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Portugal já produz 80 mil quilos de bimi

Por a 27 de Dezembro de 2022 as 15:14
Bimi

Portugal é o segundo maior produtor deste vegetal da família dos brócolos na União Europeia, logo a seguir a Espanha, e vende grande parte da produção para o Reino Unido, o maior consumidor europeu deste vegetal criado pela japonesa Sakata.

O bimi, vegetal da família dos brócolos, começou a ser produzido em Portugal em 2015 com uma área de produção experimental de dois mil metros quadrados, em Torres Vedras, na região do Oeste. Atualmente, com uma área cultivada superior a 80 hectares, o país produz 80 mil quilos deste vegetal criado pela japonesa Sakata, através de um cruzamento entre duas espécies da família das brássicas: couve brócolo e couve kailan. Jorge Faria, representante da empresa de sementes em Portugal, explica ao Hipersuper que a empresa controla a produção do vegetal, através da comercialização das plantas e da autorização de entrada de novos produtores que obedece a um conjunto de requisitos, sendo o mais importante a capacidade de produzir durante todo o ano.

A Emergosol, empresa de Torres Vedras, é o principal produtor deste vegetal 100% comestível (come-se desde o caule aos floretes) em Portugal. Foi também pioneira na produção do vegetal no nosso país, produção que exportava integralmente para o Reino Unido, o maior consumidor deste produto na Europa, uma vez que comercialização em Portugal teve início mais tarde. Hoje, o bimi já é vendido nas principais superfícies comerciais de alimentação do país.

Além da sua própria produção, a Emergosol agrega a produção de um conjunto de agricultores próximos de si. Atualmente, a empresa exporta cerca 70% da produção para o Reino Unido e comercializa os restantes 30% no mercado nacional.

O Reino Unido é o maior produtor deste vegetal no continente europeu, mas, em função do clima, produz apenas entre nos meses da primavera e do verão. Durante o outono e o inverno, compra bimi na Península Ibérica.

Portugal é autosuficiente e é o segundo maior produtor de bimi na União Europeia, logo a seguir a Espanha, mas é o Reino Unido o maior consumidor no velho continente, mercado onde este vegetal é vendido desde o ano 2000. Os países a norte da Península não têm um clima como o nosso e, por isso, não conseguem ter produção durante todo o ano, salienta Jorge Faria.

“Quando, em 2015, se iniciou a produção em Portugal e Espanha, o bimi não era consumido em mais nenhum país europeu se não o Reino Unido”, afirma o representante da Sakata em Portugal, acrescentando que começa a haver agora interesse por parte de mercados como a Alemanha, a França e a Polónia. “Como é um produto muito interessante do ponto de vista nutricional, outros mercados estão a despertar para o seu consumo” pelo que o objetivo da empresa passa por manter o crescimento no mercado nacional e diversificar os mercados de exportação.

Fora da Europa, o bimi é produzido em Marrocos, no Quénia e nos EUA, embora este último esteja ainda numa fase inicial.

Oeste: terreno fértil para cultura das brássicas

Grande parte da produção nacional está localizada na região Oeste. Esta zona do país é por excelência terreno fértil para a cultura de brássicas, onde as temperaturas amenas e frescas, próprias das localidades perto do mar, são propícias à sua produção. A Sakata conta ainda com um produtor no sudoeste alentejano.

A colheita de bimi é feita à mão, talo a talo, três a quatro vezes por semana. Exige por isso muita mão-de-obra. Num ciclo de produção é necessário passar no campo mais de 15 vezes para colher a totalidade da planta, explica Jorge Faria. “Enquanto no brócolo, colhemos a cabeça e a cultura está feita. No Bimi, depois de colhida a cabeça principal, começam a nascer os filhos. A colheita necessita de muita mão de obra que é o fator mais importante para o custo do produto”, acrescenta.

São considerados aptos para irem para os supermercados os que apresentam talo com um mínimo de 8cm e um máximo de 22cm.
A planta tem um ciclo de produção médio de 90 dias. Quando deixa de produzir, as folhas são trituradas e servem de matéria orgânica para os campos.

Por ser um produto perecível, depois de colhidos seguem de imediato para os armazéns de frio. “Como a desidratação do calo começa assim que a planta é colhida, segue logo para o armazém, onde toma um banho de água fria e é embalada em caixas de 200gr, que são vendidas a dois euros”, termina o responsável.

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