Tecnologia e pessoas, uni-vos

Podemos falar nos dias de hoje de um receio generalizado em relação à supressão de postos de trabalho resultantes da evolução tecnológica, mas não nos podemos esquecer que cerca de 10% dos empregos atuais nem sequer existiam na viragem do milénio, o que coloca mais uma vez o foco na formação dos profissionais. É ou não é verdade de que mais do que falta de profissionais, o que temos é falta de profissionais qualificados?

Tecnologia e pessoas, uni-vos

Podemos falar nos dias de hoje de um receio generalizado em relação à supressão de postos de trabalho resultantes da evolução tecnológica, mas não nos podemos esquecer que cerca de 10% dos empregos atuais nem sequer existiam na viragem do milénio, o que coloca mais uma vez o foco na formação dos profissionais. É ou não é verdade de que mais do que falta de profissionais, o que temos é falta de profissionais qualificados?

Hugo Rodrigues
Sobre o autor
Hugo Rodrigues

À semelhança de muitos outros sectores, é frequente medirmos a nossa experiência enquanto gestores de pessoas, com base no número de anos que contabilizamos no desempenho de funções, mas se é verdade que esse nunca foi o único fator a ter em conta na avaliação do nosso Know-how, passou a ser por demais evidente que como consequência das inovações tecnológicas que todos os dias integram o nosso dia-a-dia, a verdadeira diferenciação dá-se por via da nossa capacidade de acolher, assimilar, processar e aplicar as rápidas transformações que resultam do desenvolvimento de tecnologias como a inteligência artificial.

Como qualquer profissional de RH, considero como mais do que bem-vinda toda e qualquer inovação que nos retire tarefas repetitivas que podendo ser mais ou menos complexas, não deixam de se apresentar como rotinas desgastantes, marcadas pela ausência de criatividade e por uma elevada exposição ao erro, embora não deixe de ter algumas reservas em relação ao facto do tempo que a AI nos permite ganhar, esteja de facto a ser utilizado pelas organizações para proporcionar aos seus profissionais uma maior dedicação a atividades estratégicas, desenvolvimentos de ações de Reskilling e upskilling ou outras medidas que representem valor acrescentado para o colaborador e para a empresa.

Podemos falar nos dias de hoje de um receio generalizado em relação à supressão de postos de trabalho resultantes da evolução tecnológica, mas não nos podemos esquecer que cerca de 10% dos empregos atuais nem sequer existiam na viragem do milénio, o que coloca mais uma vez o foco na formação dos profissionais. É ou não é verdade de que mais do que falta de profissionais, o que temos é falta de profissionais qualificados? Se essa realidade atinge a esmagadora maioria dos sectores impactando o desejável desenvolvimento económico, é importante aceitarmos o facto de que não existe outra caminho se não o de dotar as pessoas das competências necessárias que lhes permita acompanhar a evolução tecnológica e que esse foco na formação, apesar de importante, ser manifestamente insuficiente se não vier acompanhado por uma política de inclusão que urge consolidar, não só por uma questão de necessidade, como também por representar uma obrigação moral da sociedade no sentido de promover a integração de todos, e não só daqueles que por circunstâncias mais favoráveis mais bem preparados se encontram.

Falar de diversidade e Inclusão é por isso muito mais do que falar de quotas, falar de diversidade e inclusão é falar de políticas concretas que promovam oportunidade a todos aqueles que se deparam com obstáculos à sua integração no mundo do trabalho, sendo que só por essa via podemos afirmar enquanto sociedade que não excluímos pessoas pelo simples facto de possuírem algum tipo de incapacidade, pertencerem a determinada cultura ou faixa etária, ou necessitarem de passar por um processo de reinserção social ou de desenvolvimento de novas competências.

Muitos vezes me pergunto, que podemos nós fazer para acelerar um processo que apesar de estar em curso, não deixa de avançar a um ritmo bem mais lento do que seria desejável. Será que os eventos inclusivos, a partilha de boas práticas ou tudo o que possamos escrever sobre o assunto não estão a ser pouco mais do que um reflexo de uma boa consciência coletiva, e do que necessitamos verdadeiramente é de uma aceitação generalizada de que todos são importantes nesta aliança entre tecnologia e profissionais qualificados? Na minha qualidade de acérrimo defensor da DEI, admito que o meu principal desejo é de ainda ter a oportunidade de ver cair a pertinência do tema, para então orgulhosamente poder afirmar que faço parte de uma sociedade que a todos considera como parte da solução e onde todos desempenham o seu papel nesta união que mais do que uma necessidade, é um imperativo ético-moral.

Não gostaria de terminar este artigo sem deixar ao nossos leitores uma nota em relação ao facto destas palavras não pretenderem ser uma projeção de futuro, mas sim um desejo sobre o que entendo ser a necessária adaptação do mundo do trabalho às novas tecnologias, que ao permitirem uma maior capacidade de processamento de dados, redução de custos, menor exposição ao erro e uma maior agilidade, permitam também colocar o foco no desenvolvimento das pessoas.

Sobre o autorHugo Rodrigues

Hugo Rodrigues

Co-fundador do OpEx Portugal Summit
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB

Navegue

Sobre nós

Grupo Workmedia

Mantenha-se informado

©2025 Hipersuper. Todos os direitos reservados.