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Retalho entre os setores que irá receber maior investimento imobiliário em 2023

Por a 9 de Março de 2023 as 10:36

O setor do retalho, a par da hotelaria e escritórios, será uma das áreas com maior investimento em 2023, com os retalhistas a criarem conceitos e experiências inovadores e centralizados na satisfação do consumidor,  considera o diretor geral da consultora imobiliária  Cushman & Wakefield em Portugal. Eric van Leuven acredita que o mercado português não ficará imune ao cenário económico que se vive na Europa, “o que irá fazer com que a atividade esteja mais contida”.

“Temas como a habitação continuarão a gerar discussão ao longo do ano, uma vez que as medidas anunciadas dificilmente serão suficientes para colmatar a falta de oferta de habitação. E, por outro lado, impulsionado pelo excelente desempenho do turismo, o setor hoteleiro irá continuar em expansão, assim como a área de escritórios. O retalho também será uma das áreas com maior investimento em 2023, com os retalhistas a criarem conceitos e experiências inovadores e centralizados na satisfação do consumidor”, resume o gestor, com base em dados do Marketbeat Primavera 2023, publicação semestral, que vai na 40ª edição, que resume a atividade e as principais tendências que irão marcar o mercado imobiliário.

O setor de retalho consolidou, em 2022, a recuperação da crise pandémica, com o volume de vendas a retalho a registar um crescimento homólogo de 5,8% e a inauguração de 44.700 metros quadrados de ABL (Área Bruta Locável) no segmento de conjuntos comerciais.

A procura de retalho agregada pela Cushman & Wakefield “registou estabilidade em 2022”, com 560 novas aberturas e uma área total estimada de 265.000 m². O comércio de rua manteve a primazia, representando 64% do número de operações, enquanto os segmentos de retail parks e unidades stand alone registam cada vez maior interesse, representando, em conjunto, 16% das operações.

O setor da restauração manteve o domínio (45% das novas aberturas), destacando-se ainda o aumento da categoria “outros”, por influência do crescimento, em 75%, das unidades de mobiliário, decoração e bricolage.

Em 2023, perspetiva-se que este setor será marcado pela mudança de conceitos das lojas e a sinergia entre o físico e o digital, com o intuito de privilegiar a experiência do consumidor.

“Antecipa-se que surjam novos tipos de concept stores, que privilegiam layouts e experiências personalizadas, e que as lojas sustentáveis e de economia circular ganhem um maior peso, tendo em conta a relevância dos critérios ESG [Environmental (Ambiente), Social (Social) e Governance (Governança Corporativa)]. A par disso, o metaverso poderá ser utilizado por alguns retalhistas para capitalizar vendas, tal como podem vir a ser adotadas políticas de preços flexível e mais resistentes a qualquer tipo de conjuntura económica”, afirma a consultora.

Industrial & Logística

Após aumentos expressivos durante a pandemia, a atividade ocupacional dos setores industrial & logística registou um abrandamento em 2022, tendo sido transacionados 553.100 m², o que representa uma quebra homóloga de 22%. Por outro lado, diversas operações de grande dimensão contribuíram para que a área média por operação tenha aumentado para os 7.480 m². “A maior expressividade das operações de venda ou arrendamento, por oposto aos projetos à medida do ocupante, consolidou-se, representando 85% da ocupação”, sublinha a Cushman & Wakefield.

O mercado de industrial e logística irá verificar uma maior absorção dos espaços logísticos por parte do comércio online, devido ao aumento desta tipologia de compra, que faz com que exista uma maior procura por imóveis logísticos, o que, por sua vez, aumenta a escassez de oferta e os valores de arrendamento destes ativos, antevê a consultora.

“A par disso, a logística urbana (de proximidade) irá continuar a registar uma elevada procura, tendo em conta que as empresas têm vindo a redesenhar a sua operação logística para obter ganhos de eficiência. Portugal também irá beneficiar de um aumento do nearshoring, para que as empresas garantam o stock dos seus produtos. Por fim, o mercado da  “logística de dados” está em  expansão, e já se registam diversas transações a nível nacional, estando Portugal no radar dos grandes operadores de data centres, graças à localização estratégica do país”, termina.

 

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