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Volume das cestas de compras é o mais baixo dos últimos quatro anos

Por a 18 de Maio de 2022 as 11:40

retalhoA inflação e o aumento de preços no setor de bens de grande consumo já se fazem sentir nas compras dos consumidores portugueses, tendo o volume das cestas atingido o valor mais baixo dos últimos quatro anos, com um recuo de 2.8% no primeiro trimestre de 2021, na comparação homóloga, segundo um estudo da Kantar e da Centromarca.

 

Nos vários segmentos, praticamente todos têm cestas mais pequenas, mas sendo o gasto maior. Exceção feita para os produtos de higiene e beleza, que continuam a desvalorização que se vem verificando em períodos anteriores, existindo preferência por categorias de cuidados e um maior mix entre marcas de distribuição e marcas de fabricante.

“Quando se analisa o início deste ano e se compara com o do ano anterior, assiste-se a uma perda inevitável, tanto em valor como em volume, uma vez que no primeiro trimestre de 2021 estávamos confinados. No entanto, quando se compara o primeiro trimestre de 2022 com o homólogo de 2019, verifica-se que as cestas são mais pequenas, mas de maior valor. A frequência de compra mantém-se estável, com os jovens a serem o grupo que mais aumenta a regularidade de compra, como já vinha a acontecer”, explica Marta Santos, sector director da Kantar.

Segundo o estudo, dos 58% das categorias que aumentaram os preços, 31% perderam compradores, nomeadamente categorias como o arroz, azeite e margarinas.

 

Por outro lado, as marcas de distribuição estão em grande crescimento, tendo uma quota de 41,1%, um aumento de 2,3 pontos percentuais (p.p.) em relação a 2020 e de 5,2 p.p. face a 2019. O desempenho Mercadona e o Intermarché, em matéria de marcas da distribuição, encontra-se em destaque.

 

“Em crises anteriores, como na de 2011, o corte de custos em resposta à crise levou a uma maior procura das marcas da distribuição, as quais chegaram a atingir os 37% de quota em valor no primeiro trimestre desse ano, valor que posteriormente decresceu por força da forte ação promocional dos fabricantes. Hoje, esta ameaça às marcas de fabricante é ainda maior, uma vez que existe um contexto diferente, com lojas com formatos de sortido curto muito focadas nas suas marcas próprias, ágeis e que conquistaram a confiança de muitos portugueses”, realça Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca.

 

Na comparação com 2019, o pendor para o consumo de marcas de distribuição é maior em categorias que aumentaram o preço e, ao mesmo tempo, perderam compradores, nomeadamente leite UHT, refrigerante de fruta ou azeite.

 

Analisando os canais de compra, os dados do estudo mostram que os discounts continuam a sua trajetória de crescimento e que os hiper e supermercados recuperaram quota de mercado em relação ao período referente ao pico da pandemia, quando as lojas de proximidade ganharam peso. “Quando a inflação se começa a fazer sentir e a aposta recai mais sobre as marcas de distribuição, também se pensa no local de compra e em como a necessidade de controlar os gastos pode influenciar a escolha da loja”, afirma Pedro Pimentel.

 

Fruto da inflação e de ainda existirem muitos portugueses em regime de teletrabalho, o consumo ainda está longe do período antes da pandemia. “Num momento em que o custo dos produtos está a aumentar, os portugueses terão de fazer escolhas para gerir o seu orçamento familiar mensal e o consumo fora de casa acaba por ser preterido”, explica Marta Santos.

 

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