A Expoalimenta, feira profissional dedicada a todas as empresas que fornecem e suportam o setor alimentar, que abrange um vasto leque de áreas, desde máquinas, equipamentos e acessórios para preparar, acondicionar, embalar e processar até aos alimentos e bebidas, regressa à Exponor de 24 a 26 de outubro. O mote perfeito para uma conversa com José Frazão, CEO da Exposalão, que dinamiza a Expoalimenta.
Qual o balanço que faz das últimas edições da Expoalimenta e quais as expectativas para esta edição?
A Expoalimenta é um acontecimento muito relevante para o calendário das feiras e muito concretamente para a região Norte. Este é um evento que acontece a cada dois anos e por isso sentimos também essa vontade por parte das empresas expositoras que aceitaram o nosso desafio para dar a conhecer as suas propostas e inovações neste certame. A última edição correu muitíssimo bem, superando para lá as expectativas que tínhamos, mas estamos sempre muito focados em melhorar e evoluir. Posto isto, ouvimos todos os feedbacks dos expositores e visitantes e melhorámos a feira tendo em consideração as opiniões. Vamos apresentar uma feira com muitas oportunidades de negócio e com foco total nos visitantes, que acreditamos ser um ponto chave para o sucesso do evento. Temos em curso uma grande ação de divulgação para efetivamente nos dias 24, 25 e 26 de outubro termos uma enchente de profissionais do setor. O procedimento para registo é digital e portanto contamos já com um número de registos muito elevado, mas aqueles que nos visitarem sem registo poderão fazê-lo no local e aceder ao evento.
Quais são as expectativas para a edição de 2024 em termos de número de expositores e visitantes, comparativamente a edições anteriores?
Acreditamos que conseguiremos superar a marca dos 10/12 mil visitantes profissionais, um público altamente segmentado e especializado. Queremos apostar na dimensão da experiência, oferecendo aqueles que nos visitam uma perspectiva completa do mercado representado na feira. Temos por isso um programa com várias entidades e parceiros com Conferências e Seminários que podem complementar a oferta em exposição e dar ao visitante uma perspectiva mais alargada deste segmento. Contamos com 300 expositores, o que representa um crescimento de cerca de 15 por cento em relação a 2022. Falamos do evento uma vez que o visitante terá acesso a toda a área de exposição. Esta é uma feira dinâmica, contamos com a energia de todos os expositores, visitantes que ajudam a elevar a notoriedade do certame em Portugal.
Que setores espera que tenham maior destaque nesta edição da feira e porquê?
Os equipamentos e maquinaria são dois elementos importantes desta feira e por isso um dos principais motivos de visita dos profissionais. Contamos com empresas com soluções atuais e de vanguarda que oferecem as melhores propostas ao mercado. Depois estamos a apostar na diversificação da oferta em feira, procurando expositores com tendências atuais do mercado no setor do alimentar. Sabemos que há novos hábitos de consumo e portanto naturalmente há novas necessidades de procura. Teremos uma feira abrangente para responder a todos os desafios e acreditamos que aqueles que nos visitarem vão sair muito satisfeitos e com negócios fechados. A dinâmica das duas feiras em simultâneo, falando concretamente da Decorhotel, é muito importante e revela-se muito estratégica para o certame, que durante três dias ganha uma dimensão muito maior e mais apelativa.
A alimentação saudável vai estar em destaque. Uma nova aposta…
Estamos muito expectantes para perceber a receptividade desta nova aposta. Era uma carência que sentíamos que a feira poderia ter e decidimos responder a esta nova área do consumo. Há uma consciência maior em todos sobre os benefícios de uma alimentação mais nutritiva e que responde ao nosso dia a dia. Trazemos empresas com soluções diferenciadas, que se destacam no mercado e são alvo de grande apreço por parte dos consumidores. Queremos que o visitante entre na feira e sinta que tudo aquilo que compõe a indústria alimentar está à sua disposição. Além da dinâmica da procura específica por um produto ou serviço, queremos desenvolver a questão da oportunidade. Queremos aumentar o tempo de permanência de um visitante no certame, porque este pode efetivamente estar interessado num determinado produto ou empresa, mas graças ao leque de empresas expositoras consegue conhecer outras propostas que numa primeira ideia não tinha intenção.
