais, que não são fáceis, mas são investimentos para gerações, não apenas pontuais.

Com essas infraestruturas, poderíamos produzir mais?
Sim, poderíamos produzir mais, em mais regiões, e de forma menos concentrada. A Driscoll’s já está a crescer em regiões como o Norte de Portugal, Cantanhede, Tocha, Algarve, exatamente para diversificar esta intensidade.

Que frutos é que já colheram com essa atuação em Portugal?
Nos campos de ensaio implementámos e otimizámos técnicas de uso de água, como a recolha de água da chuva – não toda, para permitir a recarga dos aquíferos, mas uma parte. Também promovemos a recirculação da água. Dois dos nossos maiores produtores já utilizam este sistema. Ontem visitámos uma quinta da Maravilha Farms que está a 100% em recirculação. A água de drenagem, que contém adubo, é recolhida, analisada, desinfetada com luz ultravioleta e reutilizada. Isto permite poupança de adubo e evita a poluição. São exemplos concretos de frutos colhidos – metafóricos e literais – destes investimentos. Mas ainda há muito por fazer. Fundámos o Centro de Investigação para a Sustentabilidade em 2023 com o INIAV, a Lusomorango e um produtor parceiro. É o início da jornada.

Para além da água, que outros exemplos de inovação estão a ser aplicados?
O sistema de produção em substrato não foi inventado aqui, mas era utilizado em pequena escala em países frios para proteger as plantas no inverno. Inovámos ao otimizá-lo para climas mais temperados, como o português. Comparado com o solo, o substrato permite poupanças de até 25% de água e fertilizantes. É uma inovação replicável que se tornou praticamente o standard da indústria, dentro e fora da Driscoll’s. Este campo foi pioneiro nesse processo.

Sai muita inovação daqui para o mundo?
Sim, muita. Tanto para a Driscoll’s como, por vezes, para a indústria em geral.

Os fertilizantes são um mal necessário ou há alternativas?
Os fertilizantes são essenciais – potássio, azoto, fósforo – são elementos naturais e fazem parte da nossa alimentação. Mas são recursos finitos e o seu fabrico e desperdício têm impactos. A recirculação é uma inovação que permite reutilizar esses nutrientes. Outra inovação é a seleção de variedades mais eficientes – como a ‘Reina’, que precisa de menos 30% de adubo para produzir o mesmo. Hoje, priorizamos essas variedades.

Como se equilibra a sustentabilidade com a produtividade e o negócio?
Criámos métricas que refletem esse equilíbrio. Por exemplo, em vez de medir a água total usada, medimos litros por quilo de fruta vendida. Isso dá uma perceção mais realista da eficiência e cria consciência. Hoje, produtores perguntam quantos litros por quilo usa determinada variedade – algo impensável há poucos anos. Isso já faz parte do pensamento agrícola.

Nota uma mudança de mentalidade entre os produtores?
Sim. Aqui, na região do Sudoeste Alentejano, onde há escassez real e legal de água, os produtores têm muita vontade de aprender. Noutros locais, onde a escassez não é tão evidente, pode haver mais resistência. Mas as técnicas e variedades já estão desenvolvidas e são transferíveis, com pequenas adaptações.

Essa partilha de conhecimento é uma das coisas mais valiosas do seu trabalho?
Sem dúvida. Gosto muito disso. A informação bem aplicada e bem transferida é uma ferramenta poderosa. Estamos na era do social media, mas na agricultura a partilha entre pares ainda é essencial. Informação é poder, também na agricultura.

A agricultura de hoje é diferente daquela que vemos nos livros escolares?
Completamente. Hoje é uma ciência com tecnologia, sensores, melhoramento genético. Esta manhã falávamos de usar inteligência artificial para desenvolver programas de fertilização. Não é ficção científica, é real. Mas os jovens ainda não têm essa perceção. Falta mostrar o que há de melhor na agricultura, especialmente nas idades mais jovens.

É um setor que precisa de pessoas, certo?
Claro. A tecnologia não substitui pessoas, transforma o trabalho. Pode ser mais intelectual, com mais valor acrescentado. Não precisamos de cavar, temos tratores, mas precisamos de pensar em soluções, como para a água. Pode até ser mais estimulante.

