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Marketing no ponto de venda: tendências e oportunidades

Dez especialistas em comunicação no ponto de venda revelam as tendências que estão atualmente a influenciar as campanhas de shopper marketing e as oportunidades para as marcas que apostam naquele que é o derradeiro ponto de contato entre as marcas e os consumidores e onde ainda são tomadas a maioria das decisões de compra

Rita Gonçalves
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Marketing no ponto de venda: tendências e oportunidades

Dez especialistas em comunicação no ponto de venda revelam as tendências que estão atualmente a influenciar as campanhas de shopper marketing e as oportunidades para as marcas que apostam naquele que é o derradeiro ponto de contato entre as marcas e os consumidores e onde ainda são tomadas a maioria das decisões de compra

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loja futuroDez especialistas em comunicação no ponto de venda revelam as tendências que estão atualmente a influenciar as campanhas de shopper marketing e as oportunidades para as marcas que apostam naquele que é o derradeiro ponto de contato entre as marcas e os consumidores e onde ainda são tomadas a maioria das decisões de compra

SUSTENTABILIDADE CHEGA AOS MATERIAIS DE COMUNICAÇÃO

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A sustentabilidade é uma das grandes tendências dos planos de comunicação para o ponto de venda, aplicada não apenas aos materiais utilizados nas campanhas de shopper marketing, mas também à própria mensagem publicitária, que deve condizente com o propósito e o comportamento das empresas. “São cada vez mais as marcas comprometidas com objetivos focados na sustentabilidade das embalagens e expositores para o ponto de venda. Entre outras medidas, as marcas estão a adotar soluções 100% recicláveis ou reutilizáveis e a substituir os materiais de plástico por alternativas mais sustentáveis”, indica Joana Gonçalves, marketing manager da DS Smith, em declarações ao Hipersuper. A multinacional britânica, especializada em embalagens, expositores e materiais publicitários fabricados em cartão, está a trabalhar com clientes a nível global para substituir mais de mil milhões de peças de plástico por soluções totalmente recicláveis e à base de fibra, até 2025. “Desde o lançamento da nossa estratégia de sustentabilidade, designada Now and Next, no ano passado, conseguimos substituir 170 milhões de peças de plástico por soluções à base de papel para supermercados e retalhistas online em todo o mundo”, revela Joana Gonçalves.

Na opinião da responsável, o futuro dos materiais para o ponto de venda e do packaging passará pelo desenvolvimento de soluções 100% recicláveis e reutilizáveis, que utilizem apenas a quantidade de fibra necessária e contribuam para a redução das emissões de carbono das empresas e para a eliminação dos resíduos.

Joana Petrucci Sousa, diretora de arte na Pimenta Rosa Design Agency, confirma que as marcas estão a apostar forte em materiais mais permanentes e de fácil atualização, mas também em novas soluções mais criativas e com impacto na experiência do consumidor. “Está a crescer a tendência para a procura por soluções mais sustentáveis, principalmente para os materiais de curta duração, acompanhando, de forma coerente, o posicionamento das marcas de uma forma geral”, explica a responsável. “O futuro passa por ativações transversais no ponto de venda e no digital, que, de forma coerente, ofereçam diferenciação, personalização, novas experiências e ofertas aspiracionais que vão ao encontro das necessidades, sonhos e aspirações dos consumidores”, sustenta.

Também Hugo Nobre, CEO e sales & marketing director da WD Retail, evidencia a cada vez maior preocupação por parte das marcas em comunicarem valores e preocupações globais, muito focados em sustentabilidade. “Este facto leva cada vez mais as marcas a selecionarem cuidadosamente os materiais utilizados no ponto de venda e aumentar a opção por materiais mais permanentes, em detrimento dos materiais temporários”, explica o CEO da empresa especializada em design de produto, comunicação visual e marketing no ponto de venda. “Os produtos e marcas deverão ser capazes de transmitir os seus valores e a sua visão do mundo, refletindo-os na sua forma de estar e interagir com o shopper”, defende Hugo Nobre, acrescentando que os consumidores mostram valorizar cada vez mais marcas verdadeiramente responsáveis.

As preocupações com a sustentabilidade, transversais a todas as empresas, estão a refletir-se no ponto de venda, através da utilização de materiais reciclados, a reutilização de materiais e a aposta em materiais mais permanentes e de maior durabilidade, afirma, por sua vez, Mónica Chaves, CEO e fundadora da Brand Key, agência especializada em marketing promocional, trade marketing, marketing digital e eventos. Nesse sentido, a responsável lembra que as novas ferramentas de comunicação digitais apresentam menores custos e são mais amigas do ambiente.

FAZER MAIS COM MENOS INVESTIMENTO

Os períodos mais severos do confinamento afastaram os consumidores do ponto de venda, afetando o investimento em comunicação no espaço físico. Gradualmente, o investimento está a recuperar à medida que as restrições à atividade no comércio e à circulação nos espaços comerciais vão sendo suavizadas, mas o valor do investimento não atingiu ainda os níveis pré-pandemia. Neste contexto, fazer mais por menos é a nova máxima, conta Conceição Pinheiro, diretora comercial da Up Partner. “Fazer mais por menos é fundamental, a máxima que nos orienta continuamente, inovando, simplificando, reutilizando ou reciclando materiais, sempre com o foco ajustado ao que o shopper procura e à sua conversão”. A diretora comercial da agência especializada em retalho, ativação de marca, eventos e marketing digital, defende que, num contexto em que as compras online estão a crescer, o valor do ponto de venda não reduziu. Pelo contrário. “A proximidade com o shopper é cada vez mais importante, o que acontece na realidade é que as marcas têm de dividir o investimento entre as lojas físicas e os canais digitais para que o contacto com a marca e a sua compra seja sempre uma experiência memorável”.
Apesar de o canal digital representar já 6,5% do comércio global e cerca de 2,9% do PIB (Produto Interno Bruto) português, de acordo com um estudo da Kantar Worldpanel, a prevalência da compra continua a manifestar-se no espaço da loja física. As grandes superfícies e os super e hipermercados continuam a liderar, com 95% dos gastos dos lares a serem efetuados nestes estabelecimentos.

A fundadora da Brand Key lembra, por sua vez, que cerca de 75% das decisões de compra de produtos de grande consumo ainda são tomadas no ponto de venda e que, apesar de as limitações no contexto pandémico terem interferido no contacto e na interação do shopper com os produtos de grande consumo, os bens de primeira necessidade continuaram a ser vendidos. “Apenas os espaços de visibilidade, exposição de produtos e ativação foram sacrificados, condicionando a compra por impulso e, por conseguinte, o valor do ticket médio”, sublinha Mónica Chaves.

