Agro-alimentar perde 700 milhões
Em entrevista à Agência Lusa, Pedro Queiroz, director-geral da FIPA, admite que a indústria agro-alimentar perdeu 700 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano.

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A indústria agro-alimentar perdeu 700 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, uma quebra que pode ser extensível a todo o ano, caso se mantenham os elevados custos das matérias-primas e uma fiscalidade desfavorável ao consumo.
O alerta partiu do director-geral da Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA), que sublinhou, em entrevista à Agência Lusa, que o sector “já está a ser afectado pela redução do consumo” e pode “resvalar para uma situação de encerramento de empresas e de deslocalizações”, pondo em causa 5.000 empregos.
“Tudo aquilo que a indústria alimentar compra está mais caro”, salientou Pedro Queiroz, acrescentando que as matérias-primas têm tido aumentos médios de 20% e, nalguns casos, de 50%.
O responsável da FIPA apontou para a “enorme desvantagem fiscal que existe face a Espanha”, cuja taxa de IVA média ponderada para os alimentos é de 7,8% comparativamente aos 10,4% de Portugal, apelando a que sejam equacionados “cenários que permitam um equilíbrio entre a competitividade do país e as necessidades da indústria”.
Pedro Queiroz disse que é necessário mexer na fiscalidade, mas sublinhou que esta reestruturação não passa necessariamente pela redução do IVA: “o equilíbrio do IVA face a Espanha pode ser feito de várias formas”.
Impacto da redução da Taxa Social Única
Questionado sobre o impacto da redução da Taxa Social Única (TSU) para as empresas do sector agro-alimentar, considerou que pode ser, ou não, positivo. “Se a redução tiver de ser compensada por outro lado, nomeadamente através do aumento das receitas fiscais, essa medida não vai ter grande impacto na indústria alimentar. É preciso perceber o pacote é que isso vem incluído”.
O director-geral da FIPA frisou que a necessidade de resolver os problemas financeiros do país não deve pôr em causa a competitividade e afirmou que “sem empresas fortes no mercado interno, não há hipóteses de ter empresas fortes a nível da exportação”.
Lembrou, por outro lado, que a indústria transformadora tem “um papel fundamental” na dinamização da agricultura. “A indústria é o maior cliente da agricultura e estimamos que são gerados indirectamente 120 mil empregos esta via. Se este sector começar a perder força, esses empregos também ficam em causa”, acentuou.
Para Pedro Queiroz, “o grande potencial está nas empresas que conseguem comprar produção nacional, transformar e colocar lá fora produtos inovadores. Esse é o ciclo ideal”. A produção nacional agrícola não é suficiente para assegurar as necessidades da indústria de transformação, sobretudo a nível de cereais (95% são importados), carne e hortofrutícolas, mas existem sectores em crescimento.
“Temos boa capacidade de internacionalização no azeite, nas bebidas e até nos lácteos”, declarou.
Comentando o novo Governo, Pedro Queiroz disse que a junção entre agricultura e ambiente “pode ter sinergias interessantes” e defendeu um Ministério com “uma política menos agrária e mais agro-alimentar”.
A indústria agro-alimentar nacional cria directamente cerca de 110 mil postos de trabalho e gera um volume de negócios anual da ordem dos 13 mil milhões de euros.
*Lusa