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Gin português Benefício procura investidor para expandir dentro e fora das fronteiras

Por a 26 de Setembro de 2023 as 16:37

O gin artesanal português Benefício está à procura de um investidor e um distribuidor para expandir a marca portuguesa além-fronteiras. “A estratégia de crescimento assenta, numa primeira fase, em estabelecer uma parceria com um distribuidor para o mercado português e os mercados internacionais e em encontrar um investidor de referência para ganhar o músculo necessário para a internacionalização”, diz, em entrevista ao Hipersuper, Ricardo Nunes, co-fundador da marca.

O Benefício é um london dry destilado a partir de um conjunto de botânicos, nos quais se destaca a flor de cânhamo. Posiciona-se num segmento ultrapremium e está disponível em três versões. “O que as distingue é a intensidade do cânhamo”, explica o responsável. “Conseguimos um produto dual, digamos assim, que tem como público-alvo quer os apreciadores de gin quer os consumidores de produtos de cânhamo”.

A bebida está à venda online e em algumas garrafeiras e espaços do canal horeca em Portugal, assim como em alguns restaurantes em Espanha, e a intenção agora é alargar a distribuição a novos pontos de venda e geografias.

“O próximo passo é entrar no mercado digital em Espanha. Estamos a fazer um site para avançar com este projeto”, avança Ricardo Nunes, acrescentando que a empresa está ainda em negociações com um distribuidor na Holanda e duas empresas no Reino Unido, uma rede de lojas gourmet e uma rede de bares, ambas em Londres.

Com a consolidação da presença da marca em Portugal e nos mercados externos, Ricardo Nunes e o seu sócio e co-fundador da marca, Paulo Fernandes, não descartam a possibilidade de criar uma destilaria para produzir um conjunto de bebidas à base de cânhamo, como vodka, rum, cerveja e whisky.

A empresa Benefício Existe Limitada nasceu há cerca de seis anos com a ambição de distribuir edições limitadas de produtos tradicionais portugueses com qualidade e certificados. “Na altura pensámos: o produto português dos pequenos produtores é bom e de qualidade, mas falta packaging, visão, comunicação e preço. E foi isso que viemos acrescentar, sempre com a premissa de vender quantidades mais pequenas, mas com melhor preço, alcançado a rentabilidade mais pelo valor acrescentado do que pelas quantidades vendidas”, assume o gestor que este ano abandonou uma carreira ligada à área da comunicação, marketing e publicidade para se dedicar a tempo inteiro ao projeto do gin.

O primeiro produto da Benefício Existe é um azeite da Herdade da Tapada da Tojeira, em Vila Velha de Ródão, a quem a empresa compra uma parte da produção. “Sendo a distribuição um dos grandes desafios das marcas portuguesas decidimos numa fase inicial vender os nossos produtos no canal online”. E assim foi durante os primeiros cinco anos, conta Ricardo Nunes. “Fazíamos 100 unidades de cada vez, edições limitadas e numeradas. O que trouxe para cima da nossa proposta o conceito de escassez que agora está tão em voga. E isso foi altamente diferenciador na valorização do produto”. Esta forma de trabalhar possibilitou ainda “não empatar capital em stock”, revelando-se “uma decisão estratégica muito acertada”, porque, “por um lado, trabalhávamos produtos de maior valor, por outro fazíamos 100 unidades de cada vez que precisávamos de mais produto”.

Depois do azeite, a empresa saiu fora da caixa com o lançamento de uma mochila feita a partir de cintos de segurança usados. Seguiu-se uma ginja, bolsas para computador feitas a partir dos teares de Minde, aguardente de medronho e de figo, licor de medronho e mel, e licor de alfarroba. Em 2011, a empresa lança o gin, o produto estrela da companhia.

“A indústria do gin é um mercado em crescimento, com um valor superior a 10 mil milhões de dólares, e espera-se que continue a crescer. O mercado de cânhamo, por sua vez, deverá atingir vendas de 5,7 mil milhões de dólares até 2025. Ao combinar estes dois mercados, ambicionamos tornar a Benefício numa marca global tendo em conta a qualidade do produto e a oportunidade que se coloca no momento”, avança Ricardo Nunes.

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