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Indústria e logística lideram investimento imobiliário no primeiro semestre

Por a 29 de Agosto de 2022 as 14:40

Distribution warehouseO investimento em imobiliário comercial no mercado português alcançou 640 milhões de euros no primeiro semestre de 2022, o que representa uma quebra de 15% em relação aos primeiros seis meses do ano passado, segundo dados da consultora imobiliária JLL. O segmento Industrial e Logística liderou a captação de investimento, absorvendo 224 milhões de euros ou 35% do montante global investido até junho.

Entre janeiro e junho, foram ocupados 160 mil metros quadrados de área industrial e logística, dos quais 77 mil metros quadrados durante o segundo trimestre. Nestes três meses, mais de metade da ocupação (58%) teve lugar na região de Lisboa.

Com a entrada de uma nova empresa em Portugal, o eixo Palmela-Setúbal foi, na área da Grande Lisboa, a zona mais ativa na absorção deste tipo de ativo nos primeiros seis meses de 2022, com a tomada de 40 mil metros quadrados.

“Há uma evolução muito positiva do mercado, pelo que as rendas prime têm vindo a subir em diversas zonas. O eixo Alfragide-Carnaxide e as áreas de Lisboa-cidade dominam os valores, ambos em 6,25 euros por metros quadrado. No Porto, a renda praticada é de €4,00/m2, nomeadamente, para a zona de Leixões”, realça a JLL.

Os cinco maiores negócios no setor da logística no segundo trimestre foram concretizados pela Garland (16.500 m2), UPS (11,359m2), Sjaak van Schie (8.600m2) e duas empresas não identificadas ligadas à indústria ligeira (15.500 m2 no eixo de Alverca e 10.500 em Lisboa).

Entre os projetos em pipeline, destacam-se três em construção: 115 mil m2 no eixo Alverca – Azambuja, 30 mil m2 no eixo Palmela – Setúbal e 14 mil m2 no eixo Montijo – Alcochete.

“Depois de um primeiro trimestre pouco animado, o segundo trimestre acelerou fortemente e duplicou o investimento. Neste trimestre foi ainda mais visível a influência da compra de hotéis e de ativos de industrial e logística, pois foram responsáveis por quase 370 milhões dos 436 milhões de euros transacionados”, salienta Pedro Lancastre, CEO da JLL Portugal. Para o responsável, “a forte recuperação dos indicadores hoteleiros e a intensificação da absorção e das rendas de industrial e logística”, são alguns fatores a explicar o foco dos investidores nestes dois segmentos.

Retalho prime deverá aumentar rendas até final do ano

A trajetória de crescimento de rendas na área de industrial e logística deverá estender-se ao retalho prime até ao final do ano, antecipa a consultora imobiliária.

Apesar tendência crescente da inflação, o mercado de retalho está em recuperação, que poderá resultar da “compra por vingança” depois de dois anos anémicos, avança a consultora imobiliária.

O aumento de fluxo de visitantes quer no comércio de rua quer nos centros comerciais e a retoma dos planos de expansão por parte dos retalhistas, são o motor da recuperação do setor. “Há, contudo, escassez de oferta. Em Lisboa, a renovação de alguns edifícios em localizações centrais tem vindo a somar novos espaços ao mercado”, alerta a JLL. Por outro lado, a consolidação da Avenida dos Aliados, no Porto, como localização de retalho premium, tem boas perspetivas para novas inaugurações até ao final do ano, prevê a consultora.

Aquisição de imóveis comerciais deverá atingir 2.000 milhões

A aquisição de imóveis comerciais poderá atingir este ano um valor superior a 2.000 milhões de euros, semelhante ao de 2021, tendo em conta que uma maior complexidade nos processos pode atrasar alguns fechos, segundo a JLL.

O diretor-geral da consultora em Portugal disse à Lusa que as expectativas são de que, “no mínimo, os resultados totais deste ano estejam alinhados com o volume total de 2021”, ano em que se atingiu “um valor acumulado de 2.020 milhões de euros com a aquisição de imóveis comerciais”. “Embora estejam em curso grandes transações, é possível que a maior complexidade nos processos e racional de venda possa atrasar alguns fechos, o que não invalida que estas expectativas possam ainda ser superadas”, realçou.

*Artigo originalmente publicado na edição 404 do Hipersuper

 

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