Jordi Llach, diretor geral da Nestlé Portugal
Nestlé Portugal cresce acima de negócio global suportada por consumo fora do lar
“2016 foi um ano positivo para o negócio em Portugal, país que mostra uma evolução acima do crescimento orgânico global, assente em 3,2%”, explica em conferência de imprensa realizada esta manhã (14 de março) Jordi Llach, diretor geral da Nestlé Portugal

Ana Catarina Monteiro
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As vendas da Nestlé em Portugal cresceram 3,5% no último ano para os 398 milhões de euros nos vários segmentos de mercado em que a multinacional opera (café, nutrição infantil e clínica, petcare, produtos lácteaos, cereais, bebidas, chocolates, produtos culinários e gelados). Somando as vendas para o exterior (82 milhões de euros), a filial portuguesa da gigante do setor alimentar alcançou um volume de negócios de 480 milhões de euros, o que traduz um crescimento orgânico de 4,7% face ao período homólogo. “2016 foi um ano positivo para o negócio em Portugal, País que mostra uma evolução acima do crescimento orgânico global, assente em 3,2%”, explica em conferência de imprensa realizada esta manhã (14 de março) Jordi Llach, diretor geral da Nestlé Portugal.
O responsável destaca o consumo “fora do lar” como um vetor de crescimento do negócio em Portugal, sobretudo no que diz respeito aos “cafés torrados” que beneficiam da “subida do turismo” no País. A Nestlé cresceu “acima da média do mercado nacional de consumo fora do lar – cuja evolução se fixou nos 1,2%” no último ano -, através de “novas parcerias no canal horeca”, as quais permitiram um maior aumento das vendas “em valor do que em volume”. Ainda assim, o responsável esperava uma “subida mais expressiva” neste canal.
Dos 15 milhões de euros que a empresa investiu em Portugal no último ano, 9,5 milhões de euros destinaram-se à melhoria da rede da empresa para produtos de consumo “fora do lar”, logística e parque informático.
20% do volume de negócios total da filial lusa diz respeito a inovações. Uma das categorias em que a empresa mais alargou as gamas de produto disponíveis no ano anterior foi a dedicada aos animais de estimação (com o lançamento de novas gamas em Proplan, Felix, Gourmet, Purina One e em Snacks Cão com Dentalife e Adventuros), mercado no qual a empresa “reforçou a liderança em 2016”. Sem precisar números, o diretor-geral diz que este negócio cresceu também “acima da média do segmento de produtos de petcare em Portugal”, que registam uma evolução de “1,3%”.
Com três fábricas em Portugal (Porto, Avanca e Lagoa-Açores), as exportações da subsidiária da Nestlé totalizaram os 82 milhões de euros, o que representa a manutenção de um peso de 17% no total de volume de negócios da empresa. 2016 foi um “ano difícil para os mercados tradicionais de exportação a partir de Portugal, como é o caso de Angola”. No entanto, a multinacional “compensou” a queda reforçando as vendas, de diferentes categorias de produto, para mercados menos tradicionais como é o caso dos “cafés torrados para a Grécia”. Enquanto a exportação no segmento de “nutrição infantil baixou”, as vendas de cafés para o exterior “subiram”.
No último ano, a fábrica multiproduto em Avanca (distrito de Aveiro), que exporta 54% da sua produção anual de 34 mil toneladas, começou a produzir em exclusivo para mercados do norte da Europa dois produtos de gamas de cereais infantis e de cereais para adulto. A empresa investiu um total de 5,4 milhões na melhoria das unidades fabris, sendo a fábrica de Avanca a que recebeu a maior fatia do investimento (4,3 milhões de euros). Na unidade situada no Porto, que apresenta uma produção anual de 12 mil toneladas de cafés torrados, dos quais 21% seguem para exportação, foram aplicados 708 mil euros. Por sua vez, as instalações nos Açores, de onde saem anualmente 7,6 toneladas de leite em pó e manteiga (34% exportado para sociedades aliadas), receberam um investimento de 446 mil euros.
Para este ano, a filial portuguesa prevê um menor investimento, que deverá rondar os “9 ou 10 milhões de euros”, sendo que está em negociações com a sede da multinacional suíça para novo investimento em Portugal. “É um projeto confidencial, que não podemos revelar, mas devemos conhecer a decisão final nos próximo três meses”.
*Notícia alterada às 10h37 do dia 15 de março de 2017