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Campanha de promoção de carne de coelho entra na última fase

Por a 19 de Dezembro de 2022 as 10:51

Carne de CoelhoA campanha de promoção e divulgação de carne de coelho em Portugal, dinamizada pela ASPOC (Associação Portuguesa de Cunicultura), com o apoio da União Europeia, entra
no início do próximo ano na última fase, com o objetivo de duplicar o consumo de carne de coelho, de uma para duas vezes por mês.  “É um objetivo ambicioso”, admite António Fernandes, vice-presidente da ASPOC. “Há um enorme trabalho de sensibilização e esclarecimento sobre a carne de coelho não só junto dos consumidores, como também junto do mercado”.

Nesta última fase, o objetivo é desmistificar a ideia de que a carne de coelho está associada a pratos mais elaborados e menos versáteis, ou seja, relacionada com formas mais tradicionais de confeção. Para isso, a aposta passa por “demonstrar aos consumidores novos cortes de carne de coelho – coxas, lombos e meio coelho cortado – novas formas de apresentação desta carne, ajustadas ao dia-a-dia dos consumidores e que permitem mais rapidez na confeção de receitas simples e práticas”.

Iniciada em 2021, a campanha “O Segredo da Dieta Mediterrânea” tem desenvolvido várias iniciativas junto do canal Horeca e do consumidor final de forma a aumentar o consumo de carne de coelho, mas também junto dos produtores para incrementar a sua  produção. A campanha abrangeu televisão, meios digitais, redes sociais e pontos de venda, entre outros, tendo como rosto a apresentadora de televisão, Fátima Lopes.

“Mostrar aos atuaise potenciais consumidores que esta carne está enraizada na nossa história gastronómica, mas com foco em rejuvenescer o consumo, apresentando-a como uma solução gastronómica versátil e rica do ponto de vista nutricional” foi um dos principais propósitos, lembra António Fernandes. Outro dos objetivos passou pelo estabelecimento de relações de proximidade com os setores da hotelaria (estudantes e profissionais) e da distribuição.

No entanto, tem-se verificado um abrandamento da diminuição de consumo de carne de coelho. “Pretendemos conseguir inverter essa tendência de diminuição do consumo e retornar aos valores que se verificavam antes de 2014, superiores a 1,00kg per capita”, acrescenta o líder da ASPOC.

De acordo com o estudo realizado pela Kantar, em 2022,  (“A Compra e o Consumo de Coelho em Portugal”), o consumo aumentou
2,4% face ao ano de 2021, um indicador positivo que revela que a carne de coelho é cada vez mais atrativa e chegou a mais de 26 mil consumidores. Este estudo também conclui que a carne de coelho é cada vez mais considerada como um alimento saudável e nutritivo ao qual se recorre para refeições em momentos especiais.

Ainda segundo o estudo, 60,5% dos inquiridos afirmam preferir comprar alimentos que não prejudiquem o meio ambiente e 45,6% estão dispostos a pagar mais por alimentos sem aditivos e sem conservantes.

António Fernandes afirma que o “coelho é das carnes branca mais sustentáveis no processo de produção, mesmo quando comparado com carne de frango e peru”, realçando a importância de comunicar este benefício do seu consumo junto daqueles que se preocupam com as suas escolhas alimentares.

No que refere à produção, Portugal é o quinto produtor europeu de carne de coelho, com uma produção total de 7.262 toneladas (peso líquido) em 2021. A integração com Espanha (política de preços, comércio internacional e programas de comercialização) faz da Península Ibérica o maior produtor da Europa.

O vice-presidente da ASPOC considera, no entanto, que ainda existe um vasto caminho a percorrer. “Em termos de incremento da produção, há ainda muito a fazer. Por um lado, em termos de reposicionamento do setor, tornando-o atrativo e interessante junto de jovens produtores. A produção de carne de coelho exige obviamente trabalho e dedicação, mas o coelho é um animal muito prolífico, com altas taxas de reprodução e de produtividade, não sendo de elevada dificuldade a implementação de um núcleo de produção”, termina.

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