À redução das compras por impulso e à diminuição do orçamento familiar, juntou-se o agravamento do custo das matérias-primas e da operação logística e de transporte dos produtos. Como consequência “aumentou o preço de venda ao público dos produtos, fazendo com que o consumidor tenda a escolher menos produtos e ao melhor preço”, declara a responsável da Brand Key, acrescentando que todos estes fatores, em conjunto, contribuíram para reduzir as margens e receitas dos produtores, “tendo como resultado a redução dos budgets para o investimento em comunicação em geral e no ponto de venda em específico”. Para Mónica Chaves, o grande desafio passa agora pela criatividade, permitindo adaptar os planos de comunicação a budgets mais reduzidos.

Tiago Charrua, CEO da Happy Brands, acredita que a comunicação no ponto de venda tem um grande potencial de crescimento. “Se é verdade que a pandemia afastou as pessoas das lojas físicas, também é verdade que o pós-pandemia traz uma avidez pela experiência de compra que tem agora de ser aproveitada. Isto viu-se claramente durante a última época natalícia. As marcas têm de conseguir surfar esta onda, aproveitando a liberdade que as pessoas vão ter nos próximos tempos”, aconselha o líder da agência especializada em publicidade, ativação de marca, design, brand marketing e social media, em declarações ao Hipersuper.

Na opinião de António Janeiro, CEO da in-Store Media em Portugal, as medidas de confinamento, que aconteceram em todo o mundo, reduziram a eficácia de formas publicitárias como o out-of- -home e o digital out-of-home media e conferiram maior relevância à comunicação no ponto de venda, por ser um meio que oferece “maior retorno, imediato e comprovadamente mais eficaz”. “No passado, as marcas balanceavam os seus objetivos de comunicação entre o aumento da notoriedade e o aumento do volume de negócios, entre outras estratégias de comunicação. Agora, as marcas estão concentradas em fazer campanhas com o objetivo de aumentar a rotação dos produtos anunciados e trazer vendas adicionais imediatas”, assevera António Janeiro.

COMUNICAR COM UM CONSUMIDOR MAIS CONTROLADO E SELETIVO

Se o consumidor deve estar no centro do desenvolvimento de uma campanha de comunicação, é mandatório perceber como a pandemia tem influenciado e continua a influenciar o comportamento dos shoppers. Segundo dados da in-Store Media, recolhidos nos mercados onde a agência de shopper marketing de origem espanhola opera, os consumidores continuam preocupados com o controlo dos gastos e, por isso, fazem listas de compras com antecedência e comparam mais os preços. Além disso, os consumidores alargaram o leque de escolha adquirindo produtos diferentes dos que habitualmente compram, o que os leva a ser mais seletivos quando estão em frente às prateleiras das lojas. “Por isso, a tendência que está a influenciar os planos de comunicação é, sem dúvida, a dos circuitos de sinalética digital que permitem usufruir, numa loja física, de elevados níveis de personalização, rapidez e flexibilidade de conteúdos, que criam novas experiências em loja e surpreendem os consumidores, juntando, assim, dois mundos, o online e o físico, num só”, afirma António Janeiro.
El Corte Inglés, Carrefour, Continente, Auchan, E.Leclerc e Walmart são insígnias que estão a apostar nesta estratégia, exemplifica. “Esta estratégia, centrada no cliente, confere ganhos evidentes ao nível da fidelização, da satisfação de compra e do aumento do valor do cabaz”, garante o responsável da inStore Media.

É certo que as limitações à atividade do comércio e à lotação dos espaços comerciais são cada vez mais suaves, mas, como lembra Joana Petrucci Sousa, as regras sanitárias ainda estão na cabeça de todos os consumidores. “Os consumidores mantêm um maior foco na compra, limitam o tempo de permanência nas lojas físicas ao estritamente necessário (…), planeiam mais as compras em função das necessidades e compram em maior quantidade diminuindo o número de visitas às lojas”, resume a diretora de arte da Pimenta Rosa. Para chamar a atenção do consumidor, as marcas estão a apostar “em formatos poupança e familiares e numa estratégia focada na
vertente promocional, preços especiais e reduções”.

A mudança de periodicidade de visitas à loja e a diminuição do valor do cesto de compras dificulta a análise dos dias de maior tráfego no ponto de venda de forma a direcionar as campanhas para esses dias, lembra Rui Goulart, managing partner da Brandp, agência especializada em ativação de marca, marketing operacional e field marketing.

O maior planeamento das compras em função da crise pandémica e económica não afeta, no entanto, todos os segmentos de mercado em igual medida. António Costa e Silva, diretor geral da agência Happen, recorda que a pandemia trouxe novos momentos de consumo para dentro do lar que antes eram repartidos ou feitos maioritariamente fora do lar. “Recordo-me do café, dos refrigerantes, das bebidas alcoólicas e dos snacks”. E outros segmentos houve que incrementaram as vendas, como os produtos de limpeza. “O comportamento do shopper alterou porque se alteraram os hábitos sociais em grande escala”. De uma forma geral, o diretor da agência especializada em digital e comunicação no ponto de venda reconhece que há uma alteração de comportamento do consumidor provocada pela crise, evidenciada na escolha dos chamados bens de primeira necessidade em detrimento de outros, “muito embora, ao mesmo tempo, se continue a registar um crescimento de vendas de marcas e produtos com ingredientes orgânicos, de origem natural e responsável ou com preocupações sustentáveis e até sociais”.
Em resposta a estas alterações no consumo, marcas, insígnias e agências estão a apostar em “estratégias promocionais mais diretas, em ações de comunicação com oferta de prémios que possam realmente fazer a diferença na vida das famílias, seja através da oferta de prémios mais relevantes, como concursos com oferta de casas e dinheiro para pagar a renda, ou através da associação a IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social) e ONG (Organizações não Governamentais), em campanhas conjuntas com uma componente de solidariedade e responsabilidade social, por exemplo”, exemplifica.

