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Tendências que vão moldar o retalho em 2022

Por a 23 de Dezembro de 2021 as 15:26

margaridamonteiro-mpPor Margarida Monteiro, consultant retail Michael Page

Pensar no futuro é sempre complexo, ainda para mais quando falamos de um setor tão dinâmico e imprevisível como o retalho. O que a pandemia nos tem ensinado é que, apesar de ter sido um setor muito fustigado pelos sucessivos lockdowns, também foi um setor que provou ser resiliente e com profissionais com uma enorme capacidade de adaptação.

Acreditando que em 2022 não iremos sofrer mais nenhum lockdown, podemos falar que este será o ano da retoma. Obviamente que nem todos os setores entram nesta competição da mesma forma. Setores como construção, mobiliário, alimentar, entre outros, viram um grande aumento de vendas com a pandemia, pelo que o desafio será manter esses valores nos anos seguintes. Já setores de retalho especializado irão esforçar-se para conseguir igualar os valores de 2019. Na base de tudo isto, tem-se verificado uma preocupação cada vez maior na retenção das equipas. Com a pandemia, foram muitas as pessoas que viram as suas rotinas e vidas alteradas e, com isso, surgiu a mudança de prioridades e expectativas face à situação profissional. É aqui que começa a emergir a preocupação das empresas em ir ao encontro das novas necessidades de cada colaborador.

Também o consumidor se tornou mais experiente na utilização do omnicanal, havendo uma maior preocupação por parte das equipas em desenvolver um serviço de atendimento em loja física de excelência. Com o fácil acesso à compra online, o desafio para as lojas físicas é a retenção e o desenvolvimento de uma experiência única e inesquecível para o cliente. Por isso, competências de orientação para o cliente serão fatores chave na hora de recrutar para esta área.

A realidade digital continuará a ganhar terreno neste setor, seja através do e-commerce ou de chatbots e, por isso, as empresas continuarão a apostar em equipas especializadas nas várias áreas de marketing – SEO, paid media, e-commercial, social media, etc. Desta forma, podemos prever um grande crescimento de profissionais deste ramo.

De mãos dadas com o desenvolvimento digital das marcas, vemos o desenvolvimento na cadeia logística das mesmas. A necessidade de garantir entregas rápidas e a horas faz com que seja necessário garantir que as equipas de supply chain estejam preparadas para esta realidade. A par com os perfis tecnológicos e de marketing, os perfis de supply chain também poderão ser alvo de uma grande procura com o objetivo de melhorar a cadeia de abastecimento.

Numa altura em que os valores e a ética nunca foram tão importantes para os consumidores, denota-se uma preocupação por parte das marcas em seguir os caminhos mais alinhados com o seu público-alvo. As marcas continuarão a marcar uma posição de transparência com os seus consumidores, de forma a aumentar a proximidade entre eles. Quando determinadas posições éticas são tomadas, se forem bem feitas, poderão desenvolver uma estreita relação de lealdade e confiança com os consumidores.

Nos últimos dois anos, tornou-se difícil pensar em tendências dada a imprevisibilidade da pandemia. Contudo e, acreditando que estamos num momento de retoma, podemos pensar em três pontos-chave no que diz respeito às tendências de 2022: a retenção de colaboradores, a procura de perfis tecnológicos, de marketing digital e supply chain e a preocupação em garantir valores alinhados com os consumidores.

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