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Como o retalho alimentar está a valorizar a produção nacional

Por a 7 de Junho de 2023 as 13:30

Grandes impulsionadores da produção nacional, supermercados e hipermercados, ano após ano, compram mais produtos nacionais. Aldi, Auchan, Continente, Coviran, Intermarché, Lidl, makro Portugal, Mercadona, Minipreço e Pingo Doce sublinham a importância desta ligação.

É inegável a aposta que as várias insígnias fazem para promover a produção nacional nos seus pontos de venda. A preocupação com a sustentabilidade, a economia local e um forte apelo à portugalidade e ao consumo em produtos nacionais, claramente reforçado em tempos de crise e de pandemia, têm ganho força e impulsionado a produção nacional.

Daniel da Silva, managing director category management da ALDI Portugal, e Filipa Rebelo Pinto, diretora de produto da Auchan Portugal

Daniel da Silva, managing director category management da ALDI Portugal, e Filipa Rebelo Pinto, diretora de produto da Auchan Portugal

Daniel da Silva, managing director category management da ALDI Portugal, não tem dúvidas: “o apoio aos produtores e fornecedores nacionais é uma das nossas prioridades. Desde o momento em que começámos a apostar em Portugal, que temos procurado investir na evolução e inovação do nosso sortido, principalmente nas nossas marcas próprias e na oferta de produtos de origem nacional. Privilegiamos os fornecedores nacionais em várias categorias, como é o caso das frutas e legumes, carne e pão fresco, produtos de charcutaria tradicional, queijos e lacticínios que, na sua maioria, já são de origem portuguesa”.

Filipa Rebelo Pinto, diretora de produto da Auchan Portugal, também enaltece a relação sólida com parceiros locais e o longo compromisso na promoção de produtos nacionais. “Nas nossas lojas valorizamos a relação sólida com parceiros locais, apostando na maior oferta de produtos regionais, contribuindo para o desenvolvimento da Região, porque queremos contribuir ativamente para a comunidade das regiões onde temos lojas. Neste sentido, temos uma longa história de compromisso com a promoção de produtos nacionais e, em especial, com o desenvolvimento sustentável da economia local, sendo o apoio aos produtores locais uma das nossas prioridades. Como Militantes do Bom, São e Local, trabalhamos há mais de 25 anos com pequenos produtores, cuja produção está a cerca de 50 km de cada uma das nossas lojas” refere ao Hipersuper.

Continente e Coviran
Ondina Afonso, presidente do Clube de Produtores Continente, e Acácio Santana, Diretor Geral da Coviran Portugal

“A qualidade dos produtos e a preocupação pelo meio ambiente são sempre uma constante. Procuramos, por isso, incentivar e apoiar um uso eficiente de recursos naturais. Por exemplo, até ao momento há 13 produtores certificados e 25 em processo de Certificação Resíduo Zero. Deste modo a oferta de Frutas e Legumes nacionais é livre de resíduos de pesticidas no momento da colheita (segundo Regulamento Europeu 396/2005 e inferior ao limite quantificável de 0,01 ppm). Promovemos um menor consumo energético, menores emissões e maior controlo sobre aspetos microbiológicos. Estas são questões-chave no que respeita à segurança alimentar e integração com o meio ambiente, garantindo a sustentabilidade de todo o sistema agrícola” sublinha Ondina Afonso, presidente do Clube de Produtores Continente, que compra a 267 produtores que representam setores tão diferentes como o talho e a peixaria, as frutas e legumes, a charcutaria, os queijos e os produtos lácteos, a padaria e a pastelaria, take away, azeite, arroz, leguminosas, mel e compotas, pasta e patés, farinhas, congelados, ovos e vinhos.

Também a Coviran aposta na produção nacional. “Desde o início da nossa operação em Portugal, que decidimos ser uma empresa portuguesa para os portugueses ainda que de origem espanhola. Esteve sempre claro que não seriamos um operador espanhol a vender em Portugal. A nível de Marca de Fabricante sempre trabalhámos com as grandes empresas com marcas portuguesas e mesmo com as grandes multinacionais, sempre fizemos as compras às filiais portuguesas, ou seja, sempre compras feitas em território nacional. (…) Em 2023 manteremos esta tendência e estamos atualmente a desenvolver cerca de 60 novos produtos Coviran com fornecedores portugueses” sublinha Acácio Santana, Diretor Geral da Coviran Portugal.

