Além da personalização: O impacto da Inteligência Artificial Generativa na criação de produtos e serviços sob medida no retalho
Por Ricardo Galante, principal analytics & artificial intelligence advisor da SAS
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Por Ricardo Galante, principal analytics & artificial intelligence advisor da SAS
A Inteligência Artificial (IA) tem vindo a revolucionar o setor do retalho há já algum tempo, especialmente através da automatização, execução e personalização. Algoritmos analisam dados dos clientes para sugerir produtos, otimizar preços e personalizar ofertas. Contudo, a IA generativa, um ramo da IA capaz de criar conteúdo com base em dados originais, está a elevar esta revolução para um novo nível.
O percurso da IA no retalho iniciou-se com a otimização de processos e análise de dados para personalizar a experiência do cliente. Os algoritmos de aprendizagem automática impulsionaram sistemas de recomendação, previsão de procura e otimização de preços, tornando as operações mais eficazes e relevantes para os consumidores.
Com o avanço da IA generativa, o retalho pode agora ir além da personalização baseada em dados já existentes. Esta tecnologia possibilita a criação de produtos, serviços e experiências feitos à medida, adaptados às preferências e necessidades individuais de cada cliente.
A IA generativa já está a ser utilizada em diversas formas no retalho. Por exemplo, aplicações de visão por computador permitem que os clientes experimentem virtualmente roupas e acessórios, customizando-os com cores e estilos diferentes. Esta tecnologia também é empregue para analisar o comportamento dos consumidores em lojas físicas, identificando áreas/produtos de interesse, perfil dos clientes e até mesmo a otimização da disposição interna das lojas. A previsão de procura, aperfeiçoada pela inteligência artificial generativa, possibilita aos retalhistas antecipar as necessidades dos clientes e, assim, ajustar os seus stocks em conformidade, evitando excessos e escassez. Modelos generativos também têm a capacidade de criar designs de produtos exclusivos, adaptados às últimas tendências e preferências dos consumidores.
A inteligência artificial generativa tem o potencial de transformar o retalho, criando um cenário onde produtos e serviços são verdadeiramente personalizados. Imagine um cenário em que pode criar as suas próprias roupas, personalizar os seus ténis e até mesmo desenvolver um perfume único, tudo com auxílio da inteligência artificial. Além disso, a inteligência artificial generativa pode ser utilizada para desenvolver assistentes pessoais mais inteligentes e personalizados, capazes de compreender as necessidades dos clientes e fornecer soluções feitas sob medida. Campanhas de marketing podem ser testadas antecipadamente e geradas automaticamente, ajustadas para cada cliente e canal de comunicação.
Quanto às questões éticas, como a responsabilidade no uso de dados e a transparência na produção de conteúdo gerado por inteligência artificial, devem ser analisadas com cautela. Além disso, é essencial assegurar que a inteligência artificial generativa é empregue para complementar e enriquecer a criatividade humana, e não para substituí-la.
Desta forma, acredito que inteligência artificial generativa está a inaugurar um novo capítulo na história do retalho, impulsionando a criação de produtos, serviços e experiências personalizadas. Ao unir a personalização com base em dados à capacidade de gerar conteúdo original, a inteligência artificial generativa tem o potencial de revolucionar a maneira como consumimos e nos relacionamos com as marcas, construindo um futuro onde cada cliente é singular e as suas necessidades são atendidas de modo personalizado e relevante.
Artigo de opinião publicado na edição 423 do Hipersuper