Congestionamento da cadeia de abastecimento faz aumentar preço de bens alimentares nos EUA
Os preços praticados aos consumidores cresceram, em setembro, de forma robusta, na economia americana. Entre outros bens de consumo, o preço dos bens alimentares pesou ainda mais no bolso dos norte-americanos.
Analistas acreditam que os preços subirão, ainda mais, nos próximos meses, após mais um aumento dos custos de energia para as empresas. Porém, um documento do Departamento do Trabalho norte-americano coloca em causa a convicção do presidente da Reserva Federal Americana, Jerome Powell, de que a elevada inflação é transitória. O presidente da Reserva Federal tem vindo a culpar o congestionamento na cadeia de abastecimento pelo crescimento da inflação.
Segundo a Reuters, as cadeias de abastecimento foram prejudicadas pelo aumento da procura devido aos estímulos económicos globais para o relançamento da economia, tendo a pandemia provocado uma escassez global de trabalhadores necessários para produzir matérias-primas e transportar os bens alimentares.
Para dar resposta ao problema dos transportes de mercadorias, o presidente norte-americano Joe Biden anunciou, na última quarta-feira, que o porto de Los Angeles passaria a estar em funcionamento 24 horas, a exemplo do que sucede com o porto de Long Beach, para reduzir o congestionamento dos transportes. Como dá conta a agência noticiosa, a Walmart e a FedEx concordaram com a medida de movimentar mercadorias 24 horas por dias e sete dias por semana.
Sung Won Sohn, professor de finanças e economia da Loyola Marymount University, em Los Angeles, citado pela Reuters, assegura que a inflação deixou ser transitória. “O congestionamento na cadeia de abastecimento está a piorar. Não é provável que este impasse diminua tão cedo, apesar da última intervenção da Casa Branca”, explica.
O preço dos alimentos aumentou 0,4% em setembro, após uma subida 0,3% em agosto, tendo este aumento sido impulsionado pelo aumento dos custos da carne.