Litígio entre EU e Argentina atrasa negociações no Mercosur
As negociações entre União Europeia e Mercosur não estão a decorrer da melhor maneira. Tudo porque a Argentina insiste no bloqueio aos produtos alimentares provenientes do Velho Continente.

Victor Jorge
Mais de 5,5 milhões de portugueses compram online. Crescimento “reflete uma evolução natural dos hábitos de consumo”
Cegid conclui a aquisição da sevdesk e expande fornecimento de soluções para micro e PME
Renova foi tema de estudo no MBA da Stanford Graduate School of Business
Confagri e Fenapecuária temem exclusão de apoios à doença da língua azul
Jose Luis Ramallo vai liderar a Beiersdorf Portugal
Novo molho Chucrute Vegan Creative disponível em exclusivo no Food Lab das lojas Continente
Jerónimo Martins conquista classificação máxima no combate às alterações climáticas pelo 4º ano consecutivo
Coca-Cola traz para Portugal o chá gelado Fuze Tea
Futuros especialistas internacionais do vinho e da vinha visitaram o Dão
Governo cria comissão consultiva para aumentar as exportações do agroalimentar
As barreiras colocadas pela Argentina à importação de alimentos ensombraram a primeira ronda de negociações entre UE e Mercosur.
A controvérsia entre a União Europeia e a Argentina por causa das supostas barreiras colocadas por parte do país sul-americano à importação de alimentos ensombraram a primeira ronda de negociações entre o Mercosur e EU para se chegar a um acordo de associação política e comercial.
Técnicos reuniram-se recentemente na capital argentina, depois de se ter chegado a um acordo em Maio passado, para retomar as conversações sobre um acordo de livre comércio.
João Aguiar Machado, director-geral adjunto do Comércio da Comissão Europeia, porta-voz da delegação dos 27, reconheceu, à agência EFE, que, embora o encontro tivesse sido “muito frutífero”, as medidas restritivas impostas pela Argentina à importação de produtos europeus pode “atrasar” o avanço das negociações.
O representante da EU confirmou, inclusivamente, que o bloco europeu colocará este problema na Organização Mundial do Comércio (OMC) na próxima reunião.
O Governo argentino insistiu, no entanto, na negação das restrições colocadas, admitindo que esta situação poderá interferir nas negociações para um acordo entre os 27 países da EU com o Mercosur, integrando países como o Brasil, Uruguai e Paraguai.
“Está-se a sobrevalorizar um problema. Está-se a fazer de uma coisa pequena, um Mundo. Ouvimos um furacão de declarações europeias como se se estivesse a destruir o comércio bilateral entre a UE e a Argentina. Estamos a falar de 100.000 ou 200.000 dólares [entre 79 e 158 mil dólares]”, afirmou o secretário do Comércio e Relações Económicas Internacionais da Argentina, Alfredo Chiaradía.
Para este responsável argentino pelas negociações no Mercosur, existe uma “utilização política” nas reclamações da UE pelas supostas barreiras colocadas à entrada de alimentos, com o objectivo de “dividir o Mercosur” ou poder “justificar no futuro a paralisação das relações comerciais”.
A Argentina, presidente temporário do Mercosur, não divulgou a aplicação de nenhuma medida formal para travar a entrada de produtos europeus, mas os importadores queixaram-se de pressões e demoras burocráticas nas tramitações aduaneiras.
Num momento em que “estamos a relançar as negociações, uma medida de este tipo não ajuda a criar um clima d confiança, mas antes a agravar e mesmo a dificultar as conversações”, salientou Aguiar Machada à EFE, deixando a questão: “como é que vamos negociar um acordo de liberalização quando há um país a bloqueá-lo?”.
As negociações desenrolam-se num contexto de pressão por parte de sectores agrícolas de vários países europeus que rejeitam as negociações com o Mercosur porque consideram que afectaria os seus interesses, já que os sul-americanos estão entre os maiores produtores mundiais de produtos alimentares.