Dia e Intermarché

Helena Guedes, diretora comercial da Dia Portugal, e Rui Pereira, administrador do Intermarché

Também o grupo Dia e a sua marca Minipreço aposta na produção nacional nas cerca de 500 lojas em Portugal. “Não podia deixar de destacar que 45% dos produtos Dia são marca própria, cujas matérias-primas tais como lacticínios, cereais, produtos agrícolas e outros frescos provêm destes fornecedores nacionais, de norte a sul do país. Temos vindo a realizar um trabalho intenso com a nossa rede de parceiros nacionais para lançar mais produtos produzidos em Portugal, introduzindo nas várias categoriais de produtos de marca própria este ativo indispensável para as famílias que servimos diariamente” afirma Helena Guedes, diretora comercial da Dia Portugal.

O apoio do Intermarché à produção nacional é algo que tem vindo a ser feito nos últimos 20 anos e que a insígnia pretende continuar a promover. “A título de exemplo, em 2022, o Intermarché aumentou o seu volume de compras à produção nacional em cerca de 2,7 mil toneladas, traduzindo-se num crescimento de 3% face a 2021. O volume de compras a produtores nacionais de frutas e legumes foi de 49 mil toneladas, o de carne situou-se na ordem das 38 mil toneladas e o de peixe em 5 mil toneladas. Para 2023 perspetiva-se um aumento no volume de compras à produção nacional em cerca de 4,6 mil toneladas, traduzindo-se num crescimento de 5% face a 2022” diz Rui Pereira, administrador do Intermarché.

Lidl e Makro

Alexandra Borges, diretora geral de compras, Lidl Portugal, e Filipe Mendes, head of offer da Makro Portugal

Ao longo dos últimos anos, o Lidl também tem mantido o seu compromisso de sempre: valorizar e apoiar a produção nacional “De facto, mesmo em contextos mais adversos como a pandemia, fizemos questão de manter a via da exportação, ajudando os nossos parceiros a manter os seus canais de fornecimento, ao mesmo tempo que impulsionámos a produção nacional para os vários mercados onde estamos presentes, ajudando-os nesta fase difícil. O nosso histórico de exportação vem de 2014, com parceiros como a Portugal Fresh, promovendo a Portugalidade” confirma Alexandra Borges, diretora geral de compras, Lidl Portugal, ao Hipersuper.

Na makro Portugal, a aposta na produção nacional já é de longa data. “Fazemo-lo por diversos motivos: por uma questão de promoção da portugalidade, por ser um veículo de promoção das economias locais e de cadeias de abastecimento mais sustentáveis e, naturalmente, por sabermos que os produtos portugueses têm garantia de uma excelente qualidade” diz Filipe Mendes, head of offer da Makro Portugal.

Mercadona e Pingo Doce

Pedro Barraco, diretor cadeia agroalimentar da Mercadona, e Filipe Canas da Silva, diretor comercial do Pingo Doce

“Ainda antes de abrirmos as primeiras lojas em Portugal, já colaborávamos com fornecedores portugueses, e tem sido esta confiança na produção nacional que permite uma maior frescura dos nossos produtos e, consequentemente, mais qualidade” começa por dizer Pedro Barraco, diretor cadeia agroalimentar da Mercadona. “Ao apostar no setor nacional a empresa compromete-se a assegurar, não só agora, mas desde sempre, a previsibilidade e estabilidade dos seus contratos, num relacionamento baseado na transparência e no compromisso, e sobretudo, numa relação de longo prazo. Assinámos também, em 2021, um acordo de colaboração com a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) com o objetivo claro de uma aposta na promoção e modernização do setor, impulsionando a produção nacional, pois é o trabalho realizado em conjunto com o setor primário que permite à empresa criar um projeto comum, fruto do desenvolvimento da Cadeia Agroalimentar Sustentável” reforça.

“Levar a casa dos portugueses o melhor da produção nacional tem sido o compromisso do Pingo Doce desce sempre e que tem crescido de ano para ano: 80% das nossas compras são feitas a fornecedores nacionais”. Filipe Canas da Silva, diretor comercial do Pingo Doce, não tem dúvidas: “temos reforçado o nosso apoio à produção nacional com diversas campanhas e sensibilizando os consumidores para a importância de consumir produtos nacionais de acordo com a sazonalidade”.

Excerto de um artigo publicado na edição 413 do Hipersuper

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