Quais são as principais novidades ou inovações que podemos esperar das empresas expositoras, especialmente nos segmentos de maquinaria e equipamentos?
Contamos com as empresas de referência e também aquelas que estão a chegar ao mercado com grande capacidade de resposta como expositoras e acreditamos que as suas soluções são de vanguarda, recorrendo a tecnologia inovadora, que traz vários benefícios, repensando a execução de procedimentos técnicos, bem como logísticos. São dois vectores importantes quando pensamos a indústria alimentar, numa componente mais técnica. Não será justo destacar umas empresas em detrimento de outras.
A Expocarne é um dos segmentos direcionados presentes na feira. Como vê o desenvolvimento da indústria da carne em Portugal e que oportunidades identifica para o setor neste momento?
A indústria da carne em Portugal tem mostrado um desenvolvimento sólido, impulsionado por uma crescente preocupação com a qualidade e a sustentabilidade. No entanto, é claro que enfrenta desafios significativos, como a adaptação a novas exigências dos consumidores, que estão cada vez mais conscientes em relação ao impacto ambiental e ao bem-estar animal. A grande oportunidade está na diversificação dos produtos e no investimento em certificações de qualidade, além da aposta em tecnologias para otimizar os processos e reduzir a pegada ambiental. Na Expoalimenta, procuramos discutir estas questões e explorar novas oportunidades. A feira oferece uma plataforma única para reunir produtores, distribuidores e especialistas do setor, onde podem partilhar soluções inovadoras que alinhem eficiência produtiva com práticas mais sustentáveis.
Quais as iniciativas paralelas previstas para esta edição?
Ao longo dos dois primeiros dias temos previstas várias ações para os profissionais da indústria alimentar. A tarde do primeiro e segundo dia traz Formações de Higiene e Segurança Alimentar, ajudando todos os interessados a potenciar os seus conhecimentos. No segundo dia, teremos o Seminário da DPD Portugal, que vai focar-se nos desafios associados à entrega de alimentos frescos e uma outra ação a cabo da EFRIARC. No último dia, 26 de outubro, teremos a Confraria do Azeite e do Folar e ainda a Semifinal Norte do XI Concurso ‘O Melhor Bolo-Rei’ de Portugal. Com estas ações pretendemos proporcionar uma melhor experiência ao visitante, que além de interagir com as empresas expositoras, pode contactar diretamente com outros players do mercado.
Há dois anos, em entrevista ao nosso jornal, mostrava-se preocupado com o contexto económico que afetava empresas e consumidores. Hoje como olha para o mercado interno?
As empresas portuguesas enfrentam enormes desafios, desde logo porque o nosso mercado é pequeno e isso acarreta desafios extra às empresas, que todos os dias têm de procurar atualizar-se e estar um passo à frente para responder às necessidades das pessoas e do próprio mercado que não é estanque. Na Expoalimenta e Decorhotel também procuramos olhar criticamente para estas realidades que nos afetam a todos de forma mais ou menos direta, ouvindo decisores e diferentes players, que estão atentos e procuram refletir e encontrar soluções para melhorar.
Na sua visão, qual o papel da Expoalimenta na dinamização e internacionalização das empresas alimentares portuguesas, e de que forma a feira contribui para a criação de parcerias estratégicas no setor?
A Expoalimenta é uma feira pensada para o mercado nacional, sendo realizada a Norte. Procuramos também atingir o mercado ibérico pela proximidade com Espanha. Estamos sempre atentos às oportunidades de negócio que podem ser geradas durante o evento, tanto para os expositores, que procuram novos parceiros, como visitantes profissionais. Queremos muito continuar a apostar nesta divulgação exterior da feira para que possamos a cada novo ano contar com visitantes vindos de outras geografias a aumentarmos assim as oportunidades de expansão da Expoalimenta.
Esta entrevista foi publicada na edição 427