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Filipe Simões (Fruut): “Vamos romper com a ideia de que os snacks saudáveis são caros”

Por a 22 de Outubro de 2021 as 12:45

FruutA marca portuguesa de snacks Fruut está a negociar a entrada numa das principais cadeias de retalho do Reino Unido nos próximos meses e, dentro de portas, prepara-se para lançar um snack em formato multipack. “Vamos romper de vez com a ideia de que os snacks saudáveis são caros”, anuncia Filipe Simões, diretor executivo da Frueat

Com a diminuição da mobilidade dos consumidores para travar a evolução da pandemia, o mercado de snacks ressentiu-se  porque diminuíram as oportunidades de consumo fora de casa mas também porque, deslocando-se menos, também diminuíram os pontos de contacto entre os consumidores e as marcas, afetando as vendas por impulso. Neste contexto de retrocesso para o mercado de snacks, a marca portuguesa de snacks de fruta desidratada Fruut, que pertence à empresa Frueat, conseguiu alcançar no ano passado um volume de negócios próximo de dois milhões de euros, o que representa um crescimento homólogo de 17%. 2021 será também um ano de crescimento para a marca, garante Filipe Simões, diretor executivo da Frueat, em entrevista ao Hipersuper. O volume de negócios da marca está a crescer até à data 25% no mercado português e 10% em Espanha. “A Península Ibérica é o nosso maior mercado”, sublinha Filipe Simões.

Para crescer no mercado interno, a Fruut está a preparar o lançamento de uma linha de produtos “completamente inovadora”: cubos de fruta tropicais, anuncia o co-fundador da Frueat. Além disso, a marca vai lançar um novo snack em formato multipack, em embalagens de oito unidades, a “um preço ainda mais competitivo”. Na prática, a marca tem como ambição “romper de vez com a ideia de que os snacks saudáveis são caros”.

Fora das fonteiras, a marca está em negociações para entrar numa das principais cadeias de retalho do Reino Unido nos próximos meses e quer reforçar a expansão nos mercados do Norte da Europa. A expansão “está a correr francamente bem”. Este ano, os snacks portugueses de fruta desidratada entraram em três novos mercados – EUA, Israel e Finlândia – e fechou acordos de distribuição em outros tantos: França, Noruega e Holanda. No final de 2021, a exportação deverá representar mais de 50% do volume de negócios. Os principais mercados internacionais em vendas, no primeiro semestre do ano, foram Espanha, EUA, Israel e Grécia.

Inovação: o pilar da estratégia

A pandemia trouxe uma nova área de negócio para a Fruut. “Ainda este ano, e em apenas seis meses, lançamos um novo modelo de negócio online, através do qual disponibilizamos caixas de subscrição a um preço muito convidativo”. A marca fechou ainda uma parceria com a Uber Eats para levar os seus produtos à casa dos consumidores e lançou novos produtos. “Quando o mundo todo estava em suspenso, nós demos passos em frente. O que quisemos foi chegar cada vez mais rapidamente às pessoas através de novos canais de distribuição e apostar em novos produtos que nos tinham sido pedidos pelos consumidores, como a banana e mix de frutas”, exemplifica o responsável.

A inovação é o pilar da estratégia da marca e assenta em quatro vertentes: desenvolvimento de novos produtos, canais de distribuição, marketing e logística. Por isso, a Fruut está muito atenta às tendências de consumo. “As grandes tendências da indústria dos snacks no pós-covid passarão pelo reforço da tendência saudável, pelo crescimento dos formatos familiares (consumo em casa), pela pressão no preço pois a conjuntura económica afetará o rendimento disponível, pela aposta estratégica na sustentabilidade (não só nas embalagens, mas em toda a cadeia de valor) e, em termos nutricionais, pelo combate ao açúcar e pelo aumento da procura de produtos com proteína e fibra”, vaticina.

Sendo a inovação a base da proposta de valor da marca e uma das suas vantagens competitivas, a Frueat tem vindo a investir na eficiência da unidade de produção e na sustentabilidade. Em 2016 construiu uma nova fábrica, três anos depois investiu mais de três milhões de euros para duplicar a capacidade de produção, instalou painéis fotovoltaicos que fornecem atualmente 35% de toda a energia que consome e certificou a qualidade com o referencial internacional IFS Food.

Assim, a estratégia assenta em três eixos: aumentar a notoriedade da marca através de um forte investimento em marketing, reforçar a distribuição dos produtos, tornando-os cada vez mais acessíveis, seja na distribuição moderna, no canal tradicional, gasolineiras ou vending, e surpreender o consumidor com novos produtos naturais e saudáveis, resume Filipe Simões.

A empresa, que emprega 28 trabalhadores, tem capacidade para produzir 350 toneladas de fruta desidratada, o que equivale a 17,5 milhões de embalagens por ano.

*Entrevista originalmente publicada na edição 394 do Hipersuper

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