DIGITAL GANHA ESPAÇO NA LOJA FÍSICA

Em 2021, o mercado de publicidade digital registou uma forte aceleração em Portugal, com um crescimento em valor de 30%, face ao ano anterior, alcançando receitas de 300 milhões de euros, segundo um estudo da IPG Media Brands. A cifra representa uma quota de mercado de 30%, abaixo da média europeia, onde o digital representa já uma participação de 60%. Apesar de estar a crescer, o mercado digital está ainda pouco maduro em Portugal, considera Conceição Pinheiro, justificando com o valor do investimento publicitário canalizado para a televisão, que ainda representa a maioria do orçamento das marcas para publicidade. No ano passado, 4,6 milhões de portugueses fizeram pelo menos uma compra online, uma tendência que deverá manter-se este ano. Face a estes números, “são precisas estratégias claras que acompanhem o funil de compra e a customer journey, concretamente neste canal”, aconselha a diretora comercial da Up Partner.
Nos planos de comunicação para o canal digital distinguem-se duas estratégias principais, consoante a dimensão das empresas, realça a responsável. “As grandes marcas trabalham posicionamento no digital com base na frequência e mantendo investimentos digitais ao longo do ano, nomeadamente em vídeo, que são reforçados em períodos chave para as suas vendas. Com orçamentos maiores, é possível que estas marcas façam ações diferenciadas de brand content e com influenciadores pertinentes”. Já as marcas mais pequenas estão a focar-se em “esforços digitais mais estratégicos, como, por exemplo, microinfluenciadores, comunicação orgânica focada em gerar tráfego, SEO e vendas nas redes sociais”.

Perante estas tendências, as marcas têm procurado criar novos ambientes nos espaços físicos mais centrados em elementos digitais que permitam uma maior ligação entre a comunicação feita nos meios online e offline, comenta Hugo Nobre. “Os conteúdos digitais ganham cada vez mais espaço nas lojas físicas”, reitera o CEO da WD Retail. As marcas estão a apostar cada vez mais em soluções e equipamentos digitais, com gestão remota de conteúdos, para implementação em lojas físicas. “Estas soluções permitem às marcas uma adaptação de toda a sua estratégia comunicacional de forma muito mais rápida, reforçando e adaptando a interação com o consumidor a cada momento da compra”, sublinha o responsável, acrescentando que, alinhada a esta estratégia digital, as marcas mostram também “uma maior preocupação em melhorar continuamente os planogramas no linear, apoiados por materiais de publicidade para o ponto de venda que melhorem a gestão de categorias e as tornem mais claras e de fácil perceção para os consumidores”. A procura por soluções digitais está a aumentar por dois motivos principais, resume Hugo Nobre. Desde logo porque “a substituição de materiais estáticos por soluções digitais permite captar em média três vezes mais a atenção do consumidor”, depois porque estas estas soluções “têm um forte impacto na captação do interesse do cliente e consequente impacto nas vendas, além de todos os benefícios associados à gestão de conteúdos e à pegada ecológica”.

Entre as soluções mais procuradas pelas marcas, estão por exemplo os QR Codes e passatempos na esfera digital que promovem novas experiências de marca para fora do ponto de venda”, elucida a fundadora da Brand Key.

A marketing manager da DS Smith indica, por sua vez, que, nas compras online, a criação de estratégias personalizadas é uma estratégia com eficácia comprovada. “Estas podem ser conseguidas através das embalagens que chegam ao consumidor, criando uma experiência de unboxing inesquecível e prolongando a mensagem da marca”, por exemplo. Tendo em conta o ruído publicitário que caracteriza o mercado online, é mais difícil distinguir uma campanha no meio digital.

Para contornar este obstáculo, a in Store Media só oferece circuitos publicitários nos sites dos retalhistas com os quais trabalha e onde os impactos são organizados com sentido. “Não são invasivos. O principal objetivo dos nossos espaços é ajudar o shopper e impactá- -lo quando faz sentido na sua jornada de compra. Desta forma, os anunciantes não sofrem pressões excessivas resultantes da competição pelo destaque, uma vez que os espaços já estão pensados para que isso não seja necessário e para permitir, a cada momento, destacar uma marca ou um produto em menor grau”, explica António Janeiro.

“Há de facto uma massificação em alguns meios digitais e isso pode ser um problema para as marcas”, constata Tiago Charrua. O CEO da Happy Brands afirma que, nestas circunstâncias, o conteúdo assume uma enorme importância. “É importante termos uma estratégia consolidada que privilegie a criatividade do conteúdo”.

Joana Petrucci Sousa afina pelo mesmo diapasão. “Há uma aposta clara em fazer conteúdos mais relevantes e originais, menos quantidade, mais qualidade, para levar as pessoas a partilharem e a guardarem”, atesta a diretora de arte da Pimenta Rosa, aconselhando as marcas a simplificarem as mensagens, direcionando mais para o público- -alvo e para as suas necessidades e expectativas, focando menos na marca. Explorar diferentes formatos é mais uma tendência. “Aqui, vemos os vídeos curtos e os áudios como o formato de eleição e a gerarem bastante engagement”.

OMNICANAL: DIGITALIZAR A COMUNICAÇÃO NA LOJA

O futuro das compras na grande distribuição passa pela integração dos mundos físico e online, ou seja, pela omnicanalidade. E esta tendência é já uma realidade presente nas estratégias de comunicação das principais marcas, atesta Rui Goulart. “Esta estratégia integrada passa muito pela uniformização da comunicação em todos os canais, sejam físicos ou digitais, comunicando a mesma imagem, promoções e passatempos em todos estes canais”, sublinha o managing partner da Brandp. A utilização de QR Codes, realidade aumentada e aplicações mobile são alguns exemplos “quase obrigatórios” atualmente nos materiais promocionais implementados no ponto de venda.

Esta comunicação integrada, coerente nos conteúdos, na forma e nos meios, remove, per si, as barreiras entre as diferentes disciplinas de comunicação, acredita a CEO da Brand Key. “Sendo diferentes, são complementares. Cada qual tem a sua função dentro do seu touchpoint específico, mas deverão todas convergir para um objetivo comum, trabalhando a imagem de marca de forma consistente”, assegura Mónica Chaves.

Na visão do CEO da inStore Media, se o canal digital permite maior personalização e adaptação aos perfis dos consumidores, segundo critérios demográficos, socioeconómicos, comportamentais, entre outros, já a compra em loja deve evoluir para acompanhar o nível de sofisticação do canal online e aproximar a coerência e a consistência da experiência de compra nos dois ambientes. “O elo que une estes dois mundos é precisamente o da digitalização da comunicação do ponto de venda físico, porque permite aplicar com a mesma celeridade do online o conhecimento do shopper que é gerado pelos dados obtidos durante a jornada de compra”. António Janeiro aconselha as marcas a considerarem a estratégia omnicanal logo no início da criação das campanhas de forma a aproveitarem os atributos de ambos os canais e terem uma comunicação mais eficaz e adequada a cada momento de compra.