Diz-se que os frutos mais doces são de Portugal. Porquê?
Algumas regiões em Portugal, como esta onde estamos, têm uma combinação de fatores naturais muito especial: clima ameno, invernos suaves, verões não excessivamente quentes, e uma brisa refrescante que ajuda as plantas. Esta combinação encontra-se em poucas regiões no mundo. Quem me dera encontrar mais Zambujeiras por aí.

Quais são as linhas de investigação mais transformadoras no Centro de Investigação e Sustentabilidade?
A recirculação da água é uma das mais adotadas. Há também investigação sobre o uso de luz ultravioleta no combate a doenças, substituindo pesticidas. Outro foco é a compostagem do substrato de coco – queremos fazer mais. Não sei se haverá um breakthrough, mas há avanços incrementais em várias áreas. Estamos também a estudar formas de medir a biodiversidade usando inteligência artificial e fotografia. A ideia é que os sistemas indiquem ao produtor onde existe uma praga, para que ele possa atuar com precisão.

A inteligência artificial é já presente ou ainda é futuro?
É aspiracional, mas será realidade nos próximos cinco anos. Vai ser utilizada de várias formas: programas de fertilização, melhoramento genético, deteção de pragas. Estamos a começar com ideias piloto, mas vai ser transformador.

O estudo de pragas e doenças é essencial?
Sim. Se não conhecermos as pragas, não podemos preveni-las. E prevenir é sempre mais barato do que tratar. É preciso conhecimento profundo: há insetos que se alimentam de outros, e só com essa base científica conseguimos soluções biológicas eficazes.

O que são as iniciativas Ask the Grower e Virtual Test Plots?
O Ask the Grower nasceu na pandemia, quando vimos que era necessário continuar a transferir conhecimento, mesmo sem poder viajar. É uma plataforma virtual onde produtores partilham experiências com outros produtores. Continuou após a pandemia e vai regressar este ano.
Os Virtual Test Plots são visitas virtuais aos campos de ensaio, com vídeos bem preparados. Mostramos variedades novas ou inovações tecnológicas. Estão acessíveis a todos os produtores e colaboradores da Driscoll’s no mundo, desde que tenham internet.

Portugal pode beneficiar das experiências de outros países?
Sem dúvida. Por exemplo, neste campo desenvolvemos a produção de mirtilo em substrato, algo que parecia impensável. Hoje, essa técnica é usada no Peru, México, África do Sul… Aprendemos também com outros, como na poda de mirtilo – aprendemos com Austrália e Peru. Copiar boas práticas deve ser feito com orgulho.

Em que ponto está Portugal em relação a outros países?
Nada para trás. O recorde de produção de framboesa fresca que conheço, dentro e fora da Driscoll’s, é em Portugal. Também tivemos o recorde de mirtilo até há poucos anos. Fala-se muito de Portugal como estando atrasado, mas não está.

De todos os países onde já trabalhou, onde gosta mais de trabalhar?
Onde sinto que posso fazer a diferença. Há 20 anos, quando começámos aqui, os produtores sabiam pouco e o impacto era enorme. Hoje, são eles que nos ensinam. O impacto mais forte acontece agora em regiões que estão onde Portugal estava há 20 anos. É gratificante trabalhar onde conseguimos fazer um impacto real na comunidade.

A Marta valoriza muito o papel das pessoas…
Sem dúvida. A fruta faz-se com pessoas. A agricultura faz-se com pessoas. A Driscoll’s faz-se com pessoas. As pessoas têm de estar no centro das nossas preocupações. Infelizmente – ou felizmente – as framboesas não crescem sozinhas.

E o bem-estar das pessoas ultrapassa a apanha da fruta. Falamos de alojamento, de condições…
Sim. Um trabalhador que não tenha boas condições não vai querer voltar. E, se não voltar, temos de ensinar outro. E um novo trabalhador, no início, tem baixa produtividade. Portanto, temos todo o incentivo para reter e para fazer com que as pessoas se sintam bem. Custa muito tempo e dinheiro ensinar constantemente. Reter trabalhadores — tanto os da apanha como os técnicos especializados — é recompensador. Vale mesmo a pena. E estou a dar-lhe uma resposta muito honesta do ponto de vista económico: vale mesmo a pena.

