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Portugal já produz 80 mil quilos de bimi

Por a 5 de Janeiro de 2023 as 11:22

BimiPortugal é o segundo maior produtor deste vegetal da família dos brócolos na União Europeia, logo a seguir a Espanha, e vende grande parte da produção para o Reino Unido, o maior consumidor europeu deste vegetal criado pela japonesa Sakata

O bimi, vegetal da família dos brócolos, começou a ser produzido em Portugal em 2015 com uma área de produção experimental de dois mil metros quadrados, em Torres Vedras, na região do Oeste. Atualmente, com uma área cultivada superior a 80 hectares, o país produz 80 mil quilos deste vegetal criado pela japonesa Sakata, através de um cruzamento entre duas espécies da família das brássicas: couve brócolo e couve kailan. Jorge Faria, representante da empresa de sementes em Portugal, explica ao Hipersuper que a empresa controla a produção do vegetal, através da comercialização das plantas e da autorização de entrada de novos produtores que obedece a um conjunto de requisitos, sendo o mais importante a capacidade de produzir durante todo o ano.

A Emergosol, empresa de Torres Vedras, é o principal produtor deste vegetal 100% comestível (come-se desde o caule aos floretes) em Portugal. Foi também pioneira na produção do vegetal no nosso país, produção que exportava integralmente para o Reino Unido, o maior consumidor deste produto na Europa, uma vez que comercialização em Portugal teve início mais tarde. Hoje, o bimi já é vendido nas principais superfícies comerciais de alimentação do país.

Além da sua própria produção, a Emergosol agrega a produção de um conjunto de agricultores próximos de si. Atualmente, a empresa exporta cerca 70% da produção para o Reino Unido e comercializa os restantes 30% no mercado nacional. O Reino Unido é o maior produtor deste vegetal no continente europeu, mas, em função do clima, produz apenas na primavera e no verão. Durante o outono e o inverno, compra bimi na Península Ibérica.

Portugal é autosuficiente e é o segundo maior produtor de bimi na União Europeia, logo a seguir a Espanha, mas é o Reino Unido o maior consumidor no velho continente, mercado onde este vegetal é vendido desde o ano 2000. Os países a norte da Península não têm um clima como o nosso e, por isso, não conseguem ter produção durante todo o ano, salienta Jorge Faria. “Quando, em 2015, se iniciou a produção em Portugal e Espanha, o bimi não era consumido em mais nenhum país europeu se não o Reino Unido”, afirma o representante da Sakata em Portugal, acrescentando que começa a haver agora interesse por parte de mercados como a Alemanha, a França e a Polónia. “Como é um produto muito interessante do ponto de vista nutricional, outros mercados estão a despertar para o seu consumo” pelo que o objetivo da empresa passa por manter o crescimento no mercado nacional e diversificar os mercados de exportação.

Fora da Europa, o bimi é produzido em Marrocos, no Quénia e nos EUA, embora este último esteja ainda numa fase inicial.

Oeste: terreno fértil para cultura das brássicas

Jorge Faria, Area Manager da Sakata

Jorge Faria, Area Manager da Sakata

Grande parte da produção nacional está localizada na região Oeste. Esta zona do país é por excelência terreno fértil para a cultura de brássicas, onde as temperaturas amenas e frescas, próprias das localidades perto do mar, são propícias à sua produção. A Sakata conta ainda com um produtor no sudoeste alentejano.

A colheita de bimi é feita à mão, talo a talo, três a quatro vezes por semana. Exige por isso muita mão-de-obra. Num ciclo de produção é necessário passar no campo mais de 15 vezes para colher a totalidade da planta, explica Jorge Faria. “Enquanto no brócolo, colhemos a cabeça e a cultura está feita. No Bimi, depois de colhida a cabeça principal, começam a nascer os filhos. A colheita necessita de muita mão de obra que é o fator mais importante para o custo do produto”, acrescenta.

São considerados aptos para irem para os supermercados os que apresentam talo com um mínimo de 8cm e um máximo de 22cm.

A planta tem um ciclo de produção médio de 90 dias. Quando deixa de produzir, as folhas são trituradas e servem de matéria orgânica para os campos.

Por ser um produto perecível, depois de colhidos seguem de imediato para os armazéns de frio. “Como a desidratação do calo começa assim que a planta é colhida, segue logo para o armazém, onde toma um banho de água fria e é embalada em caixas de 200gr, que são vendidas a dois euros”, termina o responsável.

 

*Artigo originalmente publicado na edição 408 do Hipersuper

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