Para influenciar a decisão de compra e proporcionar momentos memoráveis para os seus clientes, as lojas físicas estão a enriquecer a experiência do consumidor através, por exemplo, “da utilização de expositores sensoriais, que explorem a luz ou o som, e de expositores interativos, que utilizem tecnologia, como touchscreens e funcionalidades de realidade aumentada, exemplifica a marketing manager da DS Smith. “Estes podem ter uma grande influência nas decisões de compra e na criação de momentos memoráveis para o cliente, que reforçam a ligação à marca”.

As marcas estão ainda a apostar em “canais abertos para uma comunicação direta e eficaz” com os consumidores e são atualmente muito “mais rápidas a implementar novas soluções no mercado, com o auxílio das insígnias, do que há uns anos, demostrando maior disponibilidade em testar o mercado e retificar, se for esse o caso”, acrescenta o diretor-geral da Happen.

A receita para conceber um plano de comunicação omnicanal eficaz passa, na opinião de Pedro Colaço, diretor geral da APS Media, por conseguir utilizar todos os meios de comunicação à disposição das marcas, na medida em que conseguem atingir um elevado número de consumidores no local ideal e num maior número de lojas.

A passagem de comunicação do canal físico para o online deve ser feita de forma simples e coerente, aconselha Joana Petrucci Sousa. Como? “Simplificando a mensagem no ponto de venda ao estritamente necessário e alinhando o layout entre as plataformas tendo em conta as suas restrições e características”, explica a diretora de arte da Pimenta Rosa.

As marcas estão também atualmente preocupadas com a fidelização dos clientes em ambos os canais, esclarece Tiago Charrua. “Quer no digital quer no físico, assistimos a uma tendência crescente de preocupação com o pós-venda, nomeadamente através de questionários de satisfação, de vouchers e ofertas, tudo o que possa ajudar a um regresso”, conta o CEO da Happy Brands.

LOJA DO FUTURO POTENCIA AUMENTO DO LUCRO

As lojas do futuro têm potencial para aumentar os lucros no espaço físico entre 5% a 15%, em apenas alguns meses, concluiu recentemente um estudo da consultora BCG. Mas, afinal, o que é uma loja do futuro? “São espaços físicos que potenciam as ferramentas digitais para aumentarem a experiência do consumidor. São lojas phygital que misturam características online e offline e que procuram oferecer aos seus clientes serviços impossíveis de prestar apenas digitalmente”, define Conceição Pinheiro, diretora comercial da Up Partner. De acordo com a experiência e a visão da Up Partner, as marcas irão privilegiar ações que vão além da exposição do produto, recorrendo à tecnologia para criar experiências sensoriais que se ajustem aos desejos dos novos consumidores que, além de perfeitamente familiarizados com o mundo digital, já não se imaginam a consumir fora dele”, acrescenta Conceição Pinheiro. É por isso que a presença de elementos digitais nas lojas físicas está a aumentar a olhos vistos. “Seja por intermédio de sistemas inteligentes de checkout, que promovem uma maior conveniência dada a ausência de filas de espera, seja por mecânicas de gamification, que potenciem uma maior interação do consumidor com um produto específico, ou através de painéis informativos que facilitam e direcionam o percurso do cliente dentro da loja, a presença de dispositivos móveis nos espaços físicos do retalho tradicional está a disseminar-se a um ritmo alucinante com o objetivo de permitir ao shopper uma experiência de consumo diferenciada, fluída e integrada”, finaliza a responsável.

MEXER COM AS EMOÇÕES DOS CONSUMIDORES

Apesar de todas as mudanças registadas na forma de comprar e no consumo, o foco e o esforço das marcas continuam a ter de estar centrados nas pessoas, naquilo que as motiva e as envolve emocionalmente com as marcas, seja em ambiente físico, digital ou híbrido, aconselha Conceição Pinheiro. “Para vencermos os novos desafios, a condição absoluta é conquistarmos e assegurarmos no tempo um patamar de relevância para o shopper, criando uma ligação emocional com as marcas em cada um dos touchpoints”, recomenda a diretora comercial da Up Partner.

Depois de um período de retração nos investimentos em comunicação, as marcas vão “gradualmente poder voltar a adotar uma comunicação mais sonhadora e menos focada nos temas da pandemia que marcaram muito os últimos dois anos”, acrescenta o CEO da Happy Brands.

ESPAÇOS TAYLOR MADE NO PONTO DE VENDA

As marcas têm vindo aumentar a procura por espaços diferenciados no ponto de venda, diferentes dos tradicionais, e concebidos à medida dos objetivos de cada campanha de comunicação, em detrimento de opções de ativação de marca que envolvem maior interação com os consumidores, mas agora mais difíceis de implementar por razões sanitárias, dá conta o diretor geral da agência Happen. “As marcas têm continuado a apostar, agora talvez de forma mais evidente – além da decoração e, por vezes, da gestão de categorias -, em adquirir posições adicionais nos espaços comerciais, construindo ou decorando não só os espaços mais tradicionais, como são exemplo os topos, laterais de topo, ilhas temáticas e checkouts, e aproveitando oportunidades taylor made para expor e comunicar os seus produtos, uma vez que estas constituem apostas seguras e eficazes, sem quaisquer constrangimentos para os shoppers ou para a navegação em loja”, diz o diretor geral da Happen. Na opinião de António Costa e Silva, a comunicação nos lineares e sobretudos nestes espaços adicionais tem melhorado a sua qualidade. “As ideias são mais bem trabalhadas, desde o conceito criativo à qualidade e durabilidade dos materiais, passando pela testagem de várias tecnologias que até aqui estavam a ser menos valorizadas”, explica. Para o responsável, esta aposta na otimização da navegação nos lineares e nos espaços adicionais, acrescentando-lhes informação e atratividade, veio para ficar. “Serão espaços cada vez mais apelativos, qualitativos e informativos, que permitem ao shopper, em pouco tempo, e independentemente das potenciais restrições nas lojas físicas, fazer uma escolha muito elucidada sobre o que pretende”, conclui.

*Artigo originalmente publicado na edição 399 do Hipersuper

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Produção nacional de azeite poderá chegar às 180 mil toneladas

A Olivum – Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal estima que possa ser alcançada, na próxima campanha, a “segunda maior produção de azeite de sempre”.

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A campanha oleícola 2024-2025 arrancou no início de outubro e a Olivum antecipa, num comunicado, que a produção nacional deverá atingir este ano entre as 170 mil e as 180 mil toneladas de azeite.

A estimativa da Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal é a de que se registe “um aumento de 10 a 15% em relação ao ano anterior”, quando foram produzidas 150 mil toneladas de azeite, o que significa que venha a ser alcançada “a segunda maior produção de azeite de sempre”.