Como olha para tudo o que foi construído nestes 20 anos? Começaram do zero…
Começámos com a ajuda do INIAV, com o engenheiro Pedro Carlos Oliveira, e com poucos colegas. Cabíamos todos num carro, eramos cinco. Hoje, só na Driscoll’s Europa, somos… talvez mil. Tenho muito orgulho, claro, mas o que mais me fascina é o impacto das pessoas que passaram por aqui. Pessoas que formámos e que depois formaram outras. Esse efeito de cadeia é a parte mais bonita de tudo isto.

É isso que a mantém aqui?
Sim. Fazer a diferença. Ver que há impacto. Podia ter seguido outros caminhos, tive convites, mas o que me mantém é ver o crescimento das pessoas, perceber que deixamos marca. Pessoas que agora ocupam cargos importantes. Por exemplo, o Andy, hoje vice-presidente das operações na Europa, esteve na minha equipa até maio do ano passado. Podia olhar para isso como uma perda, mas olho com orgulho. Ele merece. E há mais como ele. Muitos estão aqui agora mesmo.

Essa filosofia da Driscoll’s é muito forte?
Temos processos de recrutamento muito exigentes. Às vezes até pedimos desculpa aos candidatos — são entrevistas atrás de entrevistas. Mas vale a pena. Porque depois de entrarem, investimos. E custa muito recomeçar do zero. Quando perdemos alguém — e já perdemos pessoas muito boas — recrutar e formar de novo é difícil. O conhecimento técnico pode ensinar-se. O alinhamento de valores é mais difícil. Por isso damos tanta importância a essa área. E depois, queremos reter as pessoas o máximo de tempo possível.

A retenção de talento é hoje também um desafio?
É, sim. Mas se formos proativos e pensarmos: “Como é que podemos ajudar esta pessoa a dar o próximo passo?”, conseguimos manter as pessoas motivadas e na empresa. Se formos passivos e esperarmos que a pessoa levante a mão, nem todos o farão. Nem todos dizem: “Eu quero o próximo desafio.” Temos mesmo de ser proativos. No trabalho que faço atualmente, já não faço ensaios com plantas, já não cresço plantas diretamente, mas… talvez cresça pessoas. Parece poético, mas é mesmo verdade. E essas pessoas vão fazer o mesmo com outras.

Como se antecipa o futuro da agricultura sustentável?
É uma previsão, mas acredito que terá de ser cada vez mais precisa, baseada em mais informação e mais ciência. Porque os desafios vão continuar a aumentar. A água, por exemplo, não se renova. O que existe hoje é o que existirá daqui a 100 anos, a menos que se descubra uma forma de a criar — o que ainda não existe. As alterações climáticas vão agravar-se em frequência e intensidade. Preocupa-me que alguns governos ainda não levem o tema a sério. Já impacta vidas, economias e, claro, a agricultura — talvez até mais do que outras indústrias, porque dependemos diretamente do clima e dos recursos naturais.

Esse contexto político influencia também onde se investe?
Sim. As mudanças na agricultura acontecem quando precisam de acontecer. A agricultura é uma atividade económica e precisa de incentivos económicos para evoluir. Esses incentivos podem ser regulamentares, relacionados com procura, custos, etc. Eu podia dar-lhe uma resposta romantizada e dizer que se inova só porque queremos produzir de forma sustentável. Mas a verdade é que muitas das inovações surgiram por necessidade. Por exemplo, quando os fumigantes do solo deixaram de estar disponíveis, foi preciso encontrar alternativas. A necessidade conduz à inovação. E isso também influencia onde e como se investe.

Este equilíbrio entre competitividade, negócio e sustentabilidade será determinante para o futuro da agricultura?
Tem de ser. O produtor precisa de rentabilidade para pagar salários, investir em centros de inovação… e precisa de água. Esta exigência dupla — económica e ambiental — ajuda-nos a focar nas soluções certas. Em ciência e inovação, uma das grandes dificuldades é o excesso de opções. Mas quando temos estas duas diretivas claras, conseguimos filtrar melhor.

Há pouco dizia-me, meio em tom de brincadeira, que se reformava se conseguisse eliminar o plástico. Mas ainda há muito por fazer?
Sim, ainda há muito a fazer. A utilização intensiva de plásticos é uma questão que nos incomoda. Usamo-los porque precisamos, mas gostávamos de ter alternativas. É um dos desafios para os quais ainda não encontrámos boas soluções. E isso é frustrante.

