A fileira do setor cervejeiro é mais produtiva do que a média nacional. Por cada euro gasto no setor das cervejas é criado entre 1,59 e 2,46 euros de valor acrescentado para a economia, segundo um estudo da Cervejeiros de Portugal, realizado pela Nova SBE. Os dados do estudo dizem respeito a 2019, ano anterior à pandemia e no qual se bateu um recorde em matéria de volume produzido.

Ao nível da produção, o setor cervejeiro também ultrapassa os valores da média nacional, uma vez que, por cada euro despendido no setor, é gerado entre 1,72 e 2,48 euros de produção total na economia portuguesa. Por outro lado, por cada  euro gasto ganho ao nível do trabalho do setor é gerado entre 1,78 e 2,25 euros de rendimento de trabalho.

Incorporada numa cadeia de valor que vai da produção de matérias-primas até à venda ao consumidor final, o valor acrescentado da fileira em toda a cadeia de valor tem um impacto de 18.9 milhões de euros nos serviços de transporte terrestre e por condutas, de 15,4 milhões de euros em serviços administrativos e de apoio prestados às empresas e de 14,7 milhões de euros em serviços de 14,7 milhões de euros, refere o estudo, a título de exemplo. ´

Ao todo, o setor cervejeiro português produziu 710 milhões de litros de cerveja em 2019, tendo sido responsável por 51.739 empregos diretos e indiretos, que correspondem a 1.69% dos empregos gerados e mantidos em Portugal. Por outro lado, o setor contribuiu para cerca de 2.602 milhões de euros em valor acrescentado para a economia portuguesa, o que corresponde a 1,53% do PIB nacional.

O rendimento do trabalho teve, de resto, um impacto na economia de 821 milhões de euros, o que representa 1.22% do rendimento total nacional. O impacto do rendimento de trabalho do setor na economia é, aliás, de 122,633 euros, estando 1,5 vezes acima do contributo médio de um trabalhador das bebidas e sendo duas vezes superior ao valor estimado para um trabalhador na economia portuguesa.

“A nível das exportações, o setor cervejeiro tem uma participação menor no setor das bebidas do que noutras variáveis, com um peso de 9.9%. No entanto, importa notar que o peso das importações de insumos é ainda menor que o das exportações, ficando em 9.1%, o que reflete a forte ligação da indústria cervejeira à economia nacional através de compras de insumos e bens intermédios. O setor apresenta, por isso, elevados fluxos para outros setores nacionais, e poucos fluxos de pagamentos para fora do país”, segundo explica o documento.

Setor sofre duro impacto com a pandemia

Os efeitos da pandemia no setor foram dramáticos em 2020, uma vez que o canal Horeca se encontrou completamente encerrado durante vários meses. Comparando com 2019, o setor registou uma quebra de 7,2% no valor de cerveja produzida. A queda do consumo interno de cerveja foi de 14,4%.