Os lagares associados da Olivum antecipam “conseguir cerca de 830 milhões de quilos de azeitona, que poderão originar cerca de 125 mil toneladas de azeite”. Este valor avançado pelo associados representa um aumento de cerca de 12% e “consolida a relevância destes lagares para o setor em Portugal”, destaca a Associação.

“Estamos muito satisfeitos com as previsões para a campanha do azeite 2024-2025, que antecipam um incremento na produção a nível nacional”, assume a diretora-executiva da Olivum.

Susana Sassetti diz que esta evolução “é o reflexo das novas plantações de olival, mas também do compromisso” dos associados, e do setor como um todo, “em adotar práticas inovadoras e sustentáveis que permitem garantir não só a quantidade, mas também a qualidade que já é característica do azeite produzido em Portugal, posicionando cada vez mais o nosso país como um dos maiores produtores no mercado global de azeite”.

O aumento esperado na produção de azeite nesta campanha resulta da entrada em produção de novos olivais em sebe e, também, por ser um ano favorável para o olival, com condições climatéricas mais estáveis e com menos fenómenos extremos, conclui a Associação no comunicado.

A OLIVUM é atualmente a maior associação de olivicultores e lagares do país, com 49 mil hectares de olival, 130 grupos associados, mais de 300 explorações e 18 lagares.

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Grupo Iskaypet expande presença em Portugal com a aquisição de sete lojas da cadeia PetOutlet

Detentor das marcas Kiwoko, Tiendanimal, Clínicas Veterinárias Kivet, Clinicanimal, Salón de Belleza, Mundo Belleza e Hospital Veterinario Madrid Centro, o Grupo Iskaypet continua a reforçar a sua presença em Portugal.

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Após a aquisição da Ornimundo, em março de 2022, e depois de um plano de expansão que confirmou as 50 lojas em Portugal no primeiro semestre de 2024, a empresa consolida a sua presença, com a compra de sete lojas PetOutlet. Desta vez, para além da expansão na Península, o grupo chega também à Região Autónoma da Madeira.

“A expansão das nossas marcas em Portugal tem como objetivo levar os melhores produtos e serviços ao maior número de famílias com animais de estimação, ajudando-as a prestar os melhores cuidados, reforçando a nossa presença com lojas físicas e complementando-a com as nossas lojas online, oferecendo serviços como o Click & Collect, proporcionando a melhor experiência aos nossos clientes. Somos fiéis à nossa missão, cuidamos dos animais para tornar a vida melhor”, explica Marcos Ruão, CEO do Grupo Iskaypet, que no total conta com 300 lojas, diferentes canais online, 78 clínicas veterinárias, 166 salões de cabeleireiro e mais de 3.600 colaboradores em Portugal e Espanha.

A partir de agora, a ilha da Madeira conta com três lojas do grupo sob a marca Kiwoko. As lojas estão localizadas no MadeiraShopping, no Centro Comercial Oudinot e na Avenida da Madalena.

Em Portugal Continental, no Porto vai abrir uma nova loja Kiwoko em Matosinhos e uma Tiendanimal na Maia. Algarve e Braga também recebem a marca Tiendanimal.

“Portugal Continental tinha até agora 53 lojas do Grupo Iskaypet, 33 da Kiwoko e 20 da Tiendanimal. Com esta nova aquisição, continuamos a crescer, desta vez com a chegada à Madeira, onde não tínhamos presença, e onde temos a certeza de que vamos fazer a diferença na vida das pessoas com animais de estimação”, afirma Marcos Ruão. “O nosso plano é continuar a crescer em todo o país, com as nossas lojas, clínicas e salões de tosquia, tanto no continente como nas ilhas”, acrescenta.

 

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Já são conhecidos os 459 projetos vencedores do Programa Bairro Feliz do Pingo Doce

A pesagem dos votos e a entrega dos donativos decorreram no passado sábado, dia 26 de outubro, nas 459 lojas que receberam esta iniciativa durante os últimos meses.

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Os portugueses já elegeram as causas vencedoras da 4ª edição do Programa Bairro Feliz. A nível nacional são 459 os projetos eleitos, através dos votos dos clientes nas lojas, e que vão agora ser apoiados pelo Pingo Doce com um valor até 1.000€.

Com o Programa Bairro Feliz, o Pingo Doce reforça o envolvimento com as comunidades circundantes das suas lojas, dando voz aos vizinhos e às entidades locais, que podem inscrever e votar nas ideias que gostariam de concretizar no seu Bairro, em prol do bem-estar da vizinhança.

Cada loja Pingo Doce apoia com um donativo de até 1.000€, uma causa que promova um impacto positivo na comunidade onde se insere, dando resposta a situações e necessidades especificas de cada bairro.

A edição deste ano teve 2.700 ideias inscritas que visam ajudar a melhorar os Bairros ou apoiar um projeto da comunidade nas áreas de Saúde, Bem-estar e Desporto, Apoio Social e Cidadania, Cultura e Património, Turismo e Lazer, Educação, Ambiente e Causa Animal.

No total, o Bairro Feliz já apoiou 1.950 causas de diferentes áreas, o que representa um investimento do Pingo Doce de perto de 2 milhões de euros no apoio às comunidades envolventes.

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João Baluarte, sócio responsável pelos estudos financeiros na OnStrategy

Entrevista

João Baluarte: “A existência de marcas verdadeiramente globais continua a ser um dos calcanhares de Aquiles do nosso crescimento económico”

João Baluarte, sócio responsável pelos estudos financeiros na OnStrategy, evidencia a força crescente de algumas marcas nacionais que têm conseguido afirmar-se num mercado altamente competitivo, impulsionadas pela consolidação, internacionalização e um contexto económico mais favorável. E aponta: “a existência de marcas verdadeiramente globais continua a ser um dos calcanhares de Aquiles do nosso crescimento económico. Com algumas exceções, continuamos a ter marcas, na sua grande maioria orientadas ao mercado nacional”.

