Novas empresas são responsáveis por 15% da criação de emprego
Na última década foram criadas 419 mil empresas em Portugal, um crescimento de 17% face à década anterior, numa evolução que passou das 29 mil empresas criadas em 2012 para mais de 46 mil em 2022
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As empresas mais jovens estão a desempenhar um papel cada vez mais relevante na economia. Uma análise da Informa D&B à última década do empreendedorismo em Portugal (2012-2022), revela que, além da sua importância na criação de emprego e nas exportações, estas empresas estão a levar a cabo “uma reconfiguração setorial do tecido empresarial, com destaque para as atividades ligadas ao turismo, imobiliário, construção e novas tecnologias”.
Na última década foram criadas 419 mil empresas em Portugal, um crescimento de 17% face à década anterior, numa evolução que passou das 29 mil empresas criadas em 2012 para mais de 46 mil em 2022. Teresa Cardoso de Menezes, diretora geral da Informa, salienta que, a criação de novas empresas, “é um dos reflexos da vitalidade de cada período da história económica do país”.
Quatro setores dinamizam criação de empresas
Mais de dois terços (69%) do aumento das novas empresas na última década é da responsabilidade de quatro setores: transportes, atividades imobiliárias, tecnologias de informação e comunicação e construção, se acordo com o estudo. Os transportes registam uma taxa anual de crescimento de 16,5%, uma evolução que reside de “forma esmagadora” na atividade do ‘transporte individual de passageiros em veículo ligeiro’ (TVDE). As atividades de ‘compra e venda’ nas atividades imobiliárias, e de ‘construção e promoção de edifícios’, na construção, são aquelas com maior crescimento neste dois setores de atividade.
O aumento das novas empresas nestes setores está relacionado com a pressão turística e tem como consequência a liderança da Área Metropolitana de Lisboa em matéria de empreendedorismo, segundo o estudo. Até 2016, a constituição de novas empresas era liderada pela região norte, mas, a partir desse ano, a Grande Lisboa passou a ser, em todos os anos, a região com maior número na criação de empresas.
As tecnologias de informação e comunicação registam uma taxa anual de crescimento de 8% desde 2012. Neste setor, a atividade de ‘informática’ é responsável por 95% do crescimento. Face à década anterior, é o setor do retalho que tem a maior queda na criação de novas empresas, com um recuo de 1,6%. Outros setores tradicionais acompanham esta queda, como a agricultura, as indústrias e o retalho.
Ao longo da década, as novas empresas têm vindo a reduzir a sua dimensão, já que, em 2022, quase metade delas têm um capital social inferior a mil euros, uma percentagem que era de 33% em 2012. Também o número de empregados e faturação registou uma diminuição ao longo da década, ambos os indicadores com um recuo de 20%. “Mostram, pelo contrário, uma vocação exportadora maior. Em 2021, 10,3% das empresas exportaram logo no primeiro ano de atividade, percentagem que situava nos 9,5% em 2012. As exportações representam uma parte cada vez maior no negócio destas empresas, passando de 50% em 2012 para os 63% em 2021”, conclui a Informa D&B.