Os plásticos são um problema pouco visível para quem olha de fora.
Sim. Mas fazem muita diferença para o ambiente. São necessários para garantir fruta fresca e de qualidade. Para congelados ou sumos, pode produzir-se ao ar livre. Mas framboesas e amoras são muito sensíveis — ao vento, à radiação solar… queimam-se, como nós. O morango e o mirtilo têm mais tolerância. Já fazemos mirtilo ao ar livre no norte, mas as outras culturas ainda precisam de proteção. Gostaríamos de usar menos plástico, claramente.

Até a nível de embalagens. Falávamos disso há pouco. Por que não são todas em cartão?
Por causa da durabilidade. A fruta dura muito mais nestas embalagens atuais. Já estamos com cerca de 40% em cartão na Europa. Mas custou muito. As primeiras embalagens desfaziam-se com a humidade. É preciso mais inovação, mais trabalho. Substituir o plástico nas embalagens, túneis, vasos… é um desafio. E não só nos pequenos frutos, é transversal à agricultura.

Como vê o papel das universidades nesta mudança? Essa ligação entre investigação e setor produtivo está suficientemente consolidada?
Não. É preciso muito mais. Assistimos a uma desvalorização da investigação pública nas últimas décadas, especialmente na agricultura. E as empresas não conseguem fazer tudo sozinhas. Por isso, estas parcerias são fundamentais. Já temos colaborações com o INIAV, Universidade de Évora, Nova, Instituto Superior de Agronomia. E a nível internacional, com a Universidade de Wageningen, na Holanda. Mas precisamos de fazer mais.

Porquê?
Porque ajuda muito se as universidades e os alunos compreenderem os desafios reais da indústria. Assim, podem orientar melhor a investigação, para problemas urgentes, como os plásticos, a água, a biodiversidade, a poluição. As empresas terão sempre mais dificuldade em resolver tudo sozinhas.

20 anos do Test Plot de Taliscas, Zambujeira do Mar

Um campo de ensaios (test plot) tem como missão testar e definir as variedades com melhor adaptação à região onde estão localizados, servindo também como um showcase das melhores práticas agrícolas. A principal finalidade é otimizar o crescimento e desenvolvimento das plantas, permitindo que os produtores tenham acesso ao melhor produto disponível e às informações mais completas para tomarem decisões informadas.
Na Europa, a Driscoll’s opera sete campos de ensaio, dois em Portugal: Taliscas, na zona da Zambujeira do Mar, e Foja, em Cantanhede.

Alguns marcos históricos:
2005 – Abertura do Campo de Ensaios com plantação de morangos em solo.
2006 – Aumento de área para 1 hectare e acrescentando ensaios de framboesas, amora e mirtilos. Primeiros ensaios de Driscoll Maravilla.
2008 – Redução de área com retirada dos ensaios de amoras e framboesas.
2009 – Reativação de 0,5 hectares com ensaios de mirtilos e morangos em solo.
2013 – Início de expansão da área para cerca de 3 hectares de ensaios com plantações em solo. Primeiras plantações de ensaios de Driscoll’s Victoria.
2014 – Retirada dos ensaios de morango.
2016 – Introdução das primeiras plantações em substrato nos ensaios de mirtilo.
2017 – Instalação da estação de rega automatizada. Introdução de ensaios de morango em plantações de substrato.
2018 – Conclusão da conversão do total da área de ensaios exclusivamente para substrato.
2019 – Instalação de melhores estruturas de túneis com possibilidade de recolha de águas de chuva.
2020 – Anos de pandemia sem comprometer a execução dos ensaios planeados. Primeiras plantações de ensaios Driscoll’s Reyna.
2021 – Primeiros ensaios de Driscoll’s Clara.
2023 – Início da recolha de água da chuva e recirculação da água de drenagem.
2024 – Efetiva utilização de água de chuva em exclusivo para regar os ensaios durante quatro meses.

Sobre o autorAna Rita Almeida

Ana Rita Almeida

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Pingo Doce cresce 2,8% no 1.º trimestre para 1,2 mil milhões de euros

Num contexto de consumo marcado pela elevada sensibilidade ao preço e por um calendário menos favorável, o Pingo Doce encerrou o primeiro trimestre de 2025 com um crescimento das vendas de 2,8%, totalizando 1,2 mil milhões de euros.