A consultora OnStrategy apresentou recentemente os resultados do estudo anual das Marcas Portuguesas Mais Valiosas de 37 setores de atividade, desenvolvido recorrendo à metodologia de Royalty Relief, uma metodologia em conformidade com as normas ISO20671 (avaliação de estratégia e força) e ISO10668 (avaliação financeira), em que todas as marcas são auditadas e avaliadas com base em informação pública, nomeadamente relatórios e contas, dados de mercado e indicadores de força de marca.
Entre as 37 marcas líderes setoriais, identificadas a partir da totalidade das 100 marcas portuguesas mais valiosas, a CGD (+47%), o Pingo Doce (+38,4%), a Parfois (+34,12%), os CTT (+29,6%), a Wells (+29,4%) e a Portugalia (+28,6%) destacaram-se como as marcas que mais valorizaram face a 2023, sendo que a Distribuição/Retalho e Banca foram os setores que mais valorizaram.
Relativamente aos setores de produção, distribuição e retalho alimentar, as marcas líderes em 2024 foram o Pingo Doce no segmento de “Retail Food”, cuja proprietária Jerónimo Martins se destacou também como a marca de Holdings mais valiosa, a Delta, no segmento de “Beverages Non Alcohol”, a Super Bock, no segmento de “Beverages Alcohol”, a Lactogal, no segmento de “Food”, e a Portugália, no segmento de “Retail Restaurants”.

O estudo revela um crescimento significativo em várias marcas de retalho. Olhando para o mercado, quais os principais fatores que contribuíram para a valorização de marcas como o Pingo Doce ou a Parfois?
De uma forma geral, temos vindo a observar uma clara recuperação pós pandemia nas marcas no setor da distribuição e do retalho, com um claro reforço nos índices de força de marca. Por outro lado, o efeito inflacionista dos últimos anos permitiu um reforço nos volumes de negócio das principais marcas de retalho, conjugado com a manutenção ou reforço das suas margens operacionais, bem como o contexto altamente competitivo deste setor e dos seus subsetores e também da implementação ou reforço de fenómenos de consolidação e internacionalização. Adicionalmente, beneficiaram também de uma melhoria de risco da nossa economia. Todos estes efeitos resultaram numa melhoria no valor financeiro das marcas destes setores onde, são exemplos, a Parfois e o Pingo Doce.

No setor da distribuição e retalho alimentar, o Pingo Doce destacou-se com uma valorização de 38,4%. Neste setor, como tem observado o posicionamento e crescimento das marcas? É um setor forte e com muita concorrência. Como é que podem se diferenciar junto dos consumidores?
Mais do que destacar marcas, penso que é importante entender a tendência. O retalho e a distribuição em geral, são setores maduros e onde existe muita concorrência. Aquilo que temos vindo a observar é que o trabalho de marca neste setor tem vindo a revelar-se muito consistente, com os índices de força de marca a terem uma tendência de crescimento nos últimos cinco anos. A entrada de novos players no mercado e alguns fenómenos de consolidação também têm obrigado as marcas a serem muito competitivas e a terem, obrigatoriamente o posicionamento de marca correto, bem como ferramentas e mensagens consistentes e coerentes para as suas audiências. Aliado a um contexto inflacionista e a alguma ressaca do pós-covid, resultaram num crescimento bastante considerável nos dois últimos anos, beneficiando de um contexto atual e de um outlook económico positivo, em particular aquelas marcas que atuam maioritariamente no mercado português.
A marca Wells registou um aumento de 29,4% no seu valor. É uma marca que tem apostado na proximidade com o consumidor. Será também um fator de crescimento desta marca no segmento de “Retail Health & Wellness”?
Sim, sem dúvida. Neste caso, para além dos aspetos já referidos, beneficia também da situação específica do setor de retalho de saúde, ou seja, do crescimento da oferta de produtos farmacêuticos e dermocosméticos e também do aumento da oferta de prestação de cuidados de saúde.

A Parfois lidera no segmento de “Retail Specialist”. Quais são as principais tendências no setor de retalho especializado que a Parfois soube capitalizar para alcançar esta posição de destaque?
A Parfois tem um posicionamento de marca muito claro, uma segmentação de produto e de canais de distribuição muito assertiva e consistente, que aliada a uma estratégica de internacionalização permitiram alcançar essa posição de destaque. Diria mesmo que tem sido um exemplo no seu setor e no panorama das marcas portuguesas.

Como vê o posicionamento das marcas portuguesas nos vários setores? A inovação e o eixo da sustentabilidade fazem a diferença?
A existência de marcas verdadeiramente globais continua a ser um dos calcanhares de Aquiles do nosso crescimento económico. Com algumas exceções, continuamos a ter marcas, na sua grande maioria orientadas ao mercado nacional. O facto de um grande número das nossas empresas serem de pequena e média dimensão e, consequentemente a maioria das suas marcas, é um inibidor do seu crescimento, qualitativa e quantitativamente. Aquelas que por seu lado têm a escala que lhes permite sair fora de portas e alavancar a sua notoriedade e relevância, conseguem ombrear com as melhores nas suas indústrias. Nestas, a inovação e a sustentabilidade, seja ela ambiental, social ou económica, são fatores que têm cada mais relevância e pesam cada vez mais no total das dimensões e atributos que constituem a sua força de marca.

Considerando o contexto económico atual, quais são as suas previsões para a evolução das marcas de retalho e distribuição em Portugal, particularmente em termos de valorização e impacto no mercado interno e externo?
Quanto aos aspetos quantitativos que impactam a valorização, acredito que dependerá muito da economia internacional, mais do que da nossa economia. As tensões na Ucrânia e Médio Oriente, as eleições norte americanas e os seus impactos na economia europeia podem a ter algum impacto no seu crescimento e, inevitavelmente na portuguesa. Estes fatores podem ter impacto quer na evolução dos negócios quer na perceção de risco que poderá afetar o valor. Quanto aos aspetos comportamentais, de relação das marcas com os seus stakeholders, acredito que as principais marcas, sejam elas dos sectores do retalho e distribuição, ou dos restantes sectores continuarão a mostrar a resiliência e a consistente evolução que têm mantido nos últimos 10 anos, no rescaldo do pós Troika.

A metodologia Royalty Relief utilizada na avaliação das marcas baseia-se em dados públicos e indicadores de força de marca. Como é que esta metodologia se diferencia de outras formas de avaliação de marcas?
De uma forma geral, esta metodologia é aquela que é mais comumente aceite por auditores, banca e em disputas judiciais. É uma das metodologias recomendadas nas normas ISO 10668 e 20671, que definem os guidelines quantitativos e qualitativos de avaliação de marcas. De uma forma geral, é um processo que incorpora uma análise comportamental, definida por um Índice de força de marca, uma análise financeira, que incorpora projeções de volume de negócios, margens operacionais, royalties e taxas de desconto e uma análise legal, que inclui uma análise sobre a forma como a marca se encontra registada e protegida. Para cada uma destas dimensões recorremos a fontes de informação externas e a estudos de mercado, que permitem aferir da sua força nos segmentos e nas geografias onde atua. Nesse sentido, elimina muitos critérios de subjetividade que outras metodologias, como por exemplo o earnings split incorporam.

