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Tem futuro o mercado plant based?

Por David Lacasa, Sócio da Lantern

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Por David Lacasa, Sócio da Lantern

No último mês temos visto vários artigos na imprensa americana que perguntam se o mercado plant based não era aquilo que as startups mais conhecidas já tinham anunciado. O mercado nos EUA não tem crescido no último ano e, logicamente, o valor das ações das marcas deste setor tem caído bastante.
Mas existem motivos para estes nervos? Tem atingido o mercado de alternativas à proteína animal o seu auge? A resposta não é tão simples como podemos esperar.
O nosso estudo The Green Revolution estima que em Portugal, em 2021, 11,9% dos adultos estão a seguir uma dieta onde reduzem ou eliminam a carne frente a 9,0% em 2019. Isto supõe mais de um milhão de portugueses, um mercado relevante e crescente. E estes dados são ainda mais altos em muitos outros mercados europeus. Portanto, o consumidor deste tipo de produtos existe e é crescente.
Mas olhemos agora para a oferta. O que está a acontecer com os produtos plant based? Aqui é preciso assinalar a grande diferença dependendo dos tipos de produtos. Por um lado, temos as alternativas vegetais de leites, um mercado que está a crescer notavelmente nos últimos anos a nível global e que supõe mais do 80% do mercado plant based. Em Portugal em 2021, só em retalho representou mais de 40 milhões de euros frente aos 32 milhões em 2019, não há outras categorias comparáveis. Este é um mercado muito interessante e que está a crescer a duplo dígito e que já compreende 15% do mercado do leite de vaca.
Por outro lado, temos as alternativas à carne. Este mercado continua a crescer também muito, mas desde uma base muito baixa e de uma maneira muito fragmentada. A nível global supõe não muito mais do 1% do total da carne animal, e em muitos mercados só atinge um 0,5%, muito longe da cota das bebidas vegetais.
Os motivos são vários, mas principalmente é um problema de sabor, nutrição, saúde e preço. É certo que a indústria tem melhorado muito os produtos e são agora bastante bons organolepticamente, mas ainda não conseguiu ser igual ou melhor que a carne. O principal consumidor destes produtos é o flexitariano, alguém que tem uma alimentação mais dirigida aos vegetais, mas que também come carne ou peixe de maneira esporádica. Por isso, se quer comer um bom hambúrguer, vai comer, mas de vaca.
Além disso, a principal motivação para seguir esta dieta é a saúde (68% mencionam esta questão) e, até agora, estes produtos, além de serem vegetais, não são mais saudáveis, nem não são percebidos como mais saudáveis por serem bastante processados. E finalmente está o preço, que também é mais caro que os produtos animais.
E se isso ainda não fosse suficiente, temos de lutar contra o hábito das pessoas, uma das coisas mais complexas em marketing e que precisa de grandes doses de tempo e investimento. Um panorama nada fácil.
Significa isto que o mercado está já quase acabado? Abortamos a operação proteína alternativa? Segundo a nossa visão não. O sistema alimentar precisa de uma mudança e comer mais vegetais e menos proteína animal parece uma maneira adequada. Mas precisa de tempo e de paciência.
A adoção de novas tecnologias tem sempre o que se conhece como um tipping point. E o que os expertos neste setor estão a discutir é quando se vai chegar a este ponto. Agora mesmo a tecnologia alimentar continua a desenvolver-se rapidamente e muitos dos problemas dos produtos atuais vão ter uma solução técnica mais cedo que tarde. Nomeadamente a fermentação de precisão, que ajudará a desenvolver novos ingredientes para melhorar as qualidades organoléticas e nutricionais. Por exemplo, já há start-ups que tem desenvolvido a caseína, proteína chave na textura do queijo, sem animais. Por outro lado, a agricultura celular, ou carne de laboratório, já começa a ter os primeiros produtos a venda em Singapura e, provavelmente, nos EUA este ano.
Então, já está quase? Também não, há que continuar a ter paciência. Os produtos e a tecnologia podem estar já disponíveis, mas a chegada ao mercado ainda vai tardar e a adoção pelo consumidor também. O primeiro obstáculo é a aprovação pela autoridade sanitária. Em Europa, a EFSA demora pelo menos mais de 15 meses a aprovar um novo ingrediente, que depois tem que ser comercializado, testado, fabricado e distribuído.
O futuro das proteínas alternativas não é negro e ainda nao chegou ao seu auge, mas as mudanças a este nível não acontecem tão rápido como gostaríamos. Devemos ter paciência e trabalhar em aqueles elementos que ainda são uma barreira para o consumidor e para o desenvolvimento do mercado. Trabalhamos em conjunto sobre isto?

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