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Excluindo o segmento de combustíveis, o crescimento like-for-like (LFL) atingiu os 1,1%, sustentado pelo desempenho das lojas que operam sob o conceito All About Food, que têm vindo a ganhar peso estratégico na proposta da insígnia.

A operar num mercado fortemente promocional, o Pingo Doce manteve a sua agressiva política de descontos, o que lhe permitiu preservar quota num ambiente de grande competitividade. No trimestre, a insígnia do grupo Jerónimo Martins abriu uma nova loja e concluiu a remodelação de 13 localizações.

Em termos consolidados, o EBITDA da Distribuição Portugal cifrou-se em 78 milhões de euros, 0,7% abaixo do trimestre homólogo, tendo a respetiva margem atingido 5,2% (5,3% no 1T 24), pressionada pela subida dos custos com pessoal na sequência do aumento de 6,1% do salário mínimo nacional.

A Jerónimo Martins fechou o primeiro trimestre de 2025 com um resultado líquido de 127 milhões de euros, 31,4% acima do ano anterior, ou 6,1% abaixo se excluídos os outros ganhos e perdas de natureza não recorrente. No 1º trimestre de 24, esta rubrica incluiu os 40 milhões de euros da dotação inicial da Fundação Jerónimo Martins.

As vendas cresceram 3,8% (+1,9% a taxas de câmbio constantes), impactadas negativamente pelo efeito de calendário já que o ano anterior, sendo bissexto, contou com mais um dia de vendas e também com a Páscoa, que em 2025 foi no 2T. O EBITDA aumentou 3,8% (+1,2% a taxas de câmbio constantes) com a respetiva margem, em linha com o ano anterior, a cifrar-se em 6,3%, informa a Jernónimo Martins em comunicado

Pedro Soares dos Santos, presidente e administrador-delegado da Jerónimo Martins, sublinha a resiliência do grupo num cenário de grande incerteza: “Neste ambiente de contenção, todas as nossas Companhias trabalharam com disciplina para gerir a pressão sobre as margens que decorre da subida dos custos com pessoal na sequência do aumento dos salários mínimos em cada país, num momento em que a inflação nos cabazes permanece baixa”.

“Ainda que o primeiro trimestre apenas permita uma leitura muito limitada das tendências nos mercados, os resultados do Grupo, nestes três meses e perante o comparativo muito exigente do ano anterior, são sólidos e confirmam a competitividade das propostas de valor e a estratégia, dos últimos anos, de reforçar os modelos de negócio das diferentes insígnias”, pode ler-se na mensagem divulgada

“Atentos ao desenvolvimento das dinâmicas de consumo e da concorrência, manteremos o foco no crescimento sustentável, defendendo as nossas bases de clientes, executando o nosso ambicioso plano de expansão, e respondendo aos desafios ambientais e sociais que enfrentamos num contexto particularmente volátil.”, garante.

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Continente e Pingo Doce lideram ranking das marcas mais relevantes para os consumidores

Entre as 20 marcas mais referidas no Estudo ao Consumidor 2025, nove são portuguesas, com destaque para Continente, Pingo Doce, Delta Cafés, Mimosa, Galp, MEO, NOS, EDP e Worten. O pódio é liderado por Continente, seguido de Pingo Doce e Adidas, sinalizando uma crescente valorização de marcas nacionais por parte dos consumidores. Pedro Diogo Vaz, country manager da Superbrands Portugal, destaca o reforço da presença de marcas nacionais no ranking geral, com especial evidência para o retalho.

A Superbrands Portugal divulgou esta terça-feira, 7 de maio, os resultados do Estudo ao Consumidor 2025, colocando duas insígnias nacionais de retalho alimentar — Continente e Pingo Doce — no topo da lista das marcas com maior referenciação espontânea pelos consumidores portugueses. Os dados foram apresentados na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa.

Entre as 20 marcas mais referidas no estudo, nove são portuguesas, com destaque para Continente, Pingo Doce, Delta Cafés, Mimosa, Galp, MEO, NOS, EDP e Worten. O pódio geral é liderado por Continente, seguido de Pingo Doce e Adidas, sinalizando uma crescente valorização de marcas nacionais por parte dos consumidores.

