A incógnita Carrefour
Volta na volta surgem notícias da venda/compra do negócio do Carrefour em Portugal…

Victor Jorge
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Volta na volta surgem notícias da venda/compra do negócio do Carrefour em Portugal. Se há pouco mais de um mês o interesse vinha de um player internacional, aparecendo Wal-Mart, Tesco e Metro como os mais prováveis compradores, agora os interessados parecem já estar implantados no mercado português, surgindo nomes como Auchan e Sonae Distribuição.
Com 12 hipermercados Carrefour e 384 lojas Minipreço, o Carrefour opera em Portugal desde 1992, data da inauguração do Carrefour de Telheiras. Actualmente com 11 licenças atribuídas e ocupando o 6.º lugar no ranking 2006 da APED (Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição) com um volume de vendas de 505 milhões de euros (+1% que em 2005) e uma área de venda de 83 mil metros quadrados (+22% que em 2005), o Carrefour emprega mais de 2.500 pessoas.
Estes números, no entanto, mantém o Carrefour a uma distância considerável dos lideras do retalho alimentar em Portugal, liderado pela Sonae Distribuição com 3,525 mil milhões de euros, seguida da Jerónimo Martins (1,948 milhões de euros) e Auchan (1,194 milhões de euros).
Ora, são precisamente estes os nomes apontados agora como interessados no negócio do Carrefour no nosso País, apesar de não existir confirmações nem desmentidos. Na edição de ontem do Diário Económico é noticiado o fecho das negociações para os próximos dias, não se sabendo, contudo, em que moldes e com quem, havendo, no entanto, a certeza de que o negócio será efectuado não por Portugal, mas pela administração do grupo em França.
Outra das questões que ainda não foi clarificada, prende-se com a abrangência do negócio, ou seja, o negócio envolve somente Carrefour ou inclui, também, as lojas Minipreço. Sabendo-se que o Minipreço lidera o retalho alimentar em quantidade de lojas, é altamente provável que qualquer comprador queira não só a operação do Carrefour, mas também o parque de lojas Minipreço, abrindo assim caminho a um reforço ou liderança no retalho alimentar português.
Certo é que o Carrefour tem vindo a adoptar a política de reforçar a sua posição nos mercados onde já é líder (caso de França e Espanha) e abandonar os países onde não consegue liderar. Veja-se o caso espanhol, onde recentemente o Carrefour adquiriu a operação do Plus ao grupo alemão da Tengelmann, comprando por 200 milhões de euros as 250 lojas que os germânicos detinham.
Na semana passada, o Millennium Investment Banking (BCPI) veio traçar três cenários possíveis em Portugal com a compra do Plus por parte do Carrefour em Espanha: O Carrefour mantém as operações em Portugal, tirando partido da posição reforçada em Espanha; o grupo francês vende algumas operações em Portugal, nomeadamente os hipermercados, mantendo a cadeia Minipreço; a Plus vende as operações em Portugal, devido à perda de quota de mercado e das sinergias no mercado ibérico.
Uma análise mais abrangente também poderá ser feita da seguinte forma: situando-se os hipermercados Carrefour em locais muito próximos dos da Sonae Distribuição (mais concretamente Continente) e sabendo-se que o foco da Jerónimo Martins está no Pingo Doce, são várias as conjecturas que se poderão efectuar. Uma delas é precisamente que a Sonae, a estar interessada, inclinar-se-á mais para o negócio Minipreço, não querendo os hipermercados Carrefour; o grupo Auchan poderá estar interessado no negócio na totalidade; havendo sempre a questão inicial de haver um player internacional.