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“Existe uma crescente preocupação com a sustentabilidade”

Por a 10 de Abril de 2023 as 16:32
Carla Pereira Diretora de Marketing e Comunicação da DPD Portugal

73% dos consumidores online prefere comprar produtos em segunda mão pelo preço mais baixo. Esta é uma das principais conclusões do Barómetro e-Shopper 2022 da DPD, que divulgou os resultados da sua pesquisa sobre e-commerce em Portugal.

O Hipersuper falou com Carla Pereira, Diretora de Marketing e Comunicação da DPD Portugal, que sublinha a importância da economia circular, lembra que o preço é muito importante na hora de comprar e que o saber o período de entrega de um produto faz toda a diferença. A responsável levanta ainda o véu em relação a algumas novidades da DPD para 2023.

Uma das principais conclusões é que cerca de metade dos consumidores online portugueses compra produtos em segunda mão, fazendo-o em média oito vezes por ano. Segundo o relatório, 73% dos e-shoppers opta por comprar produtos usados em plataformas C2C (consumer-to-consumer), por ser mais barato do que optar por produtos novos. Já do lado do vendedor, 73% admite fazê-lo para libertar espaço em casa, enquanto 68% refere querer desfazer-se de artigos em boas condições que nunca usou, e 65% acredita poder ganhar dinheiro extra.

Carla Pereira, Diretora de Marketing e Comunicação da DPD Portugal, confirma este cenário. “Conseguimos aferir duas realidades: por um lado, que os e-shoppers regulares portugueses continuam a ser sensíveis ao preço, atualmente os mais sensíveis e aqueles que procuram melhores negócios face aos seus pares europeus, factos que se justificam pelo atualmente cenário inflacionista que atravessamos; por outro lado, existe uma crescente preocupação dos consumidores com a sustentabilidade, realidade que os faz olhar para a economia circular e, mais propriamente, para a compra e venda em segunda mão como uma forma de reaproveitar artigos que, na maior parte das vezes, têm potencial para uma segunda vida, apelando ao não consumismo e a comprar o que é novo. O mercado tem vindo a adaptar-se a esta realidade da economia circular, existindo já diversas plataformas de compra e venda de produtos em segunda mão” refere.

“Do lado da DPD, estamos a preparar o lançamento de um novo serviço que irá, entre outras vantagens, facilitar este processo de compra e venda entre consumidores, promovendo desta forma a economia circular e um menor impacto do consumo no meio ambiente” avança a responsável.

O Barómetro revela que o ano transato foi de decréscimo no número de consumidores online, passando de 74% em 2021 para 66%. Na mesma medida, também os e-shoppers diminuíram de 45% em 2021 para 39% em 2022, ainda que os números se mantenham acima dos valores pré-pandemia.

Carla Pereira admite ao Hipersuper que estes números não surpreendem e que estes são consequência da inflação e da diminuição do poder de compra dos consumidores e do regresso às lojas físicas no pós-pandemia. “Este decréscimo foi sentido, mas não é algo para o qual não estivéssemos à espera. A quebra de e-shoppers, que passaram de 74% em 2021 para 66% no ano passado, é o espelho do impacto da inflação no poder de compra dos portugueses, que acaba por ser mais reduzido, trazendo menos consumo quer no meio online, quer no meio físico. Para além disso, esta quebra justifica-se pelo regresso dos consumidores às lojas físicas, após um período de maiores restrições e receio das pessoas em estar em espaços fechados. Neste contexto, temos assistido a uma tendência, em todo o mundo, de criação de novas experiências de compra em lojas físicas, com os comerciantes a apostar em espaços e novas dinâmicas de maior envolvimento com o consumidor” sublinha.

Outro elemento diferenciador para os consumidores é o fator sustentabilidade: as alternativas de entrega amigas do ambiente são fundamentais para 6 em cada 10 e-shoppers regulares e 68% dos inquiridos refere ser mais provável optarem por um website, retalhista ou app que tenha estas opções.

