Carrinho de compras adaptado lança versão “low cost” para retalho
Luís de Matos, em cadeira de rodas, costumava passar um inferno sempre que ia às compras. Para facilitar a sua vida e a de todas as pessoas com mobilidade reduzida, desenvolveu o wi-Go, um sistema único que encontra nos mercados internacionais os “clientes principais”

Rita Gonçalves
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Entrevista a Luís de Matos, Fundador e CEO da start-up IS2you
A necessidade aguça o engenho. Luís de Matos, em cadeira de rodas, costumava passar um inferno sempre que ia às compras. Para facilitar a sua vida e a de todas as pessoas com mobilidade reduzida, desenvolveu o wi-Go, um sistema único que encontra nos mercados internacionais os “clientes principais”
Como nasceu o projecto wi-Go?
O wi-Go nasceu de uma necessidade pessoal. Como estou em cadeira de rodas tinha, e tenho ainda, imensas dificuldades em ir às compras. É impossível para mim empurrar um carrinho de compras e, em simultâneo, empurrar a cadeira de rodas e este problema é comum a muitas outras pessoas!
Posto isto, decidi desenvolver o wi-GO como projecto final na licenciatura em engenharia informática e, com o passar do tempo e a pesquisa feita, verifiquei que não existia nenhuma solução parecida e que realmente tinha viabilidade económica.
O que traz a solução de novo ao mercado português?
O wi-GO é um sistema inteligente e autónomo, concebido para auxiliar as pessoas com mobilidade reduzida no transporte de objectos. Se imaginarmos o cenário simples de ir as compras, não há nenhuma solução actualmente que permita a estas pessoas transportar os seus produtos de forma cómoda e é aqui que entra o wi-GO. Não necessita de ser empurrado, segue a pessoa de forma independente e fácil, sem que o utilizador necessite de despender esforço físico.
Além de poder ser aplicado em centros comerciais, pode também funcionar em hospitais, aeroportos, na residência e na indústria, de um modo geral.
O conceito do wi-Go não existe, logo a introdução do mesmo no mercado português e noutros países permite facilitar a vida de milhões de pessoas com mobilidade reduzida.
Em que fase está o projecto? Já iniciaram a comercialização?
Actualmente, estamos na fase final de desenvolvimento, sendo que estamos agora a concluir o design do carrinho de compras e a optimizar o hardware e o software, para que possamos introduzir alguns wi-GO em diferentes superfícies comerciais para que todas as pessoas utilizem e consigamos obter feedback. Depois desta fase-piloto, procederemos aos respectivos ajustes e finalizamos o projecto, ficando pronto a escalar e a comercializar a nível mundial.
Qual o potencial de negócio do wi-Go? Que tipo negócios mostram mais interesse pelo carrinho de compras?
O wi-Go, numa fase inicial, será vendido às superfícies comerciais para que estas possam disponibilizar um novo serviço aos clientes e, assim, conseguimos chegar de forma rápida e efectiva a um elevado número de pessoas. Numa fase seguinte, pretendemos adaptar a tecnologia aos aeroportos e também desenvolver um protótipo para casa/residência. De seguida, podemos adaptar à indústria em geral como ferramenta de trabalho, sendo que, todo o processo de concepção e venda será controlado por nós.
Estudam a internacionalização do projecto?
A internacionalização é a nossa aposta desde o início do projecto! Sabemos que o mercado nacional não tem dimensão suficiente para o nossos projectos… é um mercado de teste, sendo que, acreditamos que o nosso principal cliente está lá fora. É precisamente aqui que entram os concursos, nomeadamente, o da Fundação Altran! Definimos como estratégia concorrer a concursos de empreendedorismo que contemplem uma parte de internacionalização, como a Altran, para assim potenciarmos os respectivos recursos e visibilidade, evitando dispensar demasiados recursos financeiros, que, naturalmente, não temos.
Gostávamos muito de entrar no mercado americano e europeu nesta primeira fase, contudo, estamos também a dar especial atenção às economias emergentes como Brasil e os PALOP, e Emirados Árabes.
Quem é o público-alvo do wi-Go?
O público-alvo são as pessoas, com principal enfoque nas que apresentam deficiência e mobildade reduzida. Mas todas as pessoas podem utilizar o wi-GO.
Qual o investimento que, por exemplo, um hipermercado tem de fazer para implementar o sistema?
Temos como principal objectivo criar uma solução “low-cost” para que os centros comerciais não tenham que fazer um esforço financeiro demasiado elevado. Somos uma empresa, mas acima de tudo queremos chegar às pessoas e resolver este problema, deste modo, queremos que o wi-Go tenha um preço acessível.
Como pensam tirar partido do prémio internacional da Fundação Altran para a Inovação 2012, que receberam em Paris?
O prémio Altran reveste-se de enorme importância, não apenas pelo prémio em si, mas pelo reconhecimento que uma entidade com a reputação e o prestígio da empresa confere ao nosso projecto. É um enorme estímulo para que o trabalho que estamos a desenvolver possa chegar a bom porto e a nossa tecnologia possa, finalmente, começar a fazer a diferença!
O facto de a Altran contar com uma presença à escala global é uma enorme mais-valia para nós. É a oportunidade de abrir as portas dos mercados internacionais, com o cunho privilegiado desta empresa que, ao apoiar o nosso projecto, reforça a garantia de sucesso!