Vendas da Nestlé crescem 8,3% para 677 milhões de euros em 2022
Faz hoje precisamente um século que nasceu a Nestlé Portugal, data que a gigante alimentar escolheu para comunicar os resultados do ano passado no país. Em conferência de imprensa, reportou vendas de 677 milhões de euros, o que representa um crescimento de 8,3% em termos homólogos, ou mais 50 milhões de euros

Rita Gonçalves
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Avanca, 10 de março de 1923. Egas Moniz junta-se a 49 sócios para fundar a Sociedade de Produtos Lácteos, a primeira fábrica de leite em pó do país. Dez anos depois, a Sociedade de Produtos Lácteos ganhou em exclusivo a produção e distribuição da totalidade do portefólio da Nestlé no mercado português.
Faz por isso hoje precisamente um século que nasceu a Nestlé Portugal, data que a empresa escolheu para comunicar os resultados do ano passado no nosso país. Em conferência de imprensa, a multinacional do setor alimentar reportou vendas de 677 milhões de euros, o que representa um crescimento de 8,3% em termos homólogos, ou mais 50 milhões de euros.
2022 foi um ano de perda de rentabilidade. Sem concretizar, a diretora geral da Nestlé Portugal, Anna Lenz, afirmou que a redução da rentabilidade “está em linha com os resultados da zona Europa”, apresentados pelo grupo. “Para mitigar os aumentos de preço, a Nestlé trabalhou em eficiências internas que permitiram atenuar a inflação e os aumentos dos preços das matérias-primas, transportes e energia”. Em termos globais, a empresa suíça reportou em fevereiro uma redução do lucro em 45,2% em 2022, em termos homólogos, para 9,3 mil milhões de francos (9,4 mil milhões de euros).
As exportações da Nestlé Portugal cresceram 24% em 2022. No ano passado, a empresa exportou 125 milhões de euros a partir das duas fábricas portuguesas (de cafés torrados, no Porto, e de produtos à base de cereais, em Avanca). A Nestlé vendeu no exterior cerca de 60% da produção em Portugal e comprou localmente mais de metade das suas necessidades de matéria-prima, materiais de embalagens e serviços, no valor de 140 milhões de euros. Por exemplo, 40% do trigo utilizado na fábrica de Avanca é de origem nacional.
Com estes resultados, a empresa fechou o ano passado com uma quota de mercado de 33,5% no conjunto das categorias [cafés (dentro e fora do lar), alimentação infantil, pet food cereais e chocolate] nas quais opera no canal de retalho.
A filial portuguesa da Nestlé investiu no ano passado 73 milhões de euros, cerca de 30 milhões de euros nas operações e 43 milhões no apoio às atividades de marketing e comunicação. “O investimento de 30 milhões foi aplicado essencialmente nas fábricas, para melhorar a eficiência, a sustentabilidade e a capacidade de produção, procurando também dar resposta ao aumento das exportações”, afirmou Silvia Balcells, diretora financeira da Nestlé Portugal, acrescentando que a empresa está a “consolidar-se como um centro de exportação para o grupo”.
De forma a mitigar o impacto da inflação no poder de compra dos trabalhadores, a Nestlé levou a cabo um aumento salarial anual de 1.000 euros e procedeu em paralelo à revisão dos subsídios de turno e benefícios dos trabalhadores das fábricas e centros de distribuição. A empresa emprega 2.484 pessoas.
“Em 2023, prevemos continuar o caminho do crescimento, através de uma gestão eficaz do nosso portefólio”, destaca a diretora geral da Nestlé Portugal desde julho de 2022, salientando que o grupo irá continuar a investir em inovação, nas suas fábricas, na agricultura regenerativa, tendo em conta que a “matéria-prima tem um grande contributo para a pegada”, e nas embalagens. No ano passado, a Nestlé alcançou a meta de ter 95% das embalagens vendidas em Portugal prontas para reciclagem. “Queremos que a fábrica do Porto esteja já no próximo ano 100% pronta para a reciclagem”, avança Anna Lenz.
Em Portugal, a Nestlé trabalha em parceria com um conjunto de produtores de trigo em modo de produção regenerativa, com uma área cultivada de 100 hectares. “Em 2023, 10% no trigo que trabalhamos será proveniente de agricultura regenerativa”, cifra que em 2026 deverá aumentar para 80%, afirma o diretor de Comunicação da Nestlé Portugal, Gonçalo Granado.
Questionado sobre as margens dos preços dos alimentos, Gonçalo Granado disse que “quem fixa os preços aos consumidores e as próprias margens é a distribuição” e que é à distribuição “que cabe definir qual a margem sustentável no seu negócio”, ressalvando, no entanto, que a Nestlé trabalha com a distribuição, os “nossos parceiros preferenciais”, para “tentar encontrar as otimizações a fazer na nossa cadeia e a distribuição do lado deles para que os consumidores tenham acesso aos produtos com o preço mais acessível. Fazer um julgamento sobre se margem é baixa ou elevada não nos compete fazer”.