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Fenómeno “urberização” é a maior preocupação de líderes empresariais

Por a 15 de Março de 2016 as 12:07

IBM_CSuiteStudy_painelA IBM lançou ontem em Portugal o estudo “Redefining Boundaries: Insights from the Global C-suite Study”, realizado pelo Institute for Business Value da empresa de tecnologia. A cerimónia de apresentação decorreu no Palácio Foz, em Lisboa.

“Pela primeira vez” nas três edições do estudo C-Suite da IBM, todos os executivos inquiridos identificam a tecnologia como a força externa mais importante a afetar a sua empresa, independentemente do setor. A cloud, as soluções de mobile, a Internet das Coisas e as tecnologias cognitivas são as áreas de valor que os líderes consideram que oferecem mais oportunidades na adaptação dos negócios às mudanças de mercado. Quanto aos entraves, 68% dos entrevistados aponta para a segurança de TI (Tecnologia de informação) como o risco número um do negócio.

O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, abriu ontem o encontro promovido pela IBM em Lisboa, para a apresentação da edição de 2015 do estudo global para o qual foram entrevistados 5 200 CEOs (Chief executive Officers), CMOs (Chief Marketing Officers) e CFOs (Chief Financial Officers), assim como outros executivos de C-Level (líderes de topo) de empresas públicas e privadas, de mais de 70 países, incluindo 37 em Portugal, num total de 21 setores.

O fenómeno “urberização”, que representa o aparecimento de novos concorrentes no mercado até agora considerados improváveis, tornou-se na principal preocupação dos executivos de todo o mundo. “O momento que vivemos sendo disruptivo e constantemente dinâmico exige a transformação dos modelos de negócio e das organizações, de forma contínua como nunca antes experimentámos. A disrupção digital que vivemos conduz, por um lado, a uma enorme quebra das barreiras de entrada em praticamente todos os setores e, por outro, a uma alteração das cadeias de valor tradicionais. O que revoluciona por completo indústrias e cria novos modelos de negócio, em que as regras do jogo são completamente alteradas”, explica António Raposo de Lima, presidente da IBM Portugal.

54% dos executivos assumem que esta convergência da indústria – “nova realidade com concorrentes a surgirem de setores diferentes” – será o fator que mais afeta o negócio das empresas entre os próximos três a cinco anos. A análise conclui que as organizações que mostram “melhor desempenho em relação aos concorrentes do mesmo setor” dão prioridade às “capacidades cognitivas” para responder a esta mudança de mercado.

O estudo recomenda que as empresas usem, “por exemplo, a análise preditiva e cognitiva” para conseguirem “prever com maior clareza” o que poderá vir a acontecer e, assim, ganhar vantagem competitiva face aos seus concorrentes.

70% dos líderes pretende expandir rede de parceiros

A concorrência é hoje muitas vezes “invisível” com o surgimento de modelos de negócio no mundo digital. “Estas empresas, mais pequenas e ágeis por não gerirem infraestruturas pesadas, procuram chegar a uma parte importante da cadeia de valor, ignorando as empresas já estabelecidas e assumindo o controlo na relação com o cliente, ofuscando os outros fornecedores”.

Para se anteciparem em relação aos invasores digitais, 48% dos executivos entrevistados admitem a necessidade de uma tomada de decisão mais descentralizada, 54% procuram inovação adicional em fontes ou parcerias externas e 70% tem planos para expandir a rede de parceiros.

“Muitos dos gestores entrevistados admitem abertamente que sentem dificuldade em identificar que desafios se seguem e só metade está de facto a ter em conta as opiniões dos clientes”. Apesar de já em 2013, no estudo da IBM Global C-Suite Study, 60% dos CEOs darem a entender a intenção de envolver diretamente os seus clientes, “implementando o seu feedback no processo de negócio”, dois anos depois “é ainda uma lacuna que não ficou resolvida”.

No estudo de 2015, a maioria dos executivos prevê mudar a forma como as suas organizações interagem com os clientes. 81% diz estar interessado em criar experiências mais digitais com os consumidores e 66% em torná-las mais individualizadas.

“Como em todos os momentos de mudança, algumas empresas irão inovar e liderar de forma disruptiva, e outras irão ficar para trás. O grande desafio é de visão e de liderança, que exige aos líderes e às organizações, que não se transformem apenas, mas que o façam de forma contínua. Isto significa que têm que ter a capacidade de constantemente entender, antecipar e satisfazer as necessidades dos clientes, atualizando os canais tradicionais e investindo em novos – os digitais, por exemplo, com capacidades cognitivas”, concluiu António Raposo de Lima.

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