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Especial Azeite: produção e consumo, por Mariana de Matos (Casa do Azeite)

A região do Alentejo, que no início do séc. XXI representava, em média, menos de 50% da produção de azeite, atualmente concentra mais de 75% da produção portuguesa

Rita Gonçalves
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Especial Azeite: produção e consumo, por Mariana de Matos (Casa do Azeite)

A região do Alentejo, que no início do séc. XXI representava, em média, menos de 50% da produção de azeite, atualmente concentra mais de 75% da produção portuguesa

Rita Gonçalves
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A região do Alentejo, que no início do séc. XXI representava, em média, menos de 50% da produção nacional, atualmente concentra mais de 75% da produção portuguesa

Por Mariana Vilhena de Matos, Secretário-geral da Casa do Azeite*

O sector do azeite em Portugal conheceu, principalmente na última década, um desenvolvimento notável. Embora a área total de olival em todo o País tenha crescido apenas cerca de 7% nas últimas duas décadas (Quadro 1), a produção nacional média de azeite das últimas campanhas triplicou em relação aos primeiros anos do século XXI.

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Quadro 1 – Evolução da área total de olival em Portugal, por região.

 

  

1999

 

….

 

2011

 

2012

 

2013

 

2014

 

2015

 

2016

 

Entre Douro e Minho

 

1.115

 

879

 

879

 

891

 

894

 

903

 

921

Trás-os-Montes72.29578.77978.83879.74880.15980.43380.472
Beira Litoral77.91715.79715.79715.79715.79715.79715.797
Beira Interior49.02249.12749.12749.14249.09749.097
Ribatejo e Oeste36.83125.58725.58725.58926.40226.40226.402
Alentejo138.083166.868168.295171.829171.140169.869174.639
Algarve8.7888.7528.7698.7898.8168.8398.854
 

TOTAL:

 

335.029

  

345.684

 

347.292

 

351.770

 

352.350

 

351.340

 

356.182

Fonte: INE  (1999 – Recenseamento Geral Agrícola)

 

Este aumento da produção nacional de azeite deve-se, essencialmente, ao grande investimento nesta cultura, na região do Alentejo, onde a área de olival aumentou cerca de 26,5% nas últimas décadas, principalmente nas novas áreas de regadio do perímetro de rega do Alqueva, onde se tem instalado novo olival intensivo e super-intensivo, altamente produtivo.

Azeite

A instalação destes novos olivais altamente produtivos conduziu a um aumento da produção de azeite em Portugal e reforçou de forma muito expressiva a quota de produção da região alentejana que, no início do século XXI representava, em termos médios, menos que 50% da produção nacional, e actualmente representa mais de 75% da produção portuguesa (Quadro 2).

 

Quadro 2 – Evolução da produção em Portugal, por região.

(toneladas)

  

2007

 

2008

 

2009

 

2010

 

2011

 

2012

 

2013

 

2014

 

2015

 

2016

E. Douro e Minho157584380488281348417247372196
Trás-os-Montes9.57215.09810.29616.75513.2779.02013.84912.60713.09211.377
Beira Litoral1.4965.1985.3133.2314.5802.5064.5831.4365.0011.954
Beira Interior3.0296.1085.4075.9494.6763.5255.1153.2054.7252.669
Ribatejo Oeste2.6923.2647.3434.2314.7613.9635.7292.6295.8873.804
Alentejo14.56622.99832.66431.59147.27839.43661.22040.56179.34449.112
Algarve7855561.0546691.350319673258631263
 
TOTAL:32.29753.80862.45762.91476.20359.11791.58760.944109.05269.375

 

Fontes: INE

 

Em face da continuidade dos investimentos em novas áreas de olival a que se continua a assistir, a Casa do Azeite reviu em alta as suas projecções relativamente ao potencial de produção nacional, apontando para o horizonte de 2020 uma produção que poderá rondar, em termos médios, as 120.000 toneladas de azeite.

 

Na campanha oleícola de 2016/2017 a produção portuguesa, segundo os dados do INE (correspondem ao ano civil 2016), atingiu as 69.375 toneladas, valor que representa uma quebra significativa, de cerca de – 36% em relação à campanha anterior, que tinha sido a maior campanha desde a década de 60 do século passado.

 

Relativamente à presente campanha de produção, que acaba de se iniciar, as estimativas apontam para um aumento significativo da produção nacional, para valores da ordem das 100.000 toneladas de azeite. No entanto, estes valores podem não ser alcançados, principalmente devido aos efeitos da seca extrema que se tem verificado nos últimos meses.

Azeite Novo Gallo

A evolução do consumo

 

O consumo de azeite em Portugal tem-se mantido relativamente estável ao longo dos últimos anos, com uma ligeira tendência para a baixa e, segundo os dados do INE, situa-se em cerca de 70.000 toneladas, ou seja, cerca de 7,0 kg per capita. Segundo a A.C. Nielsen – que representa sobretudo o consumo na distribuição moderna – o consumo de azeite em Portugal está em decréscimo, tendo sofrido uma quebra em 2016, de cerca de – 2,1% em volume. O preço médio de venda de azeite ao consumidor final, no ano de 2016 e segundo a mesma fonte, foi de cerca de 4,14€/kg, ou seja, 5,3% acima do preço médio do mercado em 2015, o que reflecte também a subida dos preços do azeite na origem, que se verificou ao longo do ano de 2016, e que continua a verificar-se em 2017.

 

Portugal no Top 5 dos países exportadores

 

Portugal mantêm-se no Top 5 dos países que mais exportam a nível mundial. Nos últimos anos, as exportações nacionais tem aumentado a um ritmo muito acentuado, e prevê-se que esse crescimento se continue a verificar nos próximos anos. Em 2016 as exportações nacionais de azeite recuperaram das quebras do ano anterior, tendo crescido cerca de 3% no volume de azeite exportado, o que se deve em grande parte à significativa recuperação das vendas de azeite para os mercados de Angola e dos Estados Unidos da América.

 

Portugal exportou em 2016 cerca de 130,7 mil toneladas de azeite. Os principais mercados de destino do azeite nacional continuam a ser Espanha, Brasil, Itália e Angola (por esta ordem), mas o tipo de exportações para Itália e Espanha é maioritariamente a granel, com menor valor acrescentado, enquanto as exportações com destino ao Brasil e Angola são maioritariamente de azeite de marca, embalado, de elevada qualidade e valor acrescentado. De assinalar que quer o mercado do Brasil quer o mercado angolano sofreram, nos últimos dois anos, quebras muito significativas e que decorrem das difíceis condições da economia desses dois mercados que, de acordo com dados já de 2017, começam agora a recuperar.

 

Em termos de saldo da balança comercial registou-se um saldo positivo de 131,8 milhões de euros, o que representa um acréscimo de 8% em relação ao saldo da balança comercial de 2015.

 

*A autora escreve de acordo com o antigo acordo ortográfico

Sobre o autorRita Gonçalves

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