A importância de ter uma cultura forte no retalho

Filipa Santos, consultora da Michael Page

O retalho é e será sempre uma das áreas mais diversas e dinâmicas. Por isso, e visando o seu crescimento e atratividade, as empresas devem garantir que desde o primeiro segundo de existência o seu propósito está definido.

O propósito de existência vai além do tipo de produto vendido ou da área de especialização. Quando um colaborador inicia o seu percurso profissional numa determinada empresa, conhece meramente os contornos gerais; o que o faz querer continuar e ajudar no crescimento e desenvolvimento dessa mesma empresa é a cultura transmitida e a forma como cada um se sente parte integrante.

Quando observamos o mercado, podemos constatar a existência de uma diversidade cultural gigante e, por sua vez, ideologias distintas. Sabemos que a ideia de uma cultura perfeita não existe, ou pelo menos, a que vai corresponder a 100% dos colaboradores, mas é possível estabelecer ideias e formas de atuação que de antemão sabemos/prevemos que vão ser tidas em grande consideração.

A cultura de cada empresa, e especialmente em empresas retalhistas, é bastante importante, tendo em conta que os horários e os salários nem sempre são os mais atrativos. Hoje em dia, ações de formação, inclusão das equipas nos processos de mudança, valorização de cada um, um plano de carreira definido e com metas alcançáveis, são pequenos passos para que um colaborador se sinta valorizado pela sua empresa.

Trabalhamos com pessoas e para pessoas, e cada empresa pode e deve definir que valores quer que as suas pessoas tenham, por forma a atingirem os objetivos e manterem o equilíbrio. Este equilíbrio não passa por sermos todos iguais, passa por sermos ouvidos nas nossa diferenças e por podermos contribuir com ideias, por fazemos parte de um ambiente inclusivo e otimista, onde queiramos voltar todos os dias com a vontade de fazer mais e melhor.

A presença das chefias intermédias e superiores é também uma questão importante nesta transmissão e perpetuação da cultura, embora saibamos que nem sempre é possível pela dimensão dos grupos e raio de alcance, mas há momentos em que é importante estar efetivamente presente. Estamos a entrar em meses de grande afluência nas grandes superfícies, em que é necessário um reforço de estimulação às equipas, e este reforço não é preciso ser financeiro, hoje em dia, e após dois intensivos anos, percebeu-se que o valor emocional é um ponto bastante importante.

Uma empresa envolvida emocionalmente com os seus funcionários pode ser uma empresa que promova eventos, meetings, onde todos se possam encontrar e partilhar experiências e realidades do dia a dia.

O que é realmente importante? A cultura da empresa impacta nos resultados diários, quando todos remam para o mesmo lado, quando existe entreajuda e colaboração inata, até mesmo quando os próprios clientes sentem que do outro lado existe uma pessoa disponível e com gosto pelo seu trabalho. O melhor de tudo é verificar que a cultura está intrínseca em cada um, que é o que passa para o exterior de uma forma espontânea sem controlo de atitudes ou esforço de comportamentos.