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Guerra e inflação podem abrandar planos de sustentabilidade das organizações

Por a 13 de Dezembro de 2022 as 9:51

Os fatores externos que têm vindo a desafiar a economia mundial, como a guerra da Rússia na Ucrânia e a inflação, deverão impactar as estratégias de sustentabilidade das organizações. Esta é uma das principais conclusões do estudo “Climate Check: Business views on climate action ahead of COP27″, da Deloitte, que revelou que 45% dos líderes organizacionais pretendem reavaliar os seus investimentos nesta área.

Apesar de grande parte dos inquiridos admitir que poderá desacelerar nas suas estratégias de sustentabilidade nos próximos 12 meses, 37% dos executivos seniores acreditam que o efeito dos fatores externos será o oposto a longo prazo, sublinhando que mantêm a vontade de acelerar o investimento em estratégias de sustentabilidade.

A maioria dos inquiridos no estudo estão otimistas quanto ao impacto que a COP27, que teve lugar recentemente no Egipto, poderá ter no futuro da Humanidade: 75% consideram que a conferência irá gerar as mudanças necessárias para que as metas definidas no Acordo de Paris sejam cumpridas.

“Existe uma dissonância entre sentimento e ação por parte dos líderes empresariais no que à sustentabilidade e clima diz respeito: enquanto muitos entendem que a conjuntura atual é suficientemente aguda para constituir uma travagem, por outro lado afirmam que o tema é estratégico para garantir rentabilidade no médio a longo prazo, e que é preciso maior união entre sociedade civil, governos e empresas”, comenta Inês dos Santos Costa, Associate Partner da Deloitte, citada em comunicado.

Os executivos foram também convidados a refletir sobre os temas que merecem maior atenção a nível global. Apesar de não ser surpreendente ver riscos de segurança associados às alterações climáticas (55%), ou transição climática justa (41%) entre as referências, o mesmo não se poderá dizer do greenwashing (41%) e transparência e responsabilização das empresas (34%). Na verdade, para 66% dos líderes inquiridos, o greenwashing (prática que pretende branquear os esforços de sustentabilidade) está a afetar negativamente o mercado.

É por isso que, quando questionados sobre eventuais medidas que os governos mundiais devem tomar, 63% dos líderes apontam o combate a esta prática como prioritária, sublinhando a necessidade de adotar novas políticas ambientais e regulação, enquanto apenas 27% entendem que é necessário dar prioridade ao cumprimento dos regulamentos existentes.

Para combater as alterações climáticas, a cooperação é igualmente apontada como um aspeto essencial. A maioria dos líderes participantes no estudo indicam estar a colaborar ativamente com organizações não governamentais (62%), instituições académicas (50%) e grupos de ação climática (44%) para definir estratégias de I&D (Investigação & Desenvolvimento)  e de financiamento orientadas para a concretização de medidas de mitigação e adaptação.

Os resultados deste inquérito permitem compreender a necessidade de alteração da cultura organizacional das empresas no que diz respeito ao valor acrescentado das estratégias de sustentabilidade. A distância entre sentimento e ação está relacionado com o facto de muitos ainda tomarem a estratégia de sustentabilidade como um fim em si próprio, e não como um meio de ultrapassar esse desfasamento entre ambição e ação, conclui o estudo.

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