“Vamos ter uma aposta forte nas marcas funcionais”, Luís Pêgo (Danone)
Luís Pêgo, diretor comercial da Danone, faz um balanço da performance das marcas de iogurtes e alternativas vegetais aos lacticínios e levanta a ponta do véu da estratégia e das expectativas do grupo para o ano em curso

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Luís Pêgo, diretor comercial da Danone, faz um balanço da performance das marcas de iogurtes e alternativas vegetais aos lacticínios e levanta a ponta do véu da estratégia e das expectativas do grupo para o ano em curso
Como correu o ano de 2022 para as marcas de iogurtes da Danone?
O ano de 2022 foi um ano difícil, caracterizado pelo início de uma guerra, incremento de custos das matérias-primas, inflação generalizada e redução do poder de compra das famílias. Contudo, a categoria de iogurtes acabou por crescer em volume e valor no mercado em Portugal.
Na Danone, também tivemos marcas que tiveram uma performance bastante boa, pois apresentam uma proposta de valor muito superior e ou encontram-se em segmentos que estão em franco crescimento.
Falamos por exemplo do segmento proteico onde temos a nossa marca YoPRO que tem tido uma recetividade incrível por parte das novas gerações e adultos ativos, bem como Actimel, que se posiciona num território bastante valorizado pelo consumidor atualmente, que é o sistema imunitário. Mesmo num ano pós-covid, a marca continuou a ter uma performance positiva demonstrando que a preocupação com a saúde e o sistema imunitário continuam na ordem do dia.
Quais as perspectivas para 2023?
Vamos ter uma aposta forte nas marcas funcionais que para o consumidor são uma clara proposta de valor e superioridade – Actimel, Activia, Danacol e YoPro – onde esperamos crescer. Além destas, há segmentos básicos em que a Danone, como líder desta categoria, quer ter um papel relevante, num difícil contexto económico, facilitando o acesso do iogurte, um alimento saudável e nutritivo, a todas as famílias portuguesas.
Também estamos a trabalhar para ter mais packs de poupança, cujos preços a que vendemos aos nossos clientes retalhistas serão mais baixos e que poderá permitir aos consumidores acesso aos nossos iogurtes a preços mais económicos por unidade de consumo.
Além dos lácteos, trabalhamos outros produtos como as alternativas vegetais aos lácteos, sob a marca Alpro, e a alimentação infantil, com as marcas Aptamil e Bledina, categorias que esperamos que mantenham um desenvolvimento positivo.
Vão apresentar novidades ao mercado este ano?
A Danone, todos os anos, traz para o mercado inovações que considera relevantes para o consumidor e que acrescentam valor à categoria. Este ano, não será exceção, apostando em produtos de qualidade superior com uma particular preocupação em que os produtos possam ser acessíveis a todos os portugueses.
Que estratégia desenharam para fazer crescer as vossas marcas?
Por um lado, uma aposta forte no desenvolvimento das nossas marcas funcionais reforçando os seus atributos e benefícios para o consumidor e, por outro, nas gamas mais básicas proporcionar maior acessibilidade aos consumidores através de formatos poupança e possibilitando aos nossos clientes promoções mais agressivas.
Na nossa categoria de vegetal, temos planos para continuar a crescer a dois dígitos com a marca Alpro, tanto nas alternativas aos iogurtes como nas bebidas vegetais.
As categorias de leite para lactentes, de transição e fórmulas adaptadas, com a marca Aptamil, são mais um exemplo em que estamos a trabalhar para aliar a oferta de produtos superiores à acessibilidade e proposta de formatos de poupança.
Quais os segmentos mais dinâmicos?
Nos lácteos o segmento proteico manterá a sua tendência de desenvolvimento e crescimento. Fora dos lácteos, tanto a categoria de alternativas vegetais onde temos a marca Alpro, como a categoria da alimentação infantil, onde temos marcas como Aptamil e Bledina, também deverão apresentar crescimentos.
Como se refletiu o aumento generalizado dos custos na vossa operação no ano passado? Nota-se atualmente uma tendência de estabilização nos custos de produção, logística e transporte?
Foi um ano de facto muito difícil com constantes incrementos de custos de matérias-primas, produção, logística e transporte. Esperamos que ainda este ano comecemos a observar uma tendência de estabilização. Mas não temos dúvidas que 2023 será um ano difícil, pois as famílias continuarão a sentir um menor poder de compra e a contrair consumo.
Em que medida refletiram o aumento dos custos no preço final? Que impacto está a ter a subida dos preços no consumo das vossas marcas?
A Danone, como uma empresa certificada BCorp e socialmente responsável, sentiu-se na obrigação de minimizar esse impacto, tendo refletido apenas parcialmente esses incrementos de custos nas suas tabelas de preço aos seus clientes retalhistas e assumindo a perda de rentabilidade operacional.
O aumento dos preços aliado às dificuldades económicas da população tem impactado negativamente a nossa performance em volume, no entanto, temos marcas que, como já referimos anteriormente, estão a ter uma performance positiva.