Esta entrevista foi publicada na edição 427 do Hipersuper

Sobre o autorAna Rita Almeida

Ana Rita Almeida

Alimentar

Nova Agenda de Investigação e Inovação do Regadio vai ser apresentada em novembro

A Agenda de Investigação e Inovação para o Regadio vai ser apresentada durante o X Congresso Nacional de Rega e Drenagem que decorre de 13 a 15 de novembro, em Alcobaça.

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O Centro Operativo e de Tecnologia de Regadio (COTR) vai apresentar a Agenda de Investigação e Inovação para o Regadio, instrumento que pretende identificar áreas a privilegiar nas políticas públicas e investimento especificamente relacionadas com a rega e com o regadio em Portugal.

“A Agenda de Investigação e Inovação para o Regadio reúne contributos e visões das entidades e dos profissionais do setor/fileira do regadio e identifica quais as áreas de investimento e investigação a privilegiar”, de modo a alinhar “o enquadramento legal com as necessidades de uso mais eficiente e sustentável da água de rega, facilitando a sua gestão e impulsionando a sua modernização e desenvolvimento”, informa o COTR.

“Consideramos esta agenda um poderoso alicerce para o desenvolvimento sustentável e modernização do setor nacional do regadio. Nela estão vertidos os contributos do setor, que se reuniu num verdadeiro think tank com a ambição de aproximar as políticas públicas e os investimentos das reais necessidades do país”, apresenta o presidente do COTR.

60% da produção agrícola depende de regadio

Gonçalo Morais Tristão diz ainda esperar que a nova Agenda possa contribuir para promover a sustentabilidade económica e ambiental das explorações agrícolas nacionais, “bem como incentivar a implementação de sistemas que visem o uso eficiente da água e da energia nas atuais e novas áreas de regadio, em todo o território nacional, incentivando o uso de práticas agrícolas económica e ambientalmente mais sustentáveis”.

Num comunicado, o Centro Operativo e de Tecnologia de Regadio refere que o regadio é responsável por 60% da produção agrícola com mais da metade das explorações a dependerem dele. Apesar disso, “apenas 16% (620 mil hectares) dos 3,7 milhões de hectares de superfície agrícola utilizável estão equipados para regadio”, alerta.

A Agenda será apresentada a 15 de novembro, no X Congresso Nacional de Rega e Drenagem. Organizado bianualmente pelo COTR, e desde 2005, tem o intuito de, a médio e longo prazo, melhorar o uso e gestão da água de rega, aumentando assim a disponibilidade de água para mais área de regadio, incrementar a produtividade da água e diminuir o impacto ambiental associado à rega.

A edição de 2024 terá lugar em Alcobaça, de 13 a 15 de novembro, com a agenda estruturada em torno dos temas Alterações Climáticas, Gestão Integrada da Água, Inovação e Tecnologia, Comunicação. O programa inclui três keynotes, inúmeras apresentações, várias mesas redondas, uma visita técnica e um fórum de comunicações que dará destaque a trabalhos técnicos e científicos enquadrados neste âmbito. As informações sobre as inscrições e o programa estão disponíveis no site COTR.

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Retalho

Lidl Portugal apoia bombeiros portugueses com 45 mil euros

O valor será repartido por 18 corporações de norte a sul do país, uma por distrito.

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No âmbito do compromisso de apoio à comunidade, e numa altura de rescaldo dos incêndios que assolaram o país no passado mês de setembro, o Lidl vai ajudar com 45 mil euros os bombeiros portugueses.

Esta iniciativa está integrada na estratégia de Sustentabilidade ‘Mais Lidl’, alicerçada em três princípios de atuação: mais para o planeta, mais para a comunidade e mais para si. O valor será repartido por 18 corporações de norte a sul do país, uma por distrito.

No passado mês de julho, as lojas Lidl, de norte a sul do país, desafiaram os seus clientes a aderir às faturas eletrónicas, através da app Lidl Plus, com o duplo objetivo de sensibilizar para a redução do uso de papel e de apoiar os bombeiros portugueses. A loja de cada distrito que obteve o maior número de novos clientes a aderirem às faturas eletrónicas, entrega agora 2.500 euros a uma corporação de bombeiros do seu distrito.

Desde 2016 que o Lidl Portugal apoia a Liga dos Bombeiros Portugueses e anualmente faz chegar, através das suas lojas e entrepostos de todo o país, bens alimentares a quem está no terreno no combate às chamas.

No total, o Lidl já entregou mais de 120 paletes, que se traduziram em quase 186 mil alimentos doados aos Bombeiros. Adicionalmente, no ano passado, por ocasião do segundo aniversário da app Lidl Plus, o Lidl doou 36 mil euros a 18 corporações de bombeiros, uma por distrito.

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Alimentar

CONFAGRI quer profissão de agricultor classificada como de alto risco e desgaste rápido

A CONFAGRI defende que entre as especificidades de risco devem considerar-se os esforços físicos intensos, muitas vezes repetitivos e duradouros, bem como a exposição a condições meteorológicas adversas e severas.

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A CONFAGRI lançou uma petição pública, endereçada a José Pedro Aguiar-Branco, presidente da Assembleia da República, que pede a qualificação da profissão de agricultor como de alto risco e de desgaste rápido.

Idalino Leão, presidente da Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal e primeiro subscritor da petição, defende que deve ser considerado o real impacto de todo o somatório de fatores físicos e psicológicos a que estão sujeitos os agricultores.

Algo que “não se manifesta apenas na vida dos próprios e das suas famílias, mas igualmente na de todos os cidadãos, uma vez que a alimentação de todo o país depende dos primeiros intervenientes”, destaca a CONFAGRI num comunicado.

“É de inteira justiça que, aos olhos da lei, se assuma que, na realidade, a atividade agrícola comporta especificidades de risco muito distintas de outras profissões”, afirma, por sua vez, Nuno Serra, secretário-geral da Confederação. Defende que “existindo, neste momento, uma janela de oportunidade legislativa, não a iremos desperdiçar”, motivo pelo qual lançaram esta petição.

A CONFAGRI defende que entre estas especificidades de risco devem ser considerados, sobretudo, os esforços físicos intensos, muitas vezes repetitivos e duradouros, sujeitos a acidentes e lesões permanentes, bem como a exposição a condições meteorológicas adversas e severas.