Moda, Beleza/Saúde e Calçado são as categorias que em 2022 foram os tipos de bens mais comprados online, representando respetivamente 61%, 50% e 43% das compras efetuadas. A categoria dos Frescos & Bebidas, que após um elevado crescimento em 2021 (+16%), mantém a sua estabilidade em 2022, com uma quota de 35% no número de consumidores, com os motivos para comprar estes produtos online a alteraram-se: a Covid-19 potenciou as compras online em 2021, enquanto que em 2022, as principais motivações foram a conveniência (65% dos consumidores tiveram a possibilidade de comprar a partir de casa e a qualquer hora) e a poupança de tempo (40% dos inquiridos gastaram menos tempo do que a deslocar-se até uma loja física).

Em relação à entrega, o Barómetro e-Shopper mostra que 82% valoriza o facto de poder conhecer o período em que a sua encomenda será entregue, sendo este é um fator muito importante para que um e-shopper voltar a comprar online.

Já nas preferências de entrega, a opção casa continua a ser a opção mais adotada pelos e-shoppers regulares (82%), apesar do decréscimo de 2 pontos percentuais face a 2021. Já 24% das encomendas é feita fora de casa, nomeadamente em lockers, lojas de proximidade ou do retalhista. Aqui, verifica-se de 2021 para 2022, um crescimento de 2% das entregas em lockers (de 3% para 5%), e de 3% em loja do retalhista (de 12% para 15%), conclui ainda o estudo.

 Carla Pereira, Diretora de Marketing e Comunicação da DPD Portugal, responde:

Saber o período em que a encomenda será entregue é diferenciador? Sentem que é cada vez mais valorizado?
O Barómetro E-Shopper 2022 assim o releva: 82% dos consumidores valoriza o facto de poder conhecer o período em que a sua encomenda será entregue, sendo este um fator que torna mais provável um e-shopper voltar a comprar online. Por isso, a resposta é claramente um sim. E mais do que saber quando irá receber uma encomenda, importa cada vez mais ao consumidor poder escolher onde irá receber a sua encomenda (seja em casa ou num ponto de entrega, como lojas Pickup ou lockers) e quando (podendo eleger a data e janela horária da entrega no ato de compra, acompanhando a partir daí todo o processo de expedição a partir do nosso serviço digital Predict). É, sem dúvida, diferenciador para o consumidor organizar a sua vida no sentido de perceber quando e como quer receber a sua encomenda e, a par desta transformação, a DPD desenvolveu respostas às exigências dos consumidores, nomeadamente as soluções Out-of-Home – serviços de recolha de encomendas alternativas ao Home Delivery – nomeadamente a recolha em lojas de proximidade (lojas Pickup) e em cacifos inteligentes (lockers). Para a DPD a alternativa Out-of-Home tem vindo a ser opção de escolha cada vez mais adotada pelos portugueses, sendo esta uma solução cómoda, ágil e, sobretudo, amiga do ambiente, uma vez que reduzimos o número de deslocações que um estafeta tem de fazer com as suas entregas.

Receber as encomendas em cacifos ou pontos de entrega. Como é que a DPD tem trabalhado estas soluções?
A entrega de encomendas em lockers e pontos Pickup surgiu da necessidade de adaptarmos a nossa atividade aos novos hábitos de consumo dos portugueses – daí a importância de ferramentas como o Barómetro E-shopper para identificar e compreender essas tendências – bem como da missão de criar um serviço mais amigo do ambiente e igualmente eficiente. Desde então que contamos na DPD com cerca de 200 cacifos inteligentes e 1200 pontos Pickup de Norte a Sul de Portugal, números que pretendemos continuar a fazer crescer nos próximos anos. Com estes serviços, assim como outras medidas que temos vindo a implementar – tais como a gradual descarbonização da nossa frota – queremos reforçar o nosso compromisso para com a sustentabilidade do nosso negócio e do nosso planeta.

Vão apresentar novidades em 2023?
Teremos a conclusão da construção do novo hub de encomendas da DPD. O novo espaço, de 12.000 metros quadrados, localizado em Loures, irá juntar as atuais operações de São João da Talha e dos Olivais e contemplar as atividades de triagem e distribuição, assim como no que diz respeito a todos os serviços administrativos. Com este novo espaço, pretendemos reforçar a nossa resposta às entregas na Grande Lisboa, em particular às zonas de Odivelas, Loures, Vila Franca de Xira, Mafra, Torres Vedras, Alenquer e Carregado.
A par disto, teremos ainda a chegada de novos serviços DPD, que uma vez mais vêm responder aos hábitos emergentes dos nossos consumidores.

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