Daniela Jurado (VTEX): “Portugal tem uma comunidade tech muito forte e em crescimento”
A tecnológica escolheu Portugal para abrir o quarto escritório na Europa. Daniela Jurado, diretora para a Europa Ocidental da VTEX, explica porquê

Rita Gonçalves
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A VTEX levantou um investimento de cerca de 310 milhões de euros, em menos de um ano, para expandir globalmente a sua solução de comércio integrado, com funcionalidades nativas de marketplace e OMS (gestão de pedidos).. A tecnológica escolheu Portugal para abrir o quarto escritório na Europa. Daniela Jurado, diretora para a Europa Ocidental da VTEX, explica porquê
A VTEX iniciou operações no mercado português em maio. Como está a correr o lançamento da empresa em Portugal? Que balanço faz?
Até agora, entre transferências internas e contratações, temos quase 10 pessoas na equipa local. Nesta fase inicial, estamos à procura de product managers, product designers, software engineers e engineering managers. O nosso objetivo é contratar profissionais de nível médio e sénior até ao final de 2021, de forma a reforçar a VTEX como o mais recente polo tecnológico da Europa. Por esta razão, procuramos igualmente colaboradores que queiram ajudar a acelerar o nosso ecossistema e o mercado de comércio digital.
É o quarto escritório na Europa. Que atrativos tem Portugal que vos levou a investir na presença física no nosso País?
Portugal tem uma comunidade tech muito forte e em constante crescimento. Em comparação com outros países europeus, a média de universidades é muito boa. São entidades reconhecidas internacionalmente e que estão a formar uma ‘pool’ de talento bastante interessante.
Uma vez que a construção de novos polos de tecnologia é muito importante para o nosso crescimento acelerado, procuramos países que nos ajudem a mantê-lo. Em 2020, fomos nomeados a plataforma com maior crescimento no mundo, segundo a IDC, e isso diz muito a respeito da velocidade, escala e complexidade dos nossos desafios.
Além disso, Portugal é também um dos países mais seguros do mundo, com uma boa qualidade de vida e clima, além de ter uma cultura semelhante à do Brasil.
Que investimento está previsto para fazer crescer o negócio no mercado português?
Estamos numa fase de crescimento exponencial, na qual angariamos 365 milhões de dólares [cerca de 310 milhões de euros] em menos de um ano, o que resultou na nossa atual avaliação de 1.7 mil milhões de dólares. Esta nova operação de financiamento é uma parte importante de nosso plano de expansão. No entanto, não podemos detalhar o investimento específico.
Qual o propósito da VTEX?
A VTEX tem como objetivo conquistar o mercado internacional e ser responsável pela transformação digital do retalho. Oferecemos a primeira e única solução de comércio global, totalmente integrada, de ponta a ponta, com marketplace e OMS [ o sistema de gestão da operação é uma ferramenta que rastreia as vendas, os pedidos, o stock e o atendimento em diferentes canais de distribuição] nativos.
Ajudamos empresas de retalho, manufatura, grossistas, mantimentos, bens de consumo, entre outros, a aumentar as vendas, operar com maior eficiência e escalar sem barreiras, proporcionando uma experiência única ao cliente final. A nossa arquitetura, baseada em microsserviços e aliada a ferramentas altamente especializadas de negócio e engenharia, permite que a VTEX proteja o futuro do negócio dos clientes e os liberte de atualizações de software.
Que soluções oferece a empresa para retalhistas e empresas com sites de ecommerce?
Disponibilizamos uma plataforma de comércio capaz de unificar experiências em todos os canais de venda, com uma solução robusta, infraestrutura escalável na nuvem e ferramentas fáceis de usar – como o Gerenciador Unificado de Pedidos, e a arquitetura nativa de Marketplace -, acelerando a transformação de grandes empresas.
O que é que estas soluções trazem de novo ao mercado português em termos de vantagens competitivas?
Entre as diversas vantagens competitivas, podemos citar a arquitetura moderna da solução, que prioriza a API [Interface de Programação de Aplicações], permitindo que os clientes sejam ágeis ao desenvolver os seus sites de comércio e mercados. Em 2019, por exemplo, a plataforma Commerce Cloud da VTEX recebeu mais de 12.000 atualizações para garantir a mais elevada qualidade.
Outra vantagem competitiva, sem dúvida, é oferecer o módulo de Marketplace de maneira nativa, o que permite que os comerciantes operem o seu próprio marketplace online e vendam nas lojas online uns dos outros. A VTEX traz ainda ao mercado português uma expertise de mais de 20 anos, de uma empresa que nasceu no Brasil, mas tem atualmente uma atuação global.
Quantas lojas online já são geridas através da vossa plataforma?
Atendemos às principais marcas globais, como Sony, Walmart, Whirlpool, Coca-Cola, Stanley Black & Decker, AB InBev e Nestlé, gerindo mais de 2.500 lojas online ativas em 32 países.
A empresa comprou no passado mês de junho a Suiteshare. Porquê?
Sentimos que agora, mais do que nunca, principalmente por causa da pandemia, os consumidores mudaram significativamente as suas expectativas face às interações com as marcas. Estas precisam de ser mais personalizadas, genuínas e imediatas.
Por isso, elegemos a Suitshare como a plataforma ideal para colmatar esta necessidade. A mesma permite-nos disponibilizar a todos os nossos clientes um serviço mais completo e integrado em todos os canais, onde passa a ser possível vender e prestar apoio ao cliente via WhatsApp.
*Entrevista originalmente publicada na edição 393 do Hipersuper