Luís Graça (SAS): Uma nova tendência transformadora chamada metaverso

Luís Graça, senior business development manger do SAS

Metaverso é uma das buzzwords do momento, no entanto, apesar de se tratar de um conceito já abordado por muitos, penso ser importante antes de tudo perceber o que é, qual o seu verdadeiro impacto, implicações e respetivos desafios.

De forma objetiva, diria que metaverso é um conceito que procura como que replicar a realidade, mas no mundo digital, através da Realidade Virtual (RV), da Realidade Aumentada (RA) ou ambas. Ou seja, é como que um mundo ou espaço virtual alternativo, uma plataforma onde podemos ter experiências únicas e fluídas entre múltiplos canais.

Ora, isto é claramente algo muito apetecível para as marcas que, está visto, através desta nova tendência vão conseguir ficar mais próximas do que nunca dos consumidores.

No entanto, para que as empresas tenham sucesso ao dar este salto, há três aspetos importantes a ter em conta: a omnicanalidade, a hiperpersonalização e, não menos relevante, o uso de Inteligência Artificial (IA) e analítica avançada em tempo real.

O metaverso chegou para revolucionar o mundo como o conhecíamos até agora e a verdade é que, através deste espaço virtual alternativo, as pessoas poderão trabalhar, comprar, socializar ou usar o seu tempo de lazer como quiserem, praticamente sem limites. O que significa que a barreira entre o físico e o digital desaparecerá.

Segundo a Gartner, até 2026, 25% da população passará pelo menos uma hora por dia no metaverso, o que por sua vez levará à criação de novos modelos de negócio. De acordo com a Bloomberg Intelligence, este novo canal de comunicação atingirá um valor de 800.000 bilhões de dólares em 2024.

Ora, com estes dados a vir cá para fora, as marcas já começam a ter cada vez mais consciência da importância que o metaverso terá, e já tem, a nível socioeconómico, estando por isso já a agir, com o intuito de aumentar a sua presença naquele que já é considerado o ambiente mais disruptivo dos últimos tempos.

Cada vez mais rigorosos e bem informados, os consumidores de hoje exigem marcas próximas, que atendam às suas necessidades e gostos e até os antecipem. Os retalhistas, por sua vez, devem encontrar novas fórmulas para responder a este pedido de forma inovadora, ou acabarão por ficar para trás.

Uma estratégia omnicanal e experiências personalizadas. É isto que os consumidores querem e, graças ao metaverso, é isto que as marcas lhes vão poder oferecer: experiências únicas, imersivas e multissensoriais. O cliente terá de ser colocado no centro de tudo e as marcas terão de manter com ele uma interação contínua, mas isto tanto no mundo virtual como no físico. Um desafio, sim, mas a união entre o omnicanal e a tecnologia é o que permitirá oferecer: experiências 100% personalizadas e, como tal, memoráveis.

A analítica avançada em tempo real tem também um papel importante nesta jornada, sendo considerada a chave para o sucesso.

A tecnologia de ponta permitiu a origem e ascensão do metaverso. E aqui falamos de IA, Big data, Machine Learning, entre outros, mas também da maturidade das tecnologias de realidade virtual e realidade aumentada, que são fundamentais para a construção deste novo mundo virtual.

Para que qualquer estratégia e modelo de negócio funcione no metaverso, a recolha e análise de dados em tempo real, através de soluções de IA e analítica, serão igualmente essenciais.

No metaverso, qualquer ação, compra e decisão acontece no momento, logo as organizações precisam de tecnologia capaz de atuar ao mesmo ritmo que os consumidores, para que as empresas tenham na hora as informações necessárias disponíveis.

Por exemplo, se um cliente entra num supermercado virtual para comprar leite, o negócio precisa de receber de imediato uma notificação instantânea não só para incluir o produto no seu carrinho de compras, mas também para controlar o stock que tem disponível. Aqui, é essencial uma marca ser capaz de responder em tempo real, e isto consegue-se através de ferramentas de analítica avançada.

Em suma, o metaverso veio para ficar e para revolucionar o mundo como o conhecemos até agora, no entanto para se ter sucesso há que apostar em IA e analítica avançada, uma vez que neste novo ambiente as decisões têm de ser tomadas na hora e não há espaço para demoras, indecisões ou falhas.

É um desafio enorme que o mercado tem pela frente, mas com as ferramentas e estratégia certas, acredito que será mais uma forma de continuarmos todos a crescer e a evoluir num mundo que não para de nos surpreender e cujos limites parecem não existir.