Portugal é maior produtor per capita de embalagens de vidro da Europa

Portugal é o maior produtor per capita de embalagens de vidro da Europa, com cerca de seis mil milhões de embalagens produzidas anualmente para a indústria alimentar, segundo dados da Friends of Glass Portugal.

“Estamos a falar de um setor que gera cerca de 3.500 empregos e com um peso importante para a balança comercial do País, uma vez que mais de 50% das embalagens de vidro fabricadas são enviadas diretamente para empresas produtoras de alimentos e bebidas em outros países”, afirmou Carlos Martins, em representação da Associação dos Industriais de Vidro de Embalagem (AIVE), na digital talk “Indústria do Vidro de Embalagem: O foco na sustentabilidade com inovação e tecnologia”, organizada pela Friends of Glass Portugal.

Carlos Martins evidenciou o investimento deste setor em inovação e desenvolvimento quer ao nível do produto quer ao nível do processo nos últimos anos. Inovação no produto pela “necessidade de dar respostas às necessidades do mercado, como é o caso do design e da redução de peso”. Inovação no processo, “no sentido de o tornar mais competitivo em relação a outros materiais de embalagem e mais sustentável, com o desenvolvimento de soluções eficientes do ponto de vista ambiental e da sua pegada ecológica”, concretiza.

Um dos principais desafios da indústria passa por encontrar “soluções tecnológicas para a utilização de energias alternativas aos combustíveis fósseis, não só nos fornos mas nos demais equipamentos do processo”, contribuindo para a descarbonização do setor, exemplifica o representante da AIVE.

Marisa Almeida, responsável pela unidade de Ambiente e Sustentabilidade do Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro (CTCV), avança número concretos. Nas duas últimas décadas, o setor de vidro de embalagem reduziu em 66% do consumo de água (m3 consumidos por tonelada de vidro fundido), em 92% a emissão de partículas expelidas nas chaminés (ton/ton vidro fundido), em 30% a emissão de SO2 (dióxido de enxofre), “uma vez que o setor efetuou 100% de reconversão de fuel para o gás natural” e em 28% a emissão de gases com efeito de estufa.