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As perspetivas de recrutamento e salariais no retalho em 2022

Por a 14 de Janeiro de 2022 as 14:27

Mara MartinhoPor Mara Martinho, consultora sénior Michael Page Retail

De uma forma geral, o ano 2021 mostrou-se bastante positivo face ao que se perspetivava aquando do seu começo. Houve uma retoma muito significativa por parte do consumidor e as próprias empresas, que outrora se viram obrigadas a restruturar-se e a diminuir as suas estruturas, voltaram a falar de temas de recrutamento e aumento de headcount, principalmente nos últimos meses. Existem também as empresas visionárias que desde 2020 se adaptaram ao novo contexto de consumismo e foram colhendo os seus frutos ao longo deste último ano, e ainda as que viram em Portugal a sua oportunidade de crescer – houve várias marcas de Retalho a entrar/expandir os seus negócios ao longo do ano 2021.

 

A perspetiva para 2022 é, por isso, positiva até ao momento, apesar do receio pandémico ainda não ter abandonado o pensamento estratégico de quem estuda e cria o negócio em Retalho.

 

A procura de profissionais com habilitações literárias a um nível mínimo de licenciatura e/ou com especialização profissional estratégica para o core business do negócio, que continuou a aumentar em 2021, será requisito também para 2022. A crescente profissionalização destas profissões tem levado a uma assistida, ainda que lenta, mudança de paradigma, sendo intenção tornar o setor do Retalho tão atrativo como saída profissional quanto as áreas de Gestão, Contabilidade, Finanças ou Banca.

 

Em termos comportamentais, a procura de perfis hands-on, participativos na estratégia e visionários, é também opção certa para qualquer nova incorporação. Cada vez mais se coloca um nível alto de exigência no desenvolvimento e desempenho de cada função e é preciso “oferecer algo mais” à empresa. “O que é que esta pessoa irá fazer de diferente?” “O que me pode levar esta pessoa a ganhar?” “Como irei evoluir com esta pessoa na equipa?” Já não basta apenas o by the book, há que deter experiências e vivências disruptivas, apostar em formações complementares, entre outros.

 

Salarialmente continuamos divididos em dois extremos, embora o caminho se tenha mostrado favorável e positivamente ascendente em 2021, perspetivando um cenário semelhante em 2022. Há ainda uma parte das empresas que terá de trabalhar neste ponto, caso queira continuar a atrair e reter os melhores profissionais, dado que a dificuldade na procura de perfis em 2021 se assemelhou aos níveis de 2019, deixando um alerta para 2022.

 

O Retalho, tal como o mercado em geral, está volátil e todos os pressupostos contam. Há uma crescente valorização do teletrabalho ou de um regime híbrido. Aumentou igualmente a valorização do equilíbrio família-trabalho. Temas como a Sustentabilidade e Igualdade Social estão a ganhar um peso importante no momento de escolha de uma nova oportunidade para os Candidatos, assim como o avanço tecnológico e a digitalização.

 

No fundo já não se trata “do setor que trabalha com o público e cumpre um serviço”, o Retalho tem vindo a ganhar uma expressão bastante positiva ao longo destes últimos anos e tem provado que é dos setores mais importantes para o desenvolvimento e crescimento de excelentes profissionais.

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