Aveiro quer lançar marca de vinho
A rota vitivinícola da Bairrada vai até Aveiro, mas a região não tem uma marca de vinho. Ribau Esteves, presidente da autarquia, está a tentar mobilizar três ou quatro produtores, que garantam escala, rotulem e certifiquem os vinhos, para lançar uma marca de vinhos ou espumantes de Aveiro
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Rita Gonçalves
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A rota vitivinícola da Bairrada vai até Aveiro, mas a região não tem uma marca de vinho. Ribau Esteves, presidente da autarquia, está a tentar mobilizar três ou quatro produtores, que garantam escala, rotulem e certifiquem os vinhos, para lançar uma marca de vinhos ou espumantes de Aveiro
Águeda, Anadia, Cantanhede, Coimbra, Oliveira do Bairro, Mealhada e Vagos são municípios que integram a rota vitivinícola da Bairrada. E, apesar não de não ser do conhecimento comum, também Aveiro faz parte desta região demarcada há 43 anos. Isto porque, apesar de a Câmara Municipal de Aveiro ter cadastrado 14 produtores de produtores de vinho, todos vendem os seus néctares a granel, sem marca, contou Ribau Esteves ao Hipersuper. O presidente da autarquia tem o sonho de colocar Aveiro ao mesmo nível das restantes regiões que compõem a rota da Bairrada.
“Apesar de sermos o município mais pequeno da região vitivinícola, a rota dos vinhos da Bairrada vai até Aveiro. A parte de Aveiro onde se encontram as vinhas chama-se Nariz, uma união de freguesias da Bairrada”, começa por explicar o presidente da autarquia, para dar conta que está a tentar mobilizar “três ou quatro produtores”, “que garantam escala, rotulem e certifiquem os vinhos para lançar uma marca de vinhos ou espumantes de Aveiro”.
Tendo em conta que a tradição não ajudou a desenvolver a produção vitivinícola na região, “não existiu em Aveiro uma adega cooperativa forte”, a ideia não é produzir em grandes quantidades, mas, sim, fazer “vinhos com significado”, sublinha o autarca que tem ainda o desejo de recriar a taça bairradina, “uma taça com copo baixo e largo que se usava na região para beber espumante, antes de importamos o ‘flut’ francês”.
O projeto de lançamento de uma marca de vinho ou espumante da Bairrada ainda não tem nome, mas Nariz é uma hipótese, uma vez que fica no ouvido e faz parte da história desta região.
Aveiro foi o município convidado da edição de 2023 da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), que decorreu entre 1 e 5 de março na Feira Internacional de Lisboa e, no certame, além de Ribau Esteves, conversámos com presidente da Comissão Vitivinícola da Bairrada, Pedro Soares, sobre esta rota de vinhos.
A região demarcada da Bairrada vai de Aveiro a Coimbra e “tem outras áreas que tutela por indicação da legislação, mas pouco significativas”, afirma Pedro Soares. Os espumantes são o forte desta região vitivinícola. Na Bairrada está concentrada 60% da produção nacional de espumantes que representam um volume de negócios de7,5 milhões de euros.
Foi nesta região que foi criado o primeiro espumante nacional foi criado pelo engenheiro Tavares da Silva há 132 anos, através do método champanhês. Tornou-se assim no “pai do espumante em Portugal”, colocando a Bairrada, sua região, no radar do mundo da vitivinicultura a nível nacional e internacional. Apesar de os primeiros registos de produção de vinho na região remontarem ao século IX, só em 1979 é que a região é demarcada em diploma governamental.
No ano passado, a Comissão Vitivinícola da Bairrada certificou perto de oito milhões de litros de vinho, quase metade são espumantes. Um total de 17% da produção é exportada, essencialmente para quatro mercados: França Brasil, Canadá e EUA, conta Pedro Soares.
Os vinhos e espumantes da Bairrada têm uma característica única, fruto do seu terroir, que resulta da existência de solos muito distintos dentro da região e da influência atlântica. A Mata Nacional do Bussaco, na Mealhada, os areais das praias da Tocha (Cantanhede) e da Vagueira (Vagos), onde a arte-xávega continua a ser uma tradição bem viva, e a Pateira de Fermentelos, a maior lagoa natural da Península Ibérica, conferem aos néctares distinção e diferenciação.
A Rota da Bairrada é uma associação sem fins lucrativo, criada em 2006, com o objetivo de dinamizar, promover e valorizar a atividade vitivinícola enquanto produto turístico da região. Conta com cerca de 100 associados, provenientes de diferentes setores, desde produtores de vinho a restaurantes, passando por alojamentos e empresas de animação turística, até às instituições, municípios e entidades regionais ligadas ao vinho e ao turismo.
*Artigo originalmente publicado na edição 411 do Hipersuper