Nuno Serra acrescenta que importa também “não esquecer todo o restante stress psicológico advindo das imprevisibilidades de fatores que não podem ser controlados, como por exemplo, as colheitas devastadas por fenómenos meteorológicos que levam a rendimentos perdidos”.

A petição pode ser assinada em https://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=Desgaste-Agricultor

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Retalho

Poder de compra em Portugal está abaixo da média europeia

É o que avança um estudo da GfK Portugal, que avaliou a evolução do poder de compra em 42 países na Europa.

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De acordo com o ‘GfK Purchasing Power Europe 2024’, o rendimento médio nominal disponível para o consumo dos portugueses é de 14.642 euros per capita. Portugal surge assim em 21º lugar na classificação, com um valor abaixo da média europeia, situada este ano nos 18.768 euros por habitante.

O estudo da GfK Portugal aponta o pequeno estado do Liechtenstein como o de maior poder de compra: 70.180 euros por habitante. Seguem-se a Suíça e o Luxemburgo, com 52.566 e 41.785 euros per capita, respetivamente.

Lisboa com maior poder de compra

O ‘GfK Purchasing Power Europe 2024’, que avalia a evolução do poder de compra em 42 países na Europa, indica que, apesar do valor nominal disponível para consumo tenha aumentado 3,9 pontos percentuais em Portugal face ao último ano, o rendimento efetivamente disponível para o consumo dos portugueses mantém-se aquém do limiar europeu. “Este cenário reflete a subida generalizada de preços em bens e serviços, nomeadamente nos setores do retalho e alimentação, da energia e da habitação”, explica a GfK Portugal.

Lisboa lidera a classificação nacional, com um poder de compra de 23.274 euros per capita, 59% superior à média portuguesa. Oeiras, Cascais e Alcochete são as regiões que se seguem, com 23.009, 21.015 e 19.648 euros per capita, respetivamente. O distrito do Porto surge em 5º lugar, com um poder de compra situado nos 19.038 euros por habitante.

Espanha também está abaixo da média europeia, com um rendimento nominal de 18.013 euros per capita, indica o estudo, onde se refere também que, à semelhança do ano passado, a Ucrânia surge em último lugar da classificação, com apenas 2.878 euros disponíveis para despesas de consumo.

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Retalho

Meu Super abre nova loja em Viana do Alentejo

Em 12 anos, o Meu Super abriu mais de 300 lojas em todo o país, com uma área total de venda 50 mil m2 e criou 1.500 postos de trabalho.

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O Meu Super abriu, a semana passada, a 8.ª loja no distrito de Évora, em Viana do Alentejo, reforçando assim a aposta da marca num serviço próximo e personalizado. A nova loja Meu Super Viana do Alentejo está aberta, de segunda a domingo, das 8:30 às 20 horas, contando diariamente com frutas e legumes, padaria, produtos de mercearia, talho, peixaria e ainda serviço de take-away.

Em 12 anos, o Meu Super abriu mais de 300 lojas em todo o país, com uma área total de venda 50 mil m2 e criou 1.500 postos de trabalho.

O Meu Super foi eleito pelos consumidores como a marca n.º 1 na categoria ‘Supermercados de Proximidade’ no prémio Escolha do Consumidor 2023, pelo 9º ano consecutivo. O prémio Escolha do Consumidor, que já vai na 12ª edição, premeia as marcas de acordo com a avaliação de milhares de consumidores, tendo os supermercados Meu Super apresentado o maior nível de satisfação ou recomendação atribuído pelos clientes, com base na sua atuação em 2023. O Meu Super conquistou em 2023, pelo 7º ano consecutivo, o Prémio Cinco Estrelas.

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I&D

App O Meu Pingo Doce recebe prémio de Melhor Projeto Digital – Retalho nos Prémios ACEPI Navegantes XXI

“Depois do reconhecimento que os nossos clientes nos deram com bem mais de 2 milhões de aderentes ao O Meu Pingo Doce e até 500 mil utilizações diárias da app, é com muita honra que recebemos este importante prémio que distingue a inovação digital”, sublinha Gonçalo Peres de Menezes, diretor de canais digitais do Pingo Doce.

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A app O Meu Pingo Doce recebeu o prémio de Melhor Projeto Digital – Retalho nos recentes Prémios ACEPI Navegantes XXI. Idealizada pelo Pingo Doce e materializada pela Bliss Applications, a app pretende revolucionar a experiência de compra, com foco na inovação e na personalização.

Segundo a Bliss Applications, a gamificação inovadora implementada na app O Meu Pingo Doce, através do Poupa Shaker e de campanhas de fidelização como o Jogo da Glória, tem sido um dos principais motores do sucesso. Ao transformar ações simples em experiências lúdicas, com recompensas personalizadas, – como é exemplo o Poupa Shaker que oferece um cupão promocional diferente por dia, personalizado de acordo com o perfil de compra e interesses do utilizador – a app aumenta o envolvimento do cliente com o Pingo Doce, com um impacto relevante no crescimento do valor destes clientes.

“Depois do reconhecimento que os nossos clientes nos deram com bem mais de 2 milhões de aderentes ao O Meu Pingo Doce e até 500 mil utilizações diárias da app, é com muita honra que recebemos este importante prémio que distingue a inovação digital. O Pingo Doce procurou diferenciar-se do que já existia no digital, em particular no retalho, apostando na personalização. E procurámos fazê-lo com uma experiência única, envolvente e divertida. Foi assim que surgiu o “Poupa Shaker” e o “Jogo da Glória”, explica Gonçalo Peres de Menezes, diretor de canais digitais do Pingo Doce, em comunicado.

Resultados expressivos

Segundo dados divulgados pela Bliss Applications, no primeiro semestre de 2024, registou-se um aumento de 40% nas sessões semanais por utilizador e um crescimento de 38% na criação de novas contas diariamente. A app também alcançou uma avaliação de 4,2/5 estrelas no Google Play e 4,6/5 estrelas na Apple Store, demonstrando a alta satisfação dos utilizadores. Valores que continuam a crescer no segundo semestre, com novas campanhas, como a do Subsídio Pingo Doce.

“Este processo que temos feito em conjunto com o Pingo Doce tem sido um motivo de orgulho constante. Aquilo que é a vontade do Pingo Doce de inovar e de se reinventar na relação com o cliente tem-nos dado as oportunidades para fazermos aquilo que mais gostamos de fazer na Bliss Applications, criar experiências incríveis em produtos digitais.” do Diogo Gonçalves da Cunha, CTO na Bliss Applications, empresa portuguesa de desenvolvimento de software centrado no design, que faz parte do WYgroup.

Fotografia ACEPI

 

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