Reimaginar a força de trabalho no retalho
Por Mara Martinho, consultant retail na Michael Page Em primeiro lugar, ainda é arriscado tomar como garantido qualquer modus operandi, ainda que novo ou reimaginado, para a realidade laboral que […]

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Por Mara Martinho, consultant retail na Michael Page
Em primeiro lugar, ainda é arriscado tomar como garantido qualquer modus operandi, ainda que novo ou reimaginado, para a realidade laboral que a pandemia transformou.
É, por outro lado, necessário perceber as movimentações de mercado e tentar antecipar comportamentos e respostas estratégicas.
Deter profissionais ágeis na rápida adaptação à mudança é um bem necessário e identificado pelas empresas num cenário já prévio à pandemia, que se tornou imprescindível aos dias de hoje, mas, mais do que isso, é deter neste cenário profissionais que ajudem e estejam disponíveis a trabalhar efetivamente nesta mudança constante, motivados e com vontade de contribuir para o contorno das adversidades e o sucesso coletivo.
Para os profissionais que entram agora no mercado de trabalho, a procura por quem recruta assenta igualmente na capacidade para o pensamento solucionador e não centrado no problema, pensamento fora da caixa, proatividade, espírito crítico e uma grande capacidade de comunicar. Pensemos que toda a pandemia foi (e em alguns caso ainda o é) uma prova dura de liderança de negócio e de pessoas para todos os cargos diretivos e de management. Por isso, todas as empresas procuram quem os ajude a “levar o barco para a frente”, facilitadores, pessoas que contribuam para a organização no seu todo; capacidade de pensar estrategicamente sobre as coisas e não fazê-las só porque sim (os ditos “yes, man”). Diria que empatia terá de também fazer parte destas novas contratações que serão, em alguns casos, os cargos diretivos e de management do amanhã e nenhuma empresa, que queira dar continuidade à sua atividade, quer ter na sua constituição apenas pessoas de negócio, mas sim também pessoas de pessoas, idealmente que pensem equitativamente nos dois.
Os profissionais que já se encontram em funções, muitos deles tiveram de ajustar o seu descritivo funcional, mas a base continua a ser a mesma. Acredito que, principalmente esta digitalização de processos, veio tornar todas as funções mais especializadas, com um diferencial de formação, onde quem aposta numa constante aprendizagem, apresenta-se com vantagem competitiva face aos demais.
DESAFIO PARA AS EMPRESAS
A dicotomia entre o que as empresas identificam como necessidades e procuram e o que existe no mercado por vezes não corresponde, principalmente quando falamos em anos de experiência profissional vs. salário oferecido. Ainda é um caminho longo a percorrer, sem dúvida, mas, por exemplo, muitas vezes é pedido ao candidato que já investiu bastante na sua formação académica, profissional e estágios, que inicie o seu percurso com um determinado valor “por não ter ainda os anos de experiência profissional pretendidos”, sem que se olhe ao investimento por este já feito e, principalmente, ao seu potencial. A par disso, muitas das vezes é identificada apenas uma necessidade, estando envolvidas responsabilidades e exigências dispares de coexistirem na mesma pessoa, o que torna bastante difícil o encaixe perfeito na supressão da necessidade. Entre muitos outros exemplos.
Além disso, o facto destes profissionais, principalmente a nível operacional, se terem visto, ainda que de forma amarga, presenteados por meses próximos das suas famílias, com tempo de qualidade para as tarefas mais básicas do dia-a-dia, fez com que os mesmos olhassem para o equilíbrio familiar e profissional com um maior peso, o que irá obrigar a que se repense no retalho se o caminho a querer seguir continuar a ser o de opção e não o de obrigação ou de “exclusão de partes” nos momentos de escolha nas carreiras profissionais.
A verdade é que o gosto pelo retalho terá de estar intrínseco a todos os profissionais que queiram fazer parte deste setor, mas a responsabilidade de torná-lo num sector atrativo está principalmente nos lideres de topo que precisam de tornar ténue a premissa da equidade entre operações e sede, que em cenários de caos se torna no precipício de desmotivação coletiva.