Concorrência e Cooperação: A Confiança
Em época de abrandamento em alguns sectores de actividade económica, proponho uma breve reflexão sobre aspectos intangíveis das relações empresariais. No desenvolvimento das suas actividades empresariais, as empresas são […]
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Em época de abrandamento em alguns sectores de actividade económica, proponho uma breve reflexão sobre aspectos intangíveis das relações empresariais.
No desenvolvimento das suas actividades empresariais, as empresas são sistematicamente confrontadas com uma multiplicidade de situações, decorrentes dos relacionamentos que têm que estabelecer com os diversos intervenientes nos processos: clientes, fornecedores, entidades oficiais e colaboradores, entre outros.
Sob determinado aspecto estratégico, as interacções com a envolvente da empresa, podem agrupar-se basicamente em dois eixos: um eixo de cooperação e um eixo de concorrência (1).
No primeiro caso incluem-se as relações com os fornecedores e os clientes; no segundo, agrupam-se as interacções com as empresas da mesma área, que prestam o mesmo serviço ou fornecem os mesmos bens, ou seja que suprem uma mesma necessidade dos clientes.
É normal que no âmbito desses relacionamentos surjam tensões e motivos de discórdia, geralmente precavidos através de cláusulas contratuais que salvaguardem possíveis divergências futuras.
Um dos paradigmas da gestão dos tempos actuais consiste na fidelização dos clientes. Iria mais longe, realçando a importância de manter relações de fidelização com todos os ” stakeholders”, como factor de sobrevivência a longo prazo de qualquer empresa.
Há mecanismos e estratégias que, sob uma base de benefícios tangíveis – v.g. melhorias nos produtos, nos preços, na logística – permitem que determinada empresa mantenha de forma continuada a preferência do mercado.
Há, no entanto, um valor intangível , que me parece absolutamente insubstituível na manutenção de relacionamentos empresarias – a Confiança.
Em tempo de férias, quando muitas pessoas confiam nos agentes turísticos para preencherem as suas expectativas de descontraídos momentos de lazer e reposição de energias, julgo que valerá a pena incluir este valor no quadro de reflexões de quem tem a responsabilidade de definir e corporizar as estratégias das empresas.n
(1) Michael Porter produziu aprofundada reflexão sobre esta matéria, traduzida na sua teoria das “5 Forças”