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Riscos e desafios: o self-checkout como futuro no retalho

Por a 26 de Outubro de 2021 as 16:05

david_perez-19102015-9668Por David Pérez del Pino, business unit managing director da Checkpoint Systems Portugal & EMEA Channel

Facilidade, rapidez e conveniência são fatores cada vez mais preponderantes no quotidiano dos consumidores, sobretudo quando são sinónimo de poupança no tempo despendido nas compras diárias.

O paradigma de consumo sofreu grandes modificações nas últimas décadas, dando o cliente mais valor à rapidez, seja no momento da compra seja no momento de estar sempre em linha com as novidades e inovações do mercado. Esta realidade tornou-se ainda mais perene neste último ano em que a conveniência das compras online assumiu um papel ainda mais importante para o cliente: rápido, confortável e simples foram as principais características que mais se destacaram na omnicanalidade.

Mas se o confinamento trouxe maior comodidade nas compras online, foi também este que tornou a independência do consumidor mais marcada – nos tempos que correrem, e no que ao retalho alimentar diz respeito, quanto menos tempo o cliente passa em loja, mais ainda no pagamento, melhor será para ele e maior será a satisfação na compra: poder comprar o que se pretende, registar e pagar de forma autónoma assume uma importância cresce para o cliente e, por inerência, para o retalhista.

Assim, é pedido ao retalhista que se adeque a estas novas realidades e se por um lado vemos as grandes superfícies a criarem espaços de self-checkout cada vez maiores e com mais caixas, é também real que até os supermercados de menor dimensão procuram já ter pelo menos duas caixas de pagamento por este sistema. Com estas novidades acrescem também os problemas na prevenção das perdas para o retalhista: o controlo manual e visual que advêm do scan manual por parte do colaborador em caixa deixa de existir, o que se torna num fator de risco.

Mais além das potencialidades clássicas de furto, as caixas sempre foram, de alguma forma, um ponto de prevenção de perda externa, visto que competia ao colaborador verificar os artigos, registá-los, até pesá-los e retirar os alarmes. Com o self-checkout este controlo e verificação deixam de ser tão rápidos e eficazes sendo, normalmente, um colaborador apenas responsável por seis a oito caixas – dependendo da dimensão. Nestas circunstâncias, os artigos mal pesados, não registados, com códigos de barras trocados, fraude de cupões de desconto ou até mesmo saídas sem compras fraudulentas, compreendem os desafios com que se deparam os retalhistas no piso da loja.

De forma a prevenir este tipo de situações, mais do que ter um funcionário para um número menor de caixas, a verdade é que o investimento tecnológico tem que estar presente na mente dos gestores não como perda, mas como ganho em vendas. A relação entre as vendas e as perdas não pode ser vista de forma linear, mas sim de maneira integrada em que estas estão relacionadas e para incrementar os lucros é sempre necessário diminuir ao máximo as perdas. Este investimento tem que ser estudado e implementado com dados concretos de cada loja e do seu funcionamento quotidiano, no sentido de ter à disposição não apenas sistemas simples de usar, mas também eficientes na hora de prevenir a perda – um dos exemplos destas inovações pode ser encontrado nas balanças onde se colocam os artigos já registados e que fazem, na atualidade, uma análise do peso registado no código de barras com o colocado na balança, alertando o colaborador para erros de pesagem.

No sentido de estar na linha da frente da resposta às necessidades dos seus clientes, a verdade é que o retalhista terá que assumir o compromisso e a responsabilidade de inovar no seu ambiente, colaborar com os seus funcionários e analisar os dados obtidos de forma a que a modernização rápida e constante seja sinónimo de satisfação de compra, revertida em vendas efetivas e lucros mais altos.

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