Os atrasos dos pagamentos de serviços (B2B) têm efeitos negativos sobre o crescimento financeiro e a criação de emprego, de acordo com o estudo “EPR 2015 Industry White Paper”, da Intrum Justitia, consultora europeia de serviços de gestão de crédito e cobranças.

O inquérito da consultora, realizado a cerca de 10 000 empresas de 29 países europeus, levar a crer que as consequências dos atrasos de pagamento são “elevadas”.

Na Europa, as perdas por atraso ou não pagamento, situam-se nos 3,1%, o que se traduz em 289 milhões de euros. Valor que “fica fora da economia e deixa de ser investido no crescimento e na criação de novos postos de trabalho”.

Em Portugal, o estudo analisou dois setores de atividade, a Indústria e o Comércio (Retalho e Grossista). Embora em ambos os setores a percentagem de incobráveis seja inferior à média europeia, ainda atinge os 1,9% e os 2,4%, respetivamente.

As empresas portuguesas afirmam que os atrasos ou falta de pagamento resultam em perdas de rendimento (72%), falta de liquidez (72%) e e redução de postos de trabalho (27%). A percentagem destas consequências para as empresas nacionais é “superior à média europeia”.

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Quando questionados acerca das razões para os atrasos de pagamento, 95% dos empresários nacionais afirmam que os devedores enfrentam dificuldades financeiras.

Por setores, a nível europeu, o setor de construção é o que enfrenta mais perdas por não pagamento ou atrasos dos mesmos. Para estas empresas, os incobráveis atingem os 3.9%. Seguem-se o setor público, educação e saúde e o setor financeiro com perdas que rondam os 3,5%.

Para as empresas mais afetadas, as de construção, o prazo médio de pagamento, na relação B2B (Business to Business) é de 28 dias e 40% das faturas são pagas após 31 dias e 11% demoram mais de 90 dias a serem liquidadas. Neste setor, 53% dos inquiridos afirma enfrentar problemas de liquidez como consequência atrasos de pagamento e 50% afirma que perde receitas devido a esta situação.

Também os setores de eletricidade, água e gás enfrentam dificuldades devidos a pagamentos em atraso, que em média acumula mais de dez dias de atraso e 46% dos créditos não são pagos após os termos de pagamento.

O problema de falta de liquidez das empresas está a afetar a criação de novos postos de trabalho. No setor dos transportes e logística, 46% dos entrevistados dizem que o facto de não receberem os seus pagamentos, dentro do prazo, impede o recrutamento de novos trabalhadores e 42% admite contratar novos trabalhadores se a liquidez de pagamento fosse respeitada nos termos de contrato.

Outro setor que sofre as consequências da falta de pagamento dos seus clientes é o do turismo, restauração e lazer, setor muitas vezes apontado como potenciador de mão-de-obra jovem. Um quarto dos inquiridos afirma que a redução de pessoal é cada vez mais frequente e 34% afirma ser impossível prever novas contratações.

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