O estudo revela ainda que o setor do Retalho reforçou significativamente a sua presença no TOP 20 entre 2020 e 2025, aumentando de 22,1% para 30,2%. Esta evolução reflete-se também na entrada de novas marcas como Mercadona e na consolidação de insígnias como Lidl.

Para Pedro Diogo Vaz, um dos destaques da edição deste ano prende-se com o reforço da presença de marcas nacionais no ranking geral, com especial evidência para o retalho. “Há uma diversidade muito grande no mercado, mas essa abundância acaba por valorizar ainda mais as marcas que fazem parte do nosso quotidiano. Marcas como o Continente e o Pingo Doce estão presentes de forma contínua na vida das pessoas e, por isso, são mencionadas instintivamente pelos consumidores”, explicou em declarações ao Hipersuper.

O responsável sublinha ainda que o contexto económico e social atual pode influenciar este comportamento: “Vivemos num período de incerteza, e isso leva os consumidores a procurar segurança e familiaridade. As marcas portuguesas acabam por despertar uma ligação emocional mais forte, seja pelo enraizamento cultural, seja por uma perceção de maior proximidade e confiança”.

Pedro Diogo Vaz destaca também a importância da análise promovida pela Superbrands enquanto ferramenta útil para os profissionais de marketing e gestão de marcas. “Este é um estudo independente, que pretende refletir de forma genuína a perceção do consumidor. Não há interferência comercial nas escolhas, o que confere credibilidade aos resultados e torna-os relevantes para a estratégia das marcas, sobretudo no que toca à avaliação do seu posicionamento face à concorrência”, conclui.

O Continente assume um papel transversal no estudo, surgindo como a marca mais mencionada nas cinco dimensões avaliadas — Notoriedade, Marcas Únicas, Confiança, Identificação e Satisfação das Necessidades — e liderando o ranking em todas as gerações analisadas, da Silent Generation à Geração Z.

Já o Pingo Doce e a Delta Cafés destacam-se por integrarem o TOP 3 em duas dimensões, enquanto marcas como Adidas, Nike, Lidl e Nestlé também mantêm uma presença constante nos rankings multidimensionais.

A análise por geração demonstra que o retalho mantém uma relevância transversal, sendo o setor com maior peso em todas as faixas etárias. Por outro lado, os Baby Boomers e a Geração X apresentam maior afinidade com marcas de Alimentação, Telecomunicações, Bebidas e Energia, enquanto a Geração Z se destaca nas áreas de Desporto e Tecnologia.

Existem cinco áreas de atividade que monopolizam 81% do TOP 20 do ranking geral, sendo estas o Retalho, Alimentação, Desporto, Tecnologia e Telecomunicações. Numa comparação entre 2020 e 2025, observa-se que o Retalho aumentou o seu peso de 22,1% para 30,2% no TOP 20, tendo também a Energia e a Moda registado um ligeiro aumento.

O estudo, conduzido pela consultora independente AMINT, decorreu entre 7 de janeiro e 12 de fevereiro de 2025, através de 1.000 entrevistas online a uma amostra representativa da população portuguesa em termos etários (com idade igual ou superior a 16 anos), género e distribuição geográfica. A margem de erro é de 3,2%.

Sobre o autorAna Rita Almeida

Ana Rita Almeida

Logística

DHL Supply Chain adquire IDS Fulfillment e reforça oferta para PME no setor de e-commerce

A aquisição da empresa norte-americana especializada em logística de distribuição de retalho e fulfillment de e-commerce representa a segunda aquisição estratégica da DHL no setor de e-commerce na América do Norte em 2025, depois da compra do negócio de logística inversa da Inmar em janeiro.

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A DHL Supply Chain anunciou a aquisição da IDS Fulfillment num movimento que reforça a presença da multinacional no setor e amplia significativamente a sua capacidade de resposta às necessidades das pequenas e médias empresas (PME).

A operação, concluída em maio, representa a segunda aquisição estratégica da DHL no setor de e-commerce na América do Norte em 2025, depois da compra do negócio de logística inversa da Inmar em janeiro. Com esta aquisição, a DHL integra mais de 120 mil metros quadrados de espaço de armazém e distribuição multicliente, distribuídos por localizações estratégicas nos EUA, incluindo Indianápolis, Salt Lake City, Atlanta e Plainfield.

“O e-commerce tem sido um motor de crescimento para a DHL nos últimos anos e é um foco importante na nossa agenda da Estratégia 2030. A aquisição da IDS Fulfillment não só expande a nossa presença operacional, como também garante que as pequenas e médias empresas tenham acesso às nossas soluções logísticas de última geração, concebidas para as suas necessidades específicas”, disse Patrick Kelleher, CEO da DHL Supply Chain North America.

Mark DeFabis, CEO da IDS Fulfillment, afirma: “Acreditamos que o compromisso da DHL com a inovação e a excelência do serviço faz da empresa o parceiro ideal para melhorar as nossas operações e fornecer as capacidades líderes da indústria aos nossos clientes e membros da nossa equipa.”

A IDS Fulfillment continuará a operar sob a liderança atual, assegurando uma transição sem perturbações para os clientes e colaboradores. Para além da infraestrutura física, a operação traz à DHL uma carteira diversificada de clientes e um know-how adicional em fulfillment, reforçando a oferta de soluções escaláveis e integradas.

Com o setor global de e-commerce a crescer a uma taxa anual composta (CAGR) de 8% até 2029, a DHL aposta numa estratégia de expansão seletiva, que fortalece a sua rede e capacidade tecnológica, ao mesmo tempo que democratiza o acesso a serviços de logística de ponta.

“Com o crescimento global do setor e-commerce a um CAGR de 8% ao ano até 2029, a DHL tem como objetivo investimentos que expandam ainda mais as nossas capacidades para assegurar as necessidades deste segmento em crescimento e tornar a nossa rede e soluções facilmente acessíveis a empresas de todas as dimensões. O IDS Fulfillment complementa a nossa atual Rede DHL Fulfillment, aumentando a nossa capacidade de oferecer soluções globais de e-commerce sem descontinuidades, com conhecimentos e alcance locais. Especialmente oportuno, uma vez que mais organizações multinacionais estão a procurar estabelecer capacidades de fulfillment na América do Norte”, sublinha
Oscar de Bok, CEO Global da DHL Supply Chain.

“Estas aquisições demonstram o nosso compromisso com o crescimento contínuo no sector do e-commerce e reforçam a posição de liderança da DHL como o fornecedor de logística de eleição para clientes de todas as dimensões”, reforçou Patrick Kelleher.

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Bebidas

ÉvoraWine celebra 10ª edição com 300 vinhos em prova

O ÉvoraWine regressa à Praça do Giraldo nos dias 23 e 24 de maio para celebrar uma década de existência com uma edição que promete superar recordes de adesão e reforçar a notoriedade dos vinhos da região.

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Com entrada livre e copo oficial de prova disponível por 15 euros, a organização estima receber cerca de 10 mil visitantes ao longo dos dois dias, atraídos pela possibilidade de provar cerca de 300 referências vínicas oriundas de mais de 50 produtores alentejanos.

O evento arranca na sexta-feira, às 18h00, com a habitual sessão de abertura e a entrega dos prémios “Por todo o Alentejo”, que distinguem figuras de destaque nas áreas do vinho, gastronomia e cultura. O ambiente será marcado por uma combinação de provas vínicas, gastronomia regional e música ao vivo, com atuações que vão desde os cantares tradicionais dos Almocreves até à energia do Grupo Mala Conexion, passando pelo fado e ritmos sevilhanos.

A principal novidade desta edição comemorativa é a festa de encerramento “ÉvoraWine Party”, agendada para sábado, dia 24, a partir das 22h30, na Horta das Laranjeiras. O evento, animado pelo grupo “Os Vizinhos” e pelo DJ Pedro d’Orey, prolonga-se até às 02h00. A entrada tem o custo de 5 euros para os participantes do ÉvoraWine e de 10 euros para o público geral.

Durante o certame, os visitantes poderão ainda degustar pratos típicos alentejanos, preparados por restaurantes parceiros, numa aposta da organização na promoção da harmonização entre gastronomia e vinho da região.

A 10.ª edição do ÉvoraWine conta com o apoio da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), da Câmara Municipal de Évora, da Confraria dos Enófilos do Alentejo e da Confraria da Gastronomia do Alentejo.

Programa

Sexta-feira // 23 de maio  
18h00 – Sessão de Abertura com Grupo de Cante Tradicional Alentejano “Os Almocreves”
19h00 – Grupo Caranguejos da Cevada
20h00 – Fado com Inês Villa-Lobos
21h00 – Teresa Franco, Bruno Cramez e Nuno Páscoa
22h00 – Encerramento das provas de vinho

Sábado // 24 de maio  
18h00 – Abertura ÉvoraWine
18h30 – Grupo Sevilhanas
19h00 – Carla Saramago, Rui Gonçalves, Bruno Cramez e José Silva
20h30 – Grupo Mala Conexion
22h00 – Encerramento das provas de vinho
22h30 – ÉvoraWine Party na Horta das Laranjeiras com “Os Vizinhos” e Dj Pedro d’Orey
2h00 – Encerramento da ÉvoraWine Party

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Continente
Retalho

Continente promove “O Melhor de Portugal” em feira dedicada à produção nacional

A feira reúne frutas e legumes, queijos, vinhos, enchidos e outros produtos típicos, representando o melhor da diversidade gastronómica nacional, com destaque para a seleção especial dos melhores frescos nacionais e de produtos inovadores desenvolvidos pelo Clube de Produtores Continente, como é caso do famoso Arroz Carolino Caravela.

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Até 18 de maio, todas as lojas Continente e a plataforma Continente online recebem a primeira edição da feira “O Melhor de Portugal”, uma iniciativa que celebra a qualidade e o sabor dos produtos portugueses, valorizando o trabalho dos produtores locais e das marcas nacionais.

A nova feira, que conta com uma forte campanha multimeios sob o mote “Quem é que passa sem o melhor de Portugal?”, destaca uma seleção especial de produtos frescos nacionais e referências inovadoras, com origem no Clube de Produtores Continente. Entre os destaques está o Arroz Carolino Caravela, uma variedade 100% portuguesa resultante de quase duas décadas de investigação em parceria com a Lusosem, a Novarroz e o INIAV/COTArroz.

Esta iniciativa insere-se na estratégia do Continente de reforçar a aposta na produção nacional, garantindo qualidade, sustentabilidade e inovação em diversas categorias. A feira reúne frutas e legumes, queijos, vinhos, enchidos e outros produtos típicos, representando o melhor da diversidade gastronómica nacional.

A campanha publicitária, com criatividade da Fuel, está presente em televisão, rádio, digital, outdoor, lojas e folheto. A narrativa destaca o apreço dos portugueses pelos sabores autênticos do país, mesmo quando estão longe, demonstrando o orgulho e amor pelos sabores e tradições da sua terra.

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Alimentar

Encontro da FENAZEITES vai debater os problemas urgentes do setor olivícola

O encontro terá lugar pelas 10h, na sede da Cooperativa Agrícola de Macedo de Cavaleiros, centrado no tema ‘Desafios para o Futuro’.

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A Federação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Olivicultores (FENAZEITES), realiza na sexta-feira, 9 de maio, o 10º Encontro com as Cooperativas Olivícolas para discutir o futuro perante as tendências de mercado, o cálculo do sequestro de carbono no olival e o futuro da interprofissional do setor olivícola.

O encontro, que conta com o apoio da Cooperativa Agrícola de Macedo de Cavaleiros, terá lugar pelas 10h0, na sede da Cooperativa, centrado no tema ‘Desafios para o Futuro’ que terá como objetivo “não só identificar alguns dos problemas mais urgentes do sector olivícola, mas também fazer um levantamento de propostas em defesa do mesmo, tendo em conta as tendências do setor, o aumento da produção, o condicionamento do mercado nacional pela produção em Espanha, a oscilação dos preços e os custos de produção”, avança a FENAZEITES, associada da CONFAGRI.

A sessão de abertura será feita por Nuno Serra, secretário-geral da CONFAGRI, António Brito, presidente da FENAZEITES e Luís Rodrigues. presidente da Cooperativa Agrícola de Macedo de Cavaleiros. Moderado por Patrícia Falcão, secretária-geral da FENAZEITES, o debate “Desafios para o Futuro” contará com o analista internacional Juan Vilar, com Juan Antonio Polo, chefe do departamento de Oleicultura e meio-ambiente do COI, e Fernando do Rosário, presidente da Cooperativa Agrícola de Beja e Brinches. A sessão de encerramento estará a cargo de Idalino Leão, presidente da CONFAGRI, Benjamim Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros, e Paulo Ramalho, vice-presidente da